Minha Amada Ômega romance Capítulo 57

EVANGELINE.

As luzes que dançavam ao redor da arena preparada para os jogos, no campo de treinamento ao ar livre do Castelo, pareciam orbes difusos e brilhantes no céu. O lugar que era amplo, foi ocupado por arquibancadas as quais já estavam lotadas com espectadores. No centro havia um ringue, onde as lutas aconteceriam. Os emblemas de cada matilha foi estampado em banners, que decoravam as arquibancadas, junto com fitas decorativas. No entanto, o estandarte mais vistoso era o da matilha da Família Real.

Eu observava tudo com os meus próprios olhos, mas era uma sensação estranha e eu sabia o motivo. Eu não estava no comando. Era como se eu estivesse trancada em algum lugar e meu coração ainda estava ferido pelo que tinha acontecido antes. As palavras de Zed após ele permitir aquela voz da minha cabeça lhe desse prazer, continuavam a se repetir em mim mente.

'Não pense nisso, Evangeline.' Eu sussurrei para mim mesma, sentindo meus olhos arderem por causa das lágrimas que brotavam de novo.

'Oh, pare de se lamuriar. Estou te fazendo um favor, Evangeline, você viu como Zedkiel prefere a mim do que você. Isto é o melhor para nos duas.' A voz dela zombou.

Não, não era.

Porém, achei melhor não discutir. Trancada ali, onde quer que fosse, eu podia sentir a raiva dela, que era imensa. Além disso, havia algo estranho...

A Oráculo...

Um tremor me percorreu quando tentei me recordar da última lembrança que tinha dela, antes que a escuridão dentro de mim assumisse o controle.

Além disso, o medo era crescente... afinal, o que Zarachiel havia me contado... só de pensar me dava um frio na espinha, mas antes mesmo de mergulhas na minha própria mente, onde estava presa, a primeira luta foi anunciada.

"Isto vai ser divertido." Ela disse, olhando para Amora.

A mulher sorriu de volta, embora hesitante, e eu... Quer dizer, ela olhou para as arquibancadas antes de se concentrar nos oito homens. Cada um deles era poderoso, apesar de haver uma grande diferença entre eles. Contudo, Zedkiel era totalmente diferente, ele exibia poder e domínio sem esforço, impondo respeito. Todos os competidores usavam ou shorts ou calça de moletom, alguns também vestiam camisetas, no entanto, eu só prestava atenção em Zedkiel. Ele era um dos poucos sem camisa.

'Para ser honesto, eu prefiro a Evangeline ousada.'

Essas palavras fizeram meu coração sangrar.

Em seguida, eu me fechei em minha mente e me enrolei em mim mesma. Tudo aquilo doía muito e eu sabia que ela queria eu sentisse isso, mas me recusava lhe dar essa satisfação. Não ia permitir que ela se apossasse do meu corpo... tudo que eu sempre quis era ser livre... e meu corpo era a única coisa que me pertencia...

Ela não ia tomar conta do meu corpo. Eu não permitiria.

Naquele momento, a prioridade era retomar o controle e lembrar o que a Oráculo havia dito... mas ela estava bem? Não me recordava do que aconteceu. Ela me jogou para longe e tudo ficou escuro...

Quando pude ter acesso aos meus olhos de novo, após aquele período de escuridão na sala da Oráculo, vi minhas ensanguentadas e o pavor percorreu minha espinha.

Ela estava bem? Precisava ir lá, assumir o controle e ter certeza que a Oráculo estava sã e salva!

Além disso, precisava contar tudo a Zedkiel antes que fosse tarde demais! Assim, da próxima vez que ela assumisse o controle, ele saberia...

Mas, ele se importaria? Afinal, ele preferiu ela e o que ela podia lhe oferecer. Enquanto ela fazia um b*quete em Zedkiel pude ver e ouvir como ele gostara. Sentia a tristeza dentro de mim me esmagando mais uma vez, mas lutei para conter as lágrimas.

Eu não podia ser fraca! Não podia me dar ao luxo de ser fraca!

O telão piscou e logo em seguida o rosto de Chasyn apareceu em uma das metades da tela, com uma tarjeta com seu nome. Momentos depois, Amar Lendorn da matilha Dark Claw apareceu ao seu lado na tela.

"Príncipe Alfa Chasyn Vilkas da matilha Moonstone contra Amar Lendorn da matilha Dark Claw!"

Os dois homens dirigiram-se para o centro do ringue enquanto todos aplaudiam, enquanto os dois se preparavam para o confronto.

Enquanto eu os observava, fiquei mais tranquila, me perguntando com quem Zedkiel lutaria. Cada oponente poderia ser forte, mas não acreditava que alguém seria páreo para Zedkiel. O desconforto deles era perceptível e evitam ficar em seu caminho. Eu mesma já tinha visto seu poder e raiva emprimeira mão, então Zedkiel não era alguém para se provocar.

Eu não estava preocupada com ele. Sabia que ele era capaz de cuidar de si mesmo, mas de alguma maneira, ainda havia certa preocupação me afligindo e isso não fazia sentido!

Senti as paredes que me bloqueavam enfraquecerem brevemente, mas não fiz nada, esperando o momento em que ela relaxasse. Ela parecia estar assistindo a luta com grande interesse e pude sentir o modo como Zedkiel a observava. Ela virou a cabeça e mandou um beijo para ele, que sorriu e isso partiu meu coração.

Ela o deixou feliz...

Mas havia algo de errado com ela. Algo sombrio...

Então, fiquei imóvel, sem me importar muito com luta, diferentemente dela que estava absorta, rindo quando Chasyn rasgou o braço de Amar e escutei algo quebrar. Ela riu e eu percebi que as barreiras ao meu redor estavam mais frágeis e foi a minha chance para me libertar, usando uma coragem e determinação que nunca soube da existência.

Ela se engasgou e senti sua raiva aumentar enquanto ela se agarrava ao corrimão na nossa frente. A aura dela crescia, mas foi apenas por alguns segundos, pois eu consegui vencê-la e empurrá-la de volta para parte mais escura da minha mente.

Mordi meu lábio quando minhas unhas se partiram e quebraram por causa da força que as cravou no corrimão. Todo o meu corpo ficou tenso, e de repente, assumi o controle. Deixei escapara um breve tremor e coloquei a mão sobre o peito.

Ela nunca mais iria assumir o controle! Eu tinha que encontrar um modo de me livrar dela!

Um grito furioso rasgou a minha cabeça e eu a segurei com força, resistindo ao zumbido, além disso meus olhos ardiam de dor.

'Pare!' Eu gritei para ela.

'Você vai me pagar por isso!' Ela gritou de volta, antes que eu a empurrasse ainda mais para o fundo. Não foi fácil. A energia sombria que a rodeava fazia resistência a mim, que tinha emanava uma energia leve e tranquila. Era estranho pois eu nunca tinha apresentado uma aura... Então, o que era aquilo?

"Você está bem?" Maryka perguntou, desviando sua atenção do marido.

Eu acenei com a cabeça: "É extremamente violento, não é?" Eu sussurrei trêmula.

"Sim." Ela responde, com o rosto contorcido, como se compartilhasse a dor ao olhar para Chasyn. Em seguida, dei uma olhada pela arena e encontrei Lucia, seus olhos brilhavam com as lágrimas não derramadas, ela também assistia seu amado Alfa com apreensão e lentamente me voltei para Maryka.

Duas mulheres que o amavam profundamente... a que lhe fora destinada e a mulher que ele reivindicou e deixou de lado...

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