João Gonzalez
Quando cheguei da delegacia chamei Samuel para o escritório para conversarmos. De início ele relutou um pouco porque temia que nossa conversa acabasse em discussão, no entanto, não queria discutir com ele. Precisávamos nos acertar, éramos irmãos e não deveríamos continuar nos evitando daquela maneira.
— Agora que estamos a sós você pode começar com suas broncas. Estou merecendo após ter causado aquela confusão na festa do seu casamento. Desculpe, João, por agir daquele jeito descontrolado. Me perdoe por aquilo, imagino que você esteja muito chateado ainda. Sinto vergonha do que fiz e não orgulho. — disse ele, cabisbaixo, sentando-se na poltrona.
Ele era meu irmão e o amava independente dos seus erros. Não ficava feliz de pegar no seu pé e lhe dar broncas, mas alguém tinha que abrir seus olhos para vida. Fiquei encarregado de ser aquele alguém que lhe mostraria onde estava errando.
— Não está sendo fácil para ninguém o que estamos vivendo, ainda assim, minha esposa e eu estamos seguindo em frente com nossas vidas. Samuel, você precisa deixar de lado seus medos. Meu irmão, você precisa ser corajoso como costumava ser. A depressão te derrubou, mas você vem se reerguendo, porém, não o suficiente. O que houvesse na festa de casamento foi mais uma prova de que você precisa resolver sua situação com sua psicóloga. Sei que vocês têm uma sessão hoje, aproveite para abrir seu coração. Melhor levar um não do que nunca saber se ela sente o mesmo que você!
— É difícil todas as situações que estamos vivendo. Vivo com medo de morrer, embora não fique falando para quem quiser ouvir. Que futuro posso ter assim? Tenho nada para oferecer para Ellen além de um homem destruído.
Fiquei triste que ele pensasse daquela forma. Samuel, tinha muito a oferece de si e não enxergava isso.
— Pare de inventar desculpas para si mesmo. Todo mundo sabe que você está apaixonado por ela, talvez até ela mesma tenha notado isso somente não ousou comentar. Você tem toda capacidade de ser um vencedor. Não deixe que a depressão controle sua vida. Meu irmão, você é o meu orgulho. Pode confiar mais em você mesmo? Você não era um medroso. Lute pelo que você quer e não fique esperando que uma solução mágica aconteça. — aconselhei, tentando abrir seus olhos, para a realidade.
— Não estou esperando uma solução mágica, João. É verdade que estou apaixonado pela minha psicóloga, mas isso não significa que abrir meu coração para ela faça ela me querer! E como vou saber se algo entre nós é verdadeiro e não porque ela está com pena de mim? Existe essa possibilidade de Ellen sentir pena de mim e dizer que gosta de mim por medo que eu cometa uma loucura.
Respirei fundo, conseguia entender seu receio, todavia, não era para tanto. Ela com certeza, sentia alguma coisa por ele também. Não era somente pelo dinheiro o que ela fazia por ele. Ele precisava de óculos? Aquela mulher não fingiria gostar dele para agradar, ela era independente e sabia muito bem o que queria.
— Conheço uma mulher verdadeira e ela é uma. Como pode imaginar uma coisa dessas, dela? Você tem convivido com ela há meses e deveria ter percebido como é o seu caráter. Todos que estamos vendo de fora notamos o carinho que ela sente por você.
— Carinho não é amor, João. Não quero mais falar sobre esse assunto. — Samuel disse, levantando-se da poltrona.
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