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Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 45

Ponto de Vista da Kaia

Alora com Hector.

Eu não entendi.

Não podia acreditar no que estava vendo.

Será que aquilo era uma fotografia falsa, orquestrada por Than, achando que eu voltaria correndo para os braços dele?

Era possível, a tecnologia hoje em dia já estava avançada o suficiente para forjar uma fotografia e eu não duvidaria de nada que Than fosse capaz de fazer. Suas táticas eram cruéis. Ele faria qualquer coisa para manter ela viva.

Mas algo dentro de mim não acreditava naquilo, de algum jeito eu sabia que aquela foto era real. Minha loba já começava a gemer na minha mente.

Será que ela foi a razão pela qual eles se tornaram inimigos? A razão pela qual se odiavam?

Os guerreiros deles estavam prontos para atacar qualquer pessoa inocente a qualquer momento, esperando apenas o comando do alfa.

Uma palavra poderia destruir uma matilha, destruir famílias. E tudo aquilo por quê? Por causa de algum triângulo amoroso distorcido?

Aquilo não poderia estar certo.

Minha cabeça estava pesada... Quanto mais pensava, mais me sentia perdida, mais pensava nas coisas que eu não sabia, coisas que eles sempre esconderam de mim.

Fui arrancada de uma vida tranquila na faculdade para aquela situação. Fui enganada repetidamente.

Por quê? Porque eu era parecida com ela...

Eu não sabia nada sobre ela, mas diria que aquilo foi antes dela consumir o acônito. Ela não era a jovem magricela, deitada numa cama de hospital, sendo mantida viva por máquinas.

Ela era vibrante, estava no seu elemento. Ela estava viva de várias maneiras. Ela era a mulher de quem Than se apaixonou muito antes de eu entrar em cena.

Ela estava de pé ao lado do meu companheiro de segunda chance, e já tinha conquistado o coração do meu companheiro.

Eles pareciam tão felizes... E por um momento fugaz, muito fugaz, eu senti pena do Than.

Mas aquilo passou rapidamente, à medida que a raiva começava a se acender dentro de mim. Uma faísca que prometia queimar selvagemente e sem remorso.

Como ele poderia conhecer ela?

Eu podia sentir as paredes daquele escritório se fechando sobre mim, o colarinho da minha blusa começando a me apertar no pescoço. Meu rosto estava queimando de raiva.

A raiva e os ciúmes começaram a dançar juntos como velhos amigos, enquanto eu olhava a forma como ele a segurava. O Hector nunca me segurou daquela forma. Nem o Than.

Isso não podia ser verdade.

Como diabos ele podia conhecer ela...

Com muito cuidado, eu coloquei a fotografia de volta no lugar e substituí por uma carta que estava em minhas mãos. Era definitivamente a caligrafia do Than, mas daquela vez, a letra dele estava um pouco ilegível em alguns pontos.

Eu estava me afundando na teia de mentiras deles. Nem sabia mais em quem confiar.

— O bebê. — A voz alarmada da minha loba ecoou na minha cabeça. Ela estava certa. Eu achei que estava segura ali. Achei que ele não se importava que eu estivesse carregando o filho do inimigo dele... O herdeiro da Matilha Deserto de Âmbar. Achei que estaria protegida, que teria tempo para considerar meu futuro depois que a criança nascesse.

O herdeiro estaria seguro ali, que talvez ele me ajudaria a me aproximar de Than um dia... Me apoiaria em contar para o Than.

Mas não, ele planejava usar meu filho contra o Than.

Ele tinha me mantido por perto só para me trair no momento certo. Um momento que traria a maior recompensa pessoal para ele.

Eu precisava me mover, já estava ficando tempo demais. Deixei minha guarda baixar de forma estúpida. Nunca mais, nunca mais iria confiar no vínculo do companheirismo que me traiu vez após vez. Eu tinha que encontrar meu pai. Eu sabia que ele estava na região costeira. Só precisava descobrir exatamente onde.

Ouvi os passos dele se aproximando pela porta da frente. O corredor se enchia de risadas enquanto ele e seu beta se divertiam com uma conversa privada. Só mais um Than e Zane, ambos prontos para me trair quando chegar a hora.

Eles ambos passaram pela porta e entraram no escritório. Seus passos pararam quando perceberam que eu estava de costas para eles.

Eles tentaram interagir comigo, começar uma conversa. Mas tudo o que eu conseguia ver era uma versão ao vivo da fotografia se desenrolando diante de mim. A imagem naquele momento estava gravada na minha memória, para a vida inteira.

Será que eu fiz algo de errado para a deusa da lua em uma vida passada?

Nunca ninguém me olhou da forma como Hector estava olhando para ela. Nunca ninguém me abraçou tão forte, como se me deixar ir jamais fosse uma opção. Como se ele não conseguisse respirar direito se eu não estivesse na mesma sala que ele.

Hector deu um passo mais perto de mim, seu braço se estendendo para me tirar do transe de autopiedade no qual eu estava me afogando, minha própria loba chorando por nunca ser boa o suficiente.

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