Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 103

Ponto de Vista da Kaia

— O que você quis dizer com "me salvar"? — Ela me olhou espantada, talvez finalmente precisasse ouvir umas verdades duras.

Verdades que eu nunca tinha planejado contar... Jamais em meus sonhos mais loucos imaginei que as dividiria com ela.

Me virei para olhar para o Samson, ele não tirava os olhos da Alora. Como se ela pudesse sacar uma faca a qualquer momento e atacar.

— Samson, eu preciso que você vá embora.

— Eu vou ficar!

— Por favor, Samson, e afaste os guerreiros da porta!

— Luna, e a sua segurança? — Foi a primeira vez que ele desviou o olhar da Alora e me encarou diretamente. Aquilo ia contra o papel dele de protetor temporário, mas eu precisava que fosse só ela e eu.

— Se eu precisar, eu faço uma conexão mental com eles. Vou ficar bem... Confie em mim. Freya, eu preciso que você vá também.

— Não sei... — Ela olhou ansiosa para a própria Luna.

— Tá tudo bem, Freya. Se eu precisar, uso a conexão mental.

Esperei todo mundo sair, os guerreiros deixarem suas posições, para que só eu e a Alora ficássemos na casa do alfa. Não queria plateia para aquilo.

Não tinha jeito de saber como começar a contar uma história tão traumática. Não dava para tirar a dureza nem tentar deixar ela mais bonita para ela. Eu só tinha que ser sincera, falar da minha experiência.

Do meu coração.

Respirei fundo, fechei os olhos e lembrei da primeira vez que vi o Than. A versão pura dele.

— Eu conheci o Than na faculdade. Eu estava sozinha, não conhecia ninguém, e era exatamente isso que eu queria. Eu devia ficar escondida, não devia me destacar. Mas ele me encontrou e eu não consegui lutar contra a conexão entre a gente. Ele era caloroso... Engraçado, cuidadoso e atencioso. Não demorou muito para ele dizer que me amava. Que ele sentia o vínculo de companheirismo entre a gente e que isso era o que importava.

Ele não queria me marcar, não até a gente casar... Ele era um cavalheiro, queria tudo de mim. Corpo, coração e alma. Ele me pediu para ir para casa com ele, para casar e me tornar a Luna da matilha dele. Eu era tão ingênua... Tão confiável. Como o vínculo de companheirismo poderia ser outra coisa que não divina... Maravilhosa? Eu nunca imaginei que meu próprio par pudesse me manipular.

Fiz uma pausa e continuei:

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