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Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 49

Ponto de Vista do Hector

— Infelizmente, ela perdeu muito sangue, o bebê não sobreviveu.

— O quê?

— Alfa, eu...

— Você não entende. Ela não pode ter perdido o bebê... Isso vai acabar com ela.

— Fizemos tudo o que podíamos, mas não foi possível. Posso entrar em contato com alguém? Tem alguém que ela queira avisar?

Balancei a cabeça, atordoado com a notícia terrível.

— Não... Eu mesmo cuido disso. — Ouvi minha própria voz sair sem emoção, monótona. Eu simplesmente não conseguia acreditar que aquilo tinha acontecido.

— Vou deixar vocês a sós por um momento. — Ele fez um gesto com a cabeça para que a enfermeira, sentada num canto da sala, saísse com ele, me dando um pouco de privacidade com Kaia.

Ela parecia tão em paz ali, deitada na cama. Assim que acordasse, aquela paz interior que ela vinha tentando recuperar iria desmoronar.

Como eu ia contar aquilo para ela?

Como diria uma notícia tão devastadora daquele jeito?

Ouvi meu lobo choramingando dentro da minha mente, querendo tirar dela a dor que estava por vir.

Se eu pudesse, suportaria tudo por ela. Eu tomaria aquela dor para mim sem pensar duas vezes.

Mas ela era forte. Ia superar. E eu estaria ao lado dela em cada passo.

...

— Alfa? — Senti alguém me sacudindo o ombro. Meu corpo doía enquanto eu voltava à consciência.

— O quê? — Me sentei, esfregando a nuca. Devia ter adormecido ali mesmo, com a cabeça encostada na beira da cama da Kaia. Minha mão ainda segurava a dela.

— Alfa, por que não me deixa ficar com a Kaia um pouco? Você não parou nem um segundo. Vai para casa, tenta dormir um pouco. — A voz de Aubrey soou no quarto escuro do hospital.

— Que horas são?

— Meia-noite. Você precisa comer, descansar...

— Não posso deixar ela sozinha.

— Eu fico aqui. Assim que ela der qualquer sinal de que vai acordar, eu te chamo pela conexão mental. — Aubrey garantiu.

Eu não queria sair de perto da Kaia, mas ela tinha razão. Eu precisava descansar, me recompor para quando Kaia acordasse. Precisava estar forte por ela e ser o apoio dela.

Caminhei devagar e em silêncio de volta para a casa do alfa. Assim que entrei, senti o cansaço me atingir de vez, mas fome era algo que eu definitivamente não sentia.

O corredor tinha sido limpo a fundo com água sanitária, e o cheiro ainda estava forte no ar.

Aubrey tinha deixado um prato de comida no balcão da cozinha, mas só de olhar já me dava enjoo.

A única coisa que me ajudaria naquela hora era um bom gole de uísque.

Segui o rastro, empurrando Medea para o lado com suas tentativas patéticas de ser simpática comigo, claramente uma ordem que ela recebeu.

Mas entre nós dois nunca daria certo. Já tinha acontecido coisa demais.

Na verdade, eu nem precisava seguir o cheiro. Sabia exatamente onde ela estaria. No quarto de Than. Onde mais ela poderia estar?

Quando nossos olhares se encontraram, foi como se eu tivesse perdido e, de repente, tivesse voltado para casa.

Sim, eu nunca deixei de planejar, de lutar para libertar Alora. Mas não podia mais negar que, de alguma forma, Kaia também tinha conquistado um espaço no meu coração.

O cheiro dela não era tão forte quanto o da Alora, mas aquele aroma de coco com limão era inconfundível. E, aos poucos, foi se gravando em mim.

Coloquei o copo de uísque sobre a mesa. Será que era o álcool que tava me deixando assim confuso? Será que eu estava mesmo apaixonado pela Kaia?

Olhei a caligrafia apressada do Than no bilhete que ele deixou para ela. Que audácia... Ele ainda tinha a ousadia de achar que ela voltaria para ele.

Joguei o copo de uísque contra a lareira.

O vidro se estilhaçou, espalhando pedaços pelas brasas fracas que ainda restavam do fogo que Aubrey devia ter acendido achando que eu voltaria mais cedo naquela noite.

Foi ele. Foi ele quem causou isso. Ela perdeu o bebê por culpa dele.

O plano egoísta dele, tentando forçar ela a se afastar de mim, acabou resultando no aborto do próprio filho.

Do herdeiro da própria matilha dele.

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