Bruna Maria
Após uma festa de casamento conturbada, meu marido estava evitando o próprio irmão. Era compreensível, ele tinha perdido o seu sócio depois daquela festa. Foram muitas emoções fortes, não era nem o começo do que estava por vir ainda.
Uma ligação repentina dois dias após o meu casamento, me trouxe uma escolha de algo que não gostaria, que era reencontrar os meus pais. Eles estavam em uma delegacia e pediram pela minha ajuda. Era inacreditável, eles me procurarem após meses para limpar a barra deles com a polícia. Era isso que eles queriam, porém, eles não conseguiriam isso de mim, ainda assim, decidi visitá-los na delegacia. Eu precisava enfrentá-los, embora João não concordasse com a minha decisão.
— Olha, a nossa filha veio. Ela vai nos ajudar a sair dessa. — disse o meu pai, levantando as mãos algemadas. — Não sabia que estava grávida, filha...
Meu pai fingiu estar surpreso com a minha gravidez. Era o cúmulo, ele não se importava comigo, muito menos se importaria com o neto. Tudo que os dois queriam era que eu livrasse eles da prisão.
— O que vocês fizeram dessa vez? — questionei, aproximando-me dos dois.
— Não fizemos nada! Esses policiais que nos acusaram! As drogas não eram nossas! Não sei quem armou pra cima do seu pai e eu. — explicou-se, tentando me convencer de que era inocente, mas minha mãe não era. O histórico de tráfico dos meus pais não era à toa.
— Vocês dois nunca assumiram seus erros, claro que as drogas eram de vocês dois! Agora que vocês foram capturados, lembraram que tem uma filha? Sei que vocês me chamaram porque souberam que a minha condição financeira agora é outra, entretanto, quero deixar claro que não vim para ajudar nenhum dos dois!
Era um momento complicado e eu estava sozinha em uma sala com os meus pais. Meu marido estava do lado de fora me esperando. Pedi que fosse assim porque não queria que João presenciasse o que poderia acontecer entre mim e eles.
— Bruna Maria, não seja ingrata! Como você pode falar assim dos seus pais? Você tem que nos defender, fomos nós que te demos a vida. Não é justo você nos abandonar agora! — resmungou meu pai.
Não aguentei e acabei rindo de nervosismo, era ridícula aquela justificativa do meu pai. Eu não tinha obrigação nenhuma de defendê-los. A única coisa que eles fizeram por mim, foi me dar a vida, de resto nunca souberam me amar.
— Nem a minha avó quer saber de vocês. Por que eu vou querer saber? Vocês não merecem o meu respeito e muito menos a minha consideração! Vocês estão aqui porque nunca seguiram o caminho certo. Não tenho culpa e nem responsabilidade com os dois. As escolhas erradas foram de vocês e as consequências também são! Os dois vão ficar presos pelo tempo determinado pela justiça. Julgo que a prisão não amadurecerá os dois porque isso nunca aconteceu, mas pelo menos, não ficarão fazendo mal a ninguém, vendendo essas porcarias que destroem famílias.
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