• MEU SOGRO • romance Capítulo 8

"O silêncio... nem sempre é sinal de falta de palavras e sim o excesso delas."

— Lara Kastro

...ᘛ...

10:00 - Londres...

— Meu Deus! O que esse homem faz abraçado comigo? — Balbuciou.

Deitada de conchinha com seu sogro não morto, Berriere puxa pela memória, há quanto tempo não acordava abraçada com Kamael.

— Não me recordo de um dia específico. — Em sua cabeça, os questionamentos não paravam. Meu casamento acabou, estou sozinha.

— Será que devo me arriscar em ir para Seattle com meu sogro e iniciar um novo ciclo em outro país? — Tudo isso a estava consumindo, como quem quer mudar o rumo do conflito em sua mente pensa: Irei a empresa amanhã. Tentarei organizar algumas coisas.

Bronck desperta com Berriere falando alto e percebe que está agarrado a ela. Ainda sonolento, acredita ter acordado no susto e não com a própria quase gritando.

Sentindo que a soltou, escuta murmurar algo baixinho.

— Que merda estou fazendo agarrado com minha nora? Me perdoa Deus! — Sussurra.

Berriere não quer deixá-lo sem graça, decidi ficar calada e fingi estar dormindo.

Se levantando, Bronck vai para o banheiro.

— Tenho que tomar um rumo na vida. Agora sou sozinha. Não tenho mais ninguém, a não ser meu sogro. — Chorando, se senta na cama encarando suas mãos.

— Bom dia! — Sua voz rouca a faz virar para encará-lo.

— Bom dia! — Desviando o olhar, responde em um sussurro.

— Está se sentindo melhor? — Pergunta se aproximando preocupado.

— Não. — As lágrimas a consome.

— Que horas sua empregada chega? — Pergunta se levantando indo até sua mala.

— Não tenho, já te disse isso umas duas vezes. — Revira os olhos com a cara dele de espanto.

— Como assim o Kamael não botou alguém para te ajudar? Essa casa é imensa! — Caminhando até ela, Bronck senta ao seu lado.

— Digamos que meu falecido marido era muito protetor, não queria que eu trabalhasse fora e para não ficar entediada, limpava a casa. — Respirando fundo as lágrimas caem insistentemente.

— Nossa! — Se levantando volta a atenção para sua mala.

— Vamos esquecer esse assunto. — Deitando de costas para ele, o choro a fazia soluçar.

— Vamos, você precisa tomar um banho.

— Me deixa. — Pede se cobrindo por completo.

— Não, temos que nos despedir do Kamael.

— São que horas? — Com um tom chocado, se descobre olhando para Bronck nervosa.

— Dez e meia, precisamos ir menina.

— Já!? Nossa! Eu dormi muito. — Se levantando, esquece da camisola que está usando. Bronck a encara com os olhos arregalados. — Fico pronta em 40 minutos. — Responde indo em direção ao banheiro.

— Ok, vou tomar um banho no quarto ao lado.

A deixando sozinha em seu quarto Berriere escolheu um vestido e tomou um banho, se arrumou para seu último encontro com seu marido. O choro a acompanhava onde ia. Desejava a todo custo que seu marido entrasse pela porta e beijasse seu rosto como de costume.

— Estou pronta para dar adeus ao meu marido.

Saindo do seu quarto, descendo as escadas procura por seu sogro. Como se arrumou primeiro senta à sua espera.

Os minutos se passaram, quando finalmente desce em um terno preto. Ela pensa: Como me lembra o Kamael, ambos têm bom gosto.

— Vamos? — Balançando a cabeça positivamente estende a mão. Berriere a pega e ambos vão de encontro ao carro.

É muito cavalheiro. Pensou Berriere. Mesmo com o motorista, faz questão de abrir a porta para ela.

No caminho para o funeral observou seus olhos vermelhos. Tinha certeza, andou chorando e com o pouco tempo que passaram próximos, percebeu que não é de fazer isso acompanhado.

O motorista os leva para o velório.

Em sua mente fazia uma análise sobre seu sogro. Ele é sério e isso me dá nervoso!

Dando uma pausa a autoanálise que fazia em sua mente, olha para as ruas se perdendo na imagem à sua frente. Pessoas indo para seus trabalhos ou a um compromisso e percebeu que há anos não vivia isso!

No caminho pelas ruas movimentadas sabia que vivia em uma prisão, por mais que não fosse o que gostaria, era o que o seu maridão a fazia acreditar ser o melhor para si. As lágrimas voltam a cair. Sem perceber, sente a mão do seu sogro sobre a sua e a puxa com força colocando sobre o peito.

— Me desculpa. — Essas palavras a fazem olhar para ele com culpa.

— Sinto muito, eu não estou acostumada com esse tipo de coisa. — Desabafa desviando o olhar e voltando sua atenção para as ruas.

— Que coisa seria essa? — Intrigado pergunta com os olhos arregalados.

— Esquece. — Percebem que chegaram quando o carro para.

Saindo do carro, Bronck dá a volta para abrir a porta para Berriere.

Em sua cabeça pensava: Nem o Kamael era tão educado assim.

Aceitando sua mão, ajuda a sair do carro. Ela olha em seus olhos o deixando sem graça. Desviando o olhar percebe três homens parados na entrada da capela. Berriere fica sem entender o porquê de estarem ali e olha para o Bronck, que mantém os olhos para frente.

— Quem são? — Sem saber o que dizer agarra seu braço olhando para seu rosto. Sabia o que passava em sua mente, mas tinha uma impressão que não era nada bom. Reparou que seu rosto foi de triste a sério.

Desviando o olhar, percebe que um dos homens vem andando em sua direção. Apertando ainda mais o braço do Bronck que não olha para ela, mas permanece com os olhos fixos no rapaz.

— Bom dia! Sra. Mondova. — Bronck o olha seriamente, enquanto Berriere puxa pela memória a fisionomia do jovem rapaz a sua frente, infelizmente não se lembrou dele.

— Quem são vocês? — Perguntou.

— Alec Baldwin, sou o braço direito do seu marido. — Responde sorrindo.

Bronck olha toda a situação e percebe que tem alguma coisa por trás dessa simpatia toda. Seu olhar vai do rosto do rapaz para suas costas, os outros dois vinham de encontro a eles.

— Boa tarde! Me chamo Bruno e esse é meu irmão Marco. Sou o presidente da sua empresa.

— E eu, o presidente da contabilidade. — O outro rapaz comenta olhando para Berriere com um olhar malicioso. Bronck segura com firmeza em seu braço e os encara. Não estava gostando de toda aquela bajulação e em sua cabeça só passava um único pensamento.

Vão propor a compra da empresa. Totalmente sem paciência mostra que está presente.

— Hum-hum! — E como esperando foi notado.

— Seu pai não era falecido Berriere? — Pergunta o Marco observando Bronck com um sorriso cínico no rosto.

Totalmente sem paciência Bronck se vira para Berriere que a todo momento está o observando.

— Vocês se conhecem? — Pergunta já sabendo a resposta. Berriere analisa seu jeito intimidador fascinada.

Balançando a cabeça negativamente responde à pergunta do Bronck. Voltando seu olhar para os rapazes muda de sério para raiva.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: • MEU SOGRO •