Meu melhor erro romance Capítulo 8

Resumo de Capítulo 7: Meu melhor erro

Resumo de Capítulo 7 – Capítulo essencial de Meu melhor erro por Letícia Nogueira

O capítulo Capítulo 7 é um dos momentos mais intensos da obra Meu melhor erro, escrita por Letícia Nogueira. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Gabriela

Explicar toda a situação de uma forma que Gabriel entendesse era um problema. Passei o caminho da casa dele dizendo que aquela não era a letra do Lucas e sim da namorada dele e tudo mais.

Ele estava nervoso ainda, porque, aliás, eu continuava grávida. Quando eu contei para ele na noite passada, ele começou a quebrar sua coleção de carrinhos. Ele sempre foi muito protetor. A frase que mais ouvi na minha adolescência dele foi "quando ele quebrar seu coração, não venha chorar pra mim." e eu sempre ia e o Gabriel nunca me negou atenção.

— Peça desculpas para o Lucas, sabe como é né, fiquei um pouco nervoso. — disse coçando a cabeça quando parei em frente à sua casa.

Apertei os olhos e dei um beijo na sua bochecha.

— Obrigada por cuidar de mim na noite passada, apesar dessa sua violência! — revirei os olhos.

— Me liga assim que for o médico, ou melhor, quando for ao médico eu quero ir junto, se cuida viu e cuida do meu sobrinho e qualquer que o Lucas apronta você me avisa — disse descendo do meu gol.

— Vou pensar! E não se preocupe com a gente, e o Lucas não é nem doido de fazer algum mal a mim e ao bebê...

— O Lucas não, mas a namorada, toma cuidado viu maninha e qualquer coisa mesmo me liga — ele falou preocupado, meu irmão acredita que ela fez tudo de caso pensado.

— Não se preocupe que eu ligo. Manda um beijo para a Joana e para os meu sobrinhos lindos.

Acenei e dei partida. Liguei o rádio do meu carro e fui arriscando um inglês falho durante o caminho. Quando entrei no meu apartamento notei o celular do Lucas quebrado no chão perto da parede.

Fui até a cozinha para tomar um copo de água e depois fui tomar um banho. Estava muito cansada, meu corpo pedia uma folga, Sorte que amanhã era sábado.

A água quente era um alívio para meus pés inchados, mas deixava minha pele vermelha por conta da temperatura. Apoiei as mãos na parede e deixei a água cair nas minhas costas.

— Gabi? — ouvi o Lucas me chamando.

— Tomando banho.

Terminei meu banho rápido e me envolvi em uma toalha, joguei meu cabelo para frente e o enrolei em uma toalha também.

Vesti um pijama do Batman e fui para a sala onde o Lucas segurava uma caixa de bombons trufados, meus olhos brilharam e minha boca salivou.

Olhei para ele que usava uma bermuda Marron e uma blusa branca e no rosto uns óculos escuros, só que não eram nem de longe uma armação bonita.

— Por que você tá usando isso? — apontei para a armação quadrada de cor vermelha. sentei ao seu lado e já abri a caixa, comi um bombom.

— Para esconder o roxo. — levantou o óculos e mostrou.

— Está engraçado. — peguei mais dois bombons.

— Deixa um pra mim. — brigou com minha mão e pegou um bombom.

— Coloca um filme pra gente assistir! — pedi deitando no sofá e jogando minhas pernas sobre as suas.

— Você não é nada folgada. — apertou meu

tornozelo.

Lucas colocou a caixa de bombom na mesa de centro, pegou o controle e colocou no Netflix, escolheu um filme super chato de terror.

— Terror não! — reclamei.

— Medrosa. Isso é Coraline!

— Não é medo, é porque é chato mesmo. Preferia ver Batman!

Ele riu e deu play no filme que eu nem sabia o nome. Na primeira cena do filme uma boneca medonha apareceu, troquei de posição enfiando a cara no ombro dele.

— Não vale esconder o rosto, tem que assistir.

Peguei uma almofada, coloquei no colo dele e deitei. Peguei a mão dele e obriguei começar a fazer cafuné no meu cabelo.

— Ah, o Gabriel te pediu desculpas.

— Meu olho não aceitou.— ele riu passando a mão entre os cabelos da raiz próxima a minha nuca.

— Já disse que você está muito engraçado com esses óculos?

— Já disse, agora assiste ao filme.— apontou para a tela rindo.

