Nas Mãos do Dono do Morro romance Capítulo 39

Amanda

Óbvio que os meus pais estranharam e muito a minha saída de férias repentina, porém, com tantos problemas que me cercam, não tenho medo de eles pensarem mal de mim, o que importa é que estou viva e pronta pra voltar pra eles e não presa em algum porão de um homem psicopata.

Ontem foi tudo resolvido e hoje o Felipe veio me buscar no hotel, já me adiantou algumas informações.

— O brigada por fazer isso por mim, Felipe, acho que ja ultrapassou um milhão de reais o dinheiro que você ja gastou comigo, — agradeci com os olhos inundados de alívio.

Ele me abraçou no saguão do hotel, chorei mais um pouco sobre o tecido da camiseta dele enquanto as pessoas nos olhavam com curiosidade.

De repente ficou tão normal eu abraçar ele, sinto que uma barreira se quebrou entre nós, e essa barreira era ele que colocava.

— Amanda, relaxa, vou faturar quase um milhão de reais vendendo as partes que vou tirar dele.

— Que horror, Felipe, como assim? — me afastei, encarando a cara dele pra entender melhor o que ele está falando.

— Tem um doutor que eu conheço, ele vai pegar o corpo do Felipe e vai me pagar oitocentos mil reais pelo cadáver.

— Credo, você matou mesmo ele? — senti um nó no meu peito.

É estranho saber que alguém com quem eu conversava diariamente há um tempo atrás agora está morto, e morreu pelo Felipe.

— Ainda não, não quero falar disso com você, deixa pra lá, tá bom?

Assenti com a cabeça. Realmente, tem coisa que eu prefiro não saber.

— Agora eu posso voltar pra casa? — perguntei parecendo uma criança manhosa pedindo ordem para o seu responsável.

— Sim, eu vou te levar pra sua casa, — sorriu e me puxou pra um outro abraço.

Depois seguimos para a saída do hotel, o braço dele sempre em cima do meu ombro.

Qual é? Somos namorados agora?

— E o governador?

— Relaxa, Amanda, deixa tudo comigo.

Olhei pra cara dele que estava sério, olhado pra frente, fingindo não notar que eu estou encarando ele.

Melhor deixar como estar. Não posso arriscar fazê-lo se arrepender de estar sendo tão gentil comigo.

Eu entendo ele, entendo porque ele é o que é, mas eu não aprovo. Eu queria tanto que ele saísse dessa vida... Eu me sinto culpada por ter feito parte disso mesmo que por um único dia.

Felipe

Ontem à noite foi uma das noites mais brabas que nois já enfrentamos. Pipocamos o cabeça da comunidade vizinha e negociamos com o novo chefe de lá, é o que deveria ser desde o começo, cada um no seu quadrado. Não tem porque eles querer vender no meu território, e sabemos que se isso continuar as duas comunidades vão acabar em nada. Vingança haverá dos dois lados, se um acordo nunca fosse feito essa treta nunca teria um fim.

— Obrigada, Felipe, você salvou a minha vida, eu não sei o que eu faria se...

— Eu não sei o que eu faria se algo acontecesse à você.

— Amanda! Onde você estava sua iresponsável? — minha mãe saiu de dentro do mercado me chingando assim que me viu no carro do Felipe.

— Mãe...

Eu abri a porta do carro e fui correndo até ela lhe dar um abraço. Foi maravilhoso sentir o perfume dela, e saber que eu não corro mais o risco de nunca mais vê-la.

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