Kaia
— Ela pertencia a mim, à minha matilha. — Than disse ao Alfa Hector.
— É mesmo? — Alfa Hector permaneceu calmo diante de uma força ousada, quase achando Than divertido.
Com deboche, Than se inclinou para frente e pôs seus lábios perto da orelha do Alfa Hector.
— Você está amando isso, não é? Apenas se lembre de que ela é minha esposa, minha esposa pela lei dos lobisomens. Ela terá que voltar para mim. — Ele fervia entre os dentes, tentando sussurrar, mas eu ainda escutei.
Meu novo alfa não respondeu, ele não aceitou o desafio de Than.
Eu podia ser sua esposa, mas não era sua propriedade.
Than acenou lentamente, finalmente entendendo que eu não voltaria. Se virou e caminhou em direção à saída. Todos os olhos estavam nele agora, não que ele tenha percebido. Than sempre foi egocêntrico.
Beta Ezra e alguns guerreiros se aproximaram, se preparando para escoltar Than para fora do prédio e para fora do terreno da matilha.
Ele parou de repente no meio da sala, com suas mãos cerradas ao lado do corpo.
— Ela acordou. — Ele murmurou, suas palavras viajaram por todo o salão de festa até mim.
Era apenas audível para meus ouvidos, mas meu peito ouviu alto e claro. Ele estava sem tempo e veio me buscar, coletar meus órgãos. Coletar sua suposta propriedade.
…..
Assim que Than saiu pela porta do salão, eu também deixei o banquete. Eu não conseguia ficar em clima de festa, com um lindo vestido, quando tudo que eu queria fazer era arrancar a roupa e borrar minha maquiagem.
Ele sabia que eu estava lá agora. Quanto tempo até ele atacar a fronteira? Quanto tempo até eu ser expulsa por ser uma ameaça à matilha?
Tomei café da manhã sozinha na manhã seguinte. Alfa Hector não voltou do treinamento até o meio da manhã. E mesmo assim, passou o dia todo no escritório.
Ele estava irritado comigo por eu não ter contado a verdade, que eu era da matilha inimiga.
Precisava encurtar meu tempo ali, seguir em frente, encontrar pistas sobre a localização do meu pai e continuar minha jornada. Decidi tentar a sorte com Aubrey novamente. Me conhecendo melhor agora, ela poderia estar mais disposta a revelar informações sobre alfas anteriores que a visitaram. Se meu pai não tivesse estado lá, eu precisava seguir em frente. Especialmente agora que Than sabia da minha localização.
Da próxima vez que o visse, poderia ser de surpresa. Eu estava ficando sem tempo.
— Boa hora, estou preparando o jantar. — Aubrey sorriu para mim enquanto colocava a cabeça para fora da grande geladeira de duas portas.
— Você vai comer na sala de jantar?
— Acho que é melhor não…
— O que você quer dizer? — Ela olhou para mim com uma cara franzida.
— Tomei café da manhã sozinha e o Alfa me evitou o dia todo.
De repente, me senti desconfortável na casa do alfa, e acho que ela percebeu.
— Ele não está ignorando você, ele teve que colocar a matilha em alerta de alta segurança.
— Por quê? — Fui eu. É por minha causa.
— Você disse, não é? Dispensar funcionários é o papel do Alfa ou da Luna…
Droga.
— Eu não pensei... — Parei e me virei para ele. Água com sabão caiu no chão da cozinha enquanto segurava um prato molhado na mão. Fui muito além da posição de convidada. Ele estava certo, eu não tinha o direito de fazer algo assim.
— Eu só achei que ela gostaria de sair mais cedo.
— Kaia, relaxa. Estou brincando. Você já comeu?
— Ah, ha ha, boa... — O alívio me invadiu enquanto me virava para a pia, correndo para terminar as últimas panelas.
— Sim, eu jantei. Bem, Alfa Hector, boa noite, vou deixar você jantar. — Deixei a água com sabão para ele limpar o prato e sequei minhas mãos com um pano de prato.
Imaginei que, depois do dia que ele teve, ele gostaria de comer em paz. Coloquei o pano de prato dobrado no topo da ilha e fui embora. Parei quando ele falou.
— Tive guerreiros da Matilha Deserto de Âmbar nas minhas fronteiras o dia todo. Ele falou sério.
— Quem?
— Alfa Than... disse que você era dele.
— Eu não sou dele.
— Não, mas o bebê é dele, não é?

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