Virei com um olho aberto e outro fechado.

— Esse filme foi feito para criança mesmo? Olha os olhos dessas coisas. — me encolhi.

Lucas riu e uma das suas màos foi parar na minha barriga alisando com carinho, e ficou fazendo carinho na barriga e no cabelo e fui ficando sonolenta, quando meus olhos iam fechando a mulher com os olhos de botão apareceu novamente e eu dei um pulo.

— Calma, menina! — Lucas começou a rir.

—Não sério, esse filme não é de Deus não. — virei de costas para a TV. — Não quero mais ver.

— Gabriela, isso é um desenho! — ele ria da minha situação.

— Vou ter pesadelos. — choraminguei. Apertei a cintura dele com os braços. Ele estava cheirando a sabonete de hortelā, inalei fundo seu cheiro e apertei sua mão contra minha cabeça e ele continuo fazendo carinho até eu pegar no sono.

{Sonho}

Eu estava soando frio, minhas mãos estavam mais molhadas do que a bacia que servia para esterilizar os materiais.

O médico ergueu minhas pernas e eu tentei me mexer contra as gazes que amarravam minha mão na grade da maca. Tentei gritar mais minha voz era abafada pela escuridão do lugar.

Vi um rosto conhecido trazendo uma bandeja, era Sara, no lugar dos seus olhos estavam dois botões e sua boca em um sorriso ia entregando os objetos cirúrgicos para o médico. Mexia-me para ele não conseguir fazer o aborto.

Um bisturi atingiu minha intimidade, chorei de dor, meus pés se mexiam em protesto. Mas os objetos continuavam a mutilar meu corpo.

Vi quando o médico colocou um pequeno bracinho sobre a bandeja que Sara segurava.

— Deus me ajuda! — gritei. Comecei a gritar muito alto, minha garganta chegava a doer, mas não se comparava a dor de ter meu útero e meu coração mutilados.

Gritava e tentava me debater, mas nada adiantava. O meu filho estava sendo arrancado de mim.

(...)

— Ei! Calma! — Lucas me envolveu em um abraço.

Olhei para os lados, estava no meu quarto, Lucas estava me abraçando enquanto alisava meu cabelo.

— Foi horrível! — falei chorando.

— Calma, Gabi. Está tudo bem, nada de mal vai te acontecer. Foi só um pesadelo!

— O pior de toda minha vida. — levei a mão até meu ventre. — Queriam tirar meu filho de mim.

Lucas encostou-se à cabeceira da cama e me puxou para o meio do seu corpo. Como criança apoiei a cabeça no seu ombro me encolhi.

— Ninguém vai tirar nosso filho de você, me escuta eu não vou deixar ninguém tirar nosso bebê de você — ele falou me abraçando ainda mais forte.

Não tinha sensação pior do que aquela, eu não tinha ideia do quanto amava aquela criança até o momento. Passei a mão no meu ventre, minhas mãos tremiam de medo.

— Que horas são? — perguntei sem olhar para ele só olhava para minha barriga.

— Quatro da manhã.

— Preciso saber como está o meu filho. — pedi.

Ele assentiu e continuou a afagar meu cabelo, balançava meu corpo como se fosse de uma criança. Chorei muito enquanto ele falava.palavras de conforto e me embalava em seus braços.

Quando fechava os olhos às imagens do sonho vinham até minha mente, prontas para me atormentar. Agarrei forte a gola da camiseta de Lucas, quase implorando para que ele não me soltasse.

Não consegui mais dormir depois disso, Lucas pegou no sono ainda naquela posição, fiquei com dó dele e levantei para tomar um banho. Já era seis da manhã quando entrei no chuveiro.

Meu coração estava apertado, com medo, não sei. Terminei meu banho e assim que sai do chuveiro o telefone fixo tocou. Me enrolei na toalha e corri para atender, mas não deveria ter feito isso.

— Gabriela, meu namorado está ai? — a Sara falou do outro lado da linha.

Segurei no balcão, lembrei-me do sorriso dela no sonho. Afastei isso de mim, ela podia ser má, mas não era louca, não iria fazer mala mim e ao meu filho. Foi só um pesadelo, repetia para mim mesmo.

— Sim. — responde seca.

— Pode chamá-lo, por favor? — parecia que qualquer esforço para esconder o cinismo sumiu com a minha resposta.

