Minha Amada Ômega romance Capítulo 23

ZEDKIEL.

Ela permaneceu em silêncio, mesmo quando eu a levei de volta para o meu quarto. Imaginei que ela estivesse em estado de choque ou muito atordoada para esboçar uma reação. Mas, eu não tinha certeza do que ela sentia.

Eu vi o ódio arder em seus olhos quando ela viu a marca e por um momento me questionei se havia feito algo de errado... Mas, ela era minha e se eu quisesse marcá-la, tinha esse direito. Porém, o modo como ela agia ainda me irritava, pois sabia que ela me temia e odiava.

Ela não tinha motivos para estar com medo. Eu não a rasguei em pedaços. No entanto, ela demostrava ser corajosa na frente dos outros... e com os outros. Mas, quando ela estava comigo, ficava apavorada.

"De hoje em diante, quero que a sua marca fique visível. Mantenha seu cabelo curto. Quero que a marca seja exibida para todos." Eu disse friamente, ainda refletindo sobre o que a Oráculo quis dizer com ‘nós nos encontramos de novo.’

Então, ela me encarou sem piscar, mais uma vez isso me intrigou. Como ela era capaz de me olhar nos olhos por tanto tempo e não desviar o olhar? Eu tenho consciência do efeito que causo nas pessoas. Sabia que quando desviavam o olhos com medo era por causa dos meus poderes...

Na noite do baile, pensei que ela estivesse petrificada de medo quando me viu, pois, ao contrário dos outros, ela não abaixou a cabeça para mim.

"Ok." Ela disse baixinho, desviando o olhar.

Eu me aproximei e ela recuou, um brilho perigoso passou por meus olhos. Se ela estava com medo de mim, então talvez eu devesse lhe dar um motivo para ficar apavorada. Então, belisquei seu queixo, erguendo sua cabeça em minha direção. Mais uma vez, o terror puro estava lá, no fundo de seus olhos.

Não sabia o que dizer, então olhei fundo nos olhos dela, vendo-os se encherem de lágrimas e aumentei a pressão. "Lembre-se, você é minha." Eu rosnei, antes de empurrá-la para longe.

"Sim, nunca vou me esquecer disso." Ela sussurrou.

Observei-a e por um momento, ela me lembrou de algo que estava quebrado.

Eu tinha feito isso? Eu não a machuquei... nem a forcei... Mas, parece que eu tenho um talento natural para machucar as pessoas sem querer.

"Estarei no meu escritório, você pode andar à vontade pelo castelo. Se alguém falar alguma coisa para você, não hesite em me contar." Sem esperar por uma resposta dela, saí do quarto, batendo a porta atrás de mim.

Algo nela me atraia... mas isso não fazia sentido... Então, abri a porta do escritório e entrei, refletindo sobre o momento em que a toquei pela primeira vez.

Eu sei que você encontra sua companheira através do toque, no momento quando ambas as partes já se transformaram... Mas, mesmo que eu pense que senti algo... Era impossível, eu não podia ter sentido alguma coisa, ela não tinha uma loba, além disso, também não fazia o menor sentido para ela, uma Ômega ser a minha companheira.

Seria inédito se Ômegas tivessem companheiros, além do mais, eu não era exatamente um Lycan ou um lobisomem completo, duvido muito que também tivesse uma companheira.

Puxei a cadeira para trás e me acomodei-me, fitando a enorme pilha de relatórios que me esperava. Liguei o computador, arqueando a sobrancelha para a enxurrada de e-mails que recebi. Acho que as pessoas se sentiam mais confiantes em me enviar toneladas de trabalho por e-mail, do que fazer isso pessoalmente.

Papai gostava de dar trabalho a todos nós e com a crescente inquietação popular e os constantes ataques, parecia que as tarefas havia duplicado. Nós tínhamos que nos certificar de garantir e fornecer segurança para os outros bandos... Principalmente para aqueles que moravam nas fronteiras. Ainda tinha o registro de mortes e mais outras burocracias.

Assim, comecei a trabalhar, lendo e respondendo os e-mails, dando minha contribuição quando necessário. Quantos as e-mails inúteis, apenas os ignorei. Eu realmente não sabia por que certas pessoas tinham acesso ao meu e-mail pessoa. Antonio já deveria ter filtrado essas coisas, ao invés de chegarem na minha caixa de entrada. Eu detesto o trabalho no escritório, mas veio com a posição.

Franzi a testa e li outro e-mail desnecessário e suspirei. Eu não consegui me concentrar, não com os meus pensamentos vagando sobre como a Ratinha se comportava ou imaginando sua aparência.

Eu a queria muito mais do que ela imaginava. Se ela soubesse o que se passava na minha mente, ela ficaria apavorada. Um dia... e isso será em breve... eu vou ter aquela b*ceta e torná-la minha pro completo. Então, massageei minha mandíbula para aliviar a tensão, minha mente divagava com a imagem do sangue dela escorrendo pelo pescoço.

O cheiro... o sabor...

Isso era errado em muitas instâncias. A sede pelo sangue de alguém de nossa própria espécie, era considerado um tabu... Posso ser um híbrido, mas ainda assim, não deveria desejar o sangue dela... mas eu desejava...

Deixando meus pensamentos de lado, voltei ao trabalho...

-

O Ritual de Sangue.

Esta noite, eu seria proclamado o herdeiro da coroa. Todos estávamos confiantes de que seria eu. Afinal, eu era poderoso, inteligente e o mais habilidoso. Eu sabia que meu nome estava naquele trono, mesmo que não oficialmente, mas hoje teríamos uma confirmação.

Estava frio aqui embaixo, embora não sentíssemos muito frio, agora o ar gélido penetrava minha pele e meus ossos. Talvez fosse por causa do banho antes provação, o qual era feito para me purificar, ou talvez fosse o tecido enrolado na minha cintura... De qualquer maneira, quase senti um arrepio percorrer a espinha.

A porta da Câmara da Visão se fechou com um baque sinistro atrás de mim, e olhei adiante.

A caverna não tinha iluminação o som da água ondulando silenciosamente ecoava pelo ambiente. Olhei para a abóboda do teto da caverna e contemplei as águas escuras do Lago da Verdade, que sangrava os nossos pecados... A água tinha uma aparência escura, mas sob a luz da lua, ficaria vermelha como sangue...

Este era um lugar que nós só nos aventuraríamos uma vez na vida. Isto é, na noite do nosso aniversário de dezoito anos... Era aqui queeu me transformaria. Sozinho, sob o reflexo da lua... Um lugar onde todos os herdeiros alfas reais vão para realizar o ritual de sangue.

Esta Câmara jazia sob o castelo há séculos e apenas aqueles com o sangue real podiam entrar. Era algo que tínhamos que fazer, não era uma opção, mas uma exigência.

Caminhei sobre as rochas irregulares, vendo o luar se infiltrar no altar à frente. Meus passos silenciosos retumbavam pelas paredes, embora eu pisasse com cautela, como se eu não quisesse despertar a Câmara.

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