Me Casei com O Marido em Coma romance Capítulo 86

As palavras dele foram tão bregas que era como se fosse entregar o coração a Quitéria.

Yale chegou até a ficar chocado, pois não estava preparado para ouvir algo do tipo de Lincoln. Ele fingiu reexaminar o corpo da garota e concluiu: "A febre deve passar em meia hora".

"Tanto tempo assim?"

Obviamente... Que remédio funcionava no mesmo instante no corpo humano?

Lincoln parecia decidido. Ele pegou o celular e colocou um cronômetro. Em seguida, simplesmente disse: "Pode sair agora".

Não era cruel usá-lo dessa maneira e depois jogá-lo fora? Ele tinha tanta certeza assim de que não precisava mais de Yale?

O médico queria reclamar, mas não pretendia continuar ali.

Assim que ele chegou à porta, ouviu a voz de Lincoln. "Espere lá embaixo. A febre dela ainda não abaixou".

Ah, então ele só não queria que Yale ficasse ali segurando vela!

"Bem, se acontecer alguma coisa, pode me ligar a qualquer hora. Vou estar por aqui, já que a tia me pediu para ficar e jantar com o vovô."

Ele não poderia expulsar Yale hoje, já que o homem passaria o dia lá.

Lincoln não disse nada, e Yale saiu por conta própria.

De repente, Quitéria começou a resmungar. Ela parecia estar delirando de febre.

As lágrimas escorreram dos cantos de seus olhos e caíram em seus cabelos. Com um dedo, o homem gentilmente tocou a bochecha dela e as enxugou.

"Mãe, não me abandona."

"Vamos pra casa. Tô morrendo de saudade de você... e do nosso lar."

Ela agarrou a grande mão que estava se afastando e a puxou para o peito, onde a segurou com força. "Não vai..."

"Não vou a lugar nenhum." Lincoln franziu os lábios e olhou para a garota adormecida. Então suspirou e disse: “Quitéria, você precisa melhorar logo...”

Na sala lá embaixo...

Tiana proibiu que Zara subisse. Sendo assim, ela estava sentada no sofá, reclamando: "O irmão está se deixando enganar por aquele rostinho bonito. Por que você não percebe, mãe? Acha que ela é boazinha só porque é bonita? Confie em mim: ela não é uma boa mulher e tem um amante lá fora".

"Cala a boca. Quem te perguntou sobre isso? Chega de falar bobagens e de querer arruinar a reputação de Quitéria. Ela é sua cunhada agora. Você quer tanto assim que ela tenha um amante?"

Tiana não queria nem pensar em como isso seria humilhante para a família Huo. O filho se tornaria motivo de chacota nesse caso.

Ignorando o fato de que a mulher realmente confiava em Quitéria, mesmo que a garota realmente gostasse de outro homem lá fora, eles não seriam capazes de impedi-la. O máximo que poderiam fazer seria impedir estranhos de ficarem sabendo.

"Estou falando a verdade. Caramba, que mundo é esse? É tão difícil fazer a coisa certa..."

Zara estava se lamentando enquanto se deitava no sofá. Assim que Yale desceu as escadas, Tiana perguntou, preocupada: "E a febre de Quitéria? Diminuiu?"

Yale parecia querer sorrir. Ele percebeu que Zara estava irritada e lançou a Tiana um olhar reconfortante. Depois, foi devagar até o sofá e disse: "Ei, que mentalidade é essa? Seu irmão e sua cunhada se amam tanto... Por que você está tentando separá-los?"

"Como assim, separá-los? A culpa não é minha, é… É Quitéria quem tem um amante. Meu irmão é casado com ela, então, se isso for a público um dia, todos vão rir da família Huo."

"Quitéria é uma safada. Não sei o que minha mãe está pensando, nem onde arrumou uma nora assim. Agora, meu irmão é obrigado a ficar com ela de esposa. Ele não deveria... Sei lá, se divorciar dela o quanto antes??"

No momento, ele não só nem pensava em divórcio, como estava muito preocupado com a saúde dela.

Ela não acreditava que tinha sido amor à primeira vista para o irmão dela, nem que ele gostaria de Quitéria normalmente. Aquela garota com certeza havia feito algo de errado.

"Irmão, você vai saindo?"

Lincoln estava usando um terno simples e não parecia mais o homem fraco e doente de antes. No momento, ele tinha a mesma aura de empresário de antes, aquela que deixava os outros com medo de chegar perto dele.

Zara sentiu um nó no estômago quando o homem olhou feio para ela.

A pessoa que ela mais temia na família não era o avô ou Tiana, mas sim Lincoln. Desde criança, ela tinha medo dele.

Bastava que o irmão lhe lançasse um olhar para que ela ficasse quietinha e não ousasse segui-lo.

"Cuidem bem de Quitéria até eu voltar."

Com essa simples frase, Zara compreendeu o que ele estava querendo dizer: "Se você não cuidar direito da minha esposa, não se considere mais minha irmã".

Os olhos dele eram tão assustadores, como se a estivesse ameaçando.

Embora a garota estivesse se sentindo ofendida, não atreveu a desobeecê-lo. Ela assentiu obedientemente e disse: "Irmão, não se preocupe, vou cuidar bem dela. Quando você... vai voltar?"

Zara se perguntava se teria tempo para causar dano psicológico a Quitéria.

Lincoln pareceu ser capaz de ler a mente dela só com o olhar. Ele apenas cuspiu: "Em breve".

Ou seja, se ela tentasse fazer alguma coisa, talvez o irmão chegasse na hora e a pegasse no flagra, maltratando Quitéria.

"Ah, entendi. Cuide-se, irmão."

Yale olhou do homem para a mulher e deu um sorriso forçado. Como esperado, com duas palavras, Lincoln aplacou os ânimos de Zara.

Quando os dois entraram no carro, ele se virou e disse: "O 'Coração Azul' era originalmente um conjunto de casamento que pertencia à família Su. Parecia que, quando Quitéria fosse se casar, a mãe passaria o conjunto para ela. Mas, como sabemos, o Grupo Su faliu, e tudo foi leiloado pelo banco. Já conversei sobre isso com a sra. Shang, e ela parece estar disposta a entregá-lo, com a condição de que você fale cara a cara com ela."