— Deixa que eu tiro. — peguei o celular. — Você vai ficar com esses óculos pra sempre agora? — Você não espera que eu estampe os quadros com um olho roxo né? O que meu filho vai pensar de mim se ver isso?

— Aí Lucas! — baguncei o cabelo dele, coisa que ele odiava.

— Não faz isso, Gabriela! — reclamou fazendo bico e tentando arrumar o cabelo.

— Por quê? Acendino não gosta que bagunce o cabelo dele? — fui com a mão novamente para balançar, mas ele desviou.

— Você ta pedindo... — falou ameaçador.

Antes que ele pudesse levantar eu corri para trás do sofá colocando minhas mãos na frente do meu corpo, para impedir qualquer aproximação dele.

— Sou uma mulher grávida, não se aproxime! — corri quando ele veio atrás de mim.

— Essa desculpa não se aplica se o filho for meu. — ele pulou o sofá e me agarrou. — Acendino? — ele perguntou ele odeia que o chame assim.

Lucas começou a fazer cócegas na minha barriga e eu comecei a rir sem parar, mas

estava com vontade de chutar a cara dele.

— Eu te odeio, Lucas! — falei entre minha respiração dificultada pela risada.

Ele me guiou até o sofá e continuou a série de cócegas. Aquilo não iria terminar tão cedo, Lucas descobriu as cócegas como meu ponto fraco ainda no início da nossa amizade, e sempre que podia usava isso contra mim.

— Vai bagunçar meu cabelo de novo vai? — falava enquanto seus dedos percorriam meu abdômen. Gritei e levei uma das mãos à barriga.

Pedro se afastou de olhos arregalados. Sentei-me curvada para frente ainda com as mãos sobre meu ventre e uma cara de dor.

Assustado o garoto ajoelhou na minha frente colocando as mãos sobre meus joelhos.

Rapidamente levei minhas mãos para seu cabelo e baguncei, soltei uma gargalhada enquanto ele se recuperava do susto.

— Vou, vou bagunçar sempre que possível! — passei a mão mais uma vez.

— Gabriela! — reclamou mais caindo na gargalhada também.

Ele deitou no chão e me puxou para o seu lado. Peguei o celular e fizemos caretas para a foto. Minha barriga já estava doendo de tanto rir.

Fizemos várias outras fotos, como ele fingindo morder minha barriga, ou tentando colocar a língua no meu umbigo, eu nunca disse que esse menino era normal.

Comecei a soluçar de tanto rir e ele arrumou uma fitinha vermelha babada pra colocar na minha testa, o que gerou mais uma série de fotos. Naquele momento esqueci de qualquer pesadelo, de qualquer medo da minha parte.

— Seremos bons pais. — conclui meus pensamentos em voz alta.

— Claro que seremos! Você ainda tem dúvida.disso?— respondeu enquanto percorria um caminho imaginário sobre minha barriga...— Quais dessas fotos vão postar?

— Não vamos postar! — respondi na lata. — Sua família e nem a minha sabe de nada.

— Vai ser uma boa forma de contar. — deu de.ombros pegando o celular da minha mão. — Qual vai ser a legenda?

Esse menino realmente não batia bem da

cabeça. E quando minha mãe visse aquilo? Ou pior, quando a mãe dele visse aquilo? E todos nossos amigos?

— Não é uma boa ideia, Lucas.

— Uma hora todos vão saber e vão julgar da mesma forma. A única diferença é que não vamos nos importar com a opinião de ninguém. — Mostrou a foto que ele fingia morder minha barriga. — Essa! Agora fala uma legenda.

Ele estava certo, seríamos julgados de qualquer forma, então simplesmente assenti e concordei com a postagem da foto, com a legenda: "Cuidado, papai morde. Seis meses para provar isso!". Não, não há dúvidas sobre a sanidade mental do meu melhor amigo.

Os comentários seguintes foram como o esperado, muitos colegas da faculdade comentavam nos parabenizando, já outros questionavam se era verdade. Maria, a sobrinha de Lucas, fez um comentário lindo que me arrancou umas lágrimas, desejando inúmeras coisas boas ao meu bebê.

Mas então algumas horas depois, quando Lucas já tinha ido embora, uma notificação chegou. Sara tinha comentado a foto. Senti um calafrio percorrer meu corpo. Ela havia comentado "Lindos" e um coração que

exalava falsidade.

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Continua...

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