Minha Amada Ômega romance Capítulo 73

EVANGELINE.

Zedkiel estende a mão e desliga o chuveiro antes de pegar uma toalha e enxugar com delicadeza o meu cabelo. Olho para ele, vendo seu rosto inexpressivo, suas feições tão duras e frias como sempre, com olhos fixo mas... Ele é muito mais do que aparenta ser...

E não me esqueço do jeito que ele acaricia tão gentilmente meu cabelo, seus dedos escovando as madeixas antes dele lentamente cobrir meu corpo seco depois de me ajudar a me secar. Ele passa a toalha levemente nas minhas feridas que já estão quase cicatrizando, por algum motivo, estou me curando muito mais rápido que o normal.

Ele passa os dedos sobre elas, seus olhos brilhando em vermelho antes de se afastar.

Olho para ele, por mais que não tenha dito mais nada desde minha confissão, não é necessário... Aquele beijo que ele me deu, nenhuma palavra poderia dizer mais que ele. O jeito que ele toma conta de mim, tudo que ele faz por mim, abertamente, vocalmente ou em silêncio. Tudo isso significa muito mais que palavras.

Me aproximo dele, meu olhar indo até as calças encharcadas que estão agora coladas nele e enfatizando uma certa parte do corpo dele que me traz borboletas no estômago.

"Está sentindo dor?" Ele pergunta, seus olhos vermelhos olhando para minhas feridas quase cicatrizadas.

"Estou bem." Respondo, sabendo o que ele está pensando.

"Ótimo... Não deixe alguém tão sem importância que nem ela te afetar." Ele responde, enrolando a toalha ao meu redor e me puxando para perto.

"Sim, eu sei. Só estava tendo esperanças em algo que nunca esteve lá. Não consigo parar de pensar que o que aconteceu foi algo que não tinha outro jeito de resolver. Talvez ela não queria ter feito o que fez." Murmuro com um suspiro, traçando as curvas de seu peitoral e músculos.

"Agora você sabe." Ele diz, traçando os dedos no meu cabelo. Ele então ajeitou minha cabeça para cima até eu olhar naqueles olhos verdes dourados. "Você não precisa de pessoas desse tipo na sua vida."

Concordo com a cabeça lentamente enquanto ele me solta, me levando para o quarto e até a cama. Meus olhos passam pelo corpo dele e mordo meu lábio, um sorriso de lado para pelo seus lábios, mas ele se vira.

"Por mais que eu queira tanto deitar contigo agora, temos que sair daqui a pouco." Ele diz silenciosamente, pegando roupas para nós dois no armário.

"Vamos para a Câmara?" Pergunto, meu coração disparando com a possibilidade.

Um lugar feito apenas para a realeza... Mas eu vou entrar nele... Me lembro das escrituras, franzo a sobrancelha, pensativa, será que eu sou mesmo a reencarnação da filha da Deusa da Lua?

‘Você ainda está questionando isso?’ A voz de Evelyn questiona em minha mente, de jeito debochado.

‘Claro que sim, isso não é pouca coisa... Mas ela tinha duas filhas, não tinha? V-você é a outra?" Pergunto, hesitante.

Apenas silêncio, mas junto dele, uma raiva aterrorizante parece queimar no meu corpo.

Sem resposta.

"Evangeline. Foco." Zedkiel rosna, se agachando na minha frente.

Respiro fundo, balançando a cabeça, mas algo na reação dela me diz que alguma coisa aconteceu com ela quando perguntei. Por que mais ela ficou tão brava comigo?

Raziel amaldiçoou sua própria prole... Ele é o mal dentro de mim... A maldição.

Balanço minha cabeça ao pensar nisso. Esta visita nos ajudará muito, tenho certeza. Existe alguma coisa que ela não consegue superar e eu preciso saber o que é antes que seja tarde demais.

‘Evelyn, pode me dizer, o que aconteceu?' Tento outra vez, mas nenhuma resposta além de uma poderosa raiva e escuridão, seguido de um vazio, novamente.

Pisco, olhando para Zedkiel e balanço a cabeça, tentando clarear minha mente.

Concordo com a cabeça, sem discutir, e rapidamente passo os dedos pelo meu cabelo antes de me levantar e prendê-los com um prendedor por perto.

Saímos do quarto com um dos dois guardas nos seguindo e, por mais que eu saiba que é alguém que Zedkiel pelo menos aprova, não quer dizer que eles vão nos permitir andar por aí seu a presença deles.

Saímos do castelo e começo a ficar extremamente curiosa para onde vamos, mas logo me respondem, quando paramos fora da entrada de um dos vários jardins que levam até uma das diversas áreas para chá daqui. Entrando pelo portão, fomos até o fundo dos jardins e Zedkiel abre um segundo portão, Kash nos cumprimenta lá dentro com uma linda mulher que tenho quase certeza de que é sua irmã, ambos em frente a uma área com belíssimos pilares de pedra, com algumas lanternas penduradas pelo teto e heras cobrindo os pilares. Há também uma mesa de pedra circular no meio da área, com vários itens nela.

"Zed, você chegou a tempo." Kash comenta, levantando as duas garrafas que está segurando.

"Estou com o tabuleiro de xadrez." A mulher diz em seguida, com uma piscadela.

Zed olha para o guarda. "Vamos ficar no jardim por mais algumas horas. Fique lá fora." Ele ordena.

"Sim, Alfa." O guarda se curva antes de voltar e fechar o portão atrás de si.

Zedkiel o observa antes de ir até a mulher e a receber com um abraço rápido. Ela retorna o gesto com alegria, passando os dois braços dela pelo seu pescoço, um gesto que me faz senti uma torrente de ciúmes pelas minhas veias.

Quem é ela? E não estou me referindo ao seu nome ou suas relações familiares. Quem ela pensa que é?

Seus olhos cinzentos estão em mim, seu cabelo platinado e roxo caindo na frente de seus olhos. O corpo dela é de estatura média, com seios um pouco maiores que a média e um piercing no nariz. Vestindo jeans rasgados brancos e uma regata.

Um pequeno sorriso passa pelos lábios dela quando Zed finalmente a solta.

"Então esse é o mulherão que chamou a sua atenção, é?" Ela diz, indo até mim e estendendo a mão. "E aí? Meu nome é Isabella, mas por favor, me chame de Isa."