Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 59

Hector POV

— Você não precisa me jogar para fora, Hector, eu vou embora. Mas mudar de alcateia não termina um casamento ou um contrato... lembre-se disso, Kaia.

— Assim que eu puder, vou te enviar os papéis do divórcio.

É o último disparo dela enquanto ele fecha a porta do carro.

Eu sei que ele ouviu, suas mãos segurando o volante com tanta força que seus nós dos dedos estavam ficando brancos.

Talvez tenha algum propósito em ter guerreiros vigiando as fronteiras, pelo menos para lembrá-los de que eles não dominam mais o mundo dos lobisomens.

Não mais.

Nós dois observamos o carro de Alfa Damon se afastar, seus olhos nos observando pelo retrovisor.

— Kaia, me deixe explicar... — Eu chamo por ela, mas ela já está se afastando de mim. Como chegamos a isso, a ponto de ela mal conseguir me olhar nos olhos?

— Você pode ir a qualquer momento, por favor?

A cabeça dela se vira de volta para a direção de onde ela veio, a direção de onde ela estava indo embora... mas por um golpe de sorte, um mero fio de esperança que eu preciso agarrar antes que desapareça, ela decide me ouvir.

Eu a levo para a sala de estar, os sofás confortáveis oferecendo um ambiente mais informal e relaxado do que a decoração autoritária do meu escritório.

Eu precisava que ela se sentisse à vontade na minha presença novamente.

Me sentindo desconfortável em minha própria casa, merda, tento pensar em como começar minha explicação. Minhas mãos estão suadas, sinto gotas de suor se formando nas laterais da minha testa.

— Eu soube que Alora era minha compenheira alguns dias antes de Than completar 18 anos. Ele me desafiou instantaneamente, alegando que era ela a sua compenheira... que eu estava errado, que eu tinha uma motivação oculta.

— Alfa... — Ela precisa me ouvir, ela precisa entender.

— Kaia, por favor, deixe-me te contar meu lado da história.

Com um suspiro, ela se recosta um pouco mais confortavelmente no sofá, estendendo a mão como um gesto para que eu continue.

— Tanto Alora quanto Than eram menores de idade, eles se recusaram a acreditar que minha afirmação era verdadeira. Ou, pelo menos, Than recusou. Alora queria saber mais...

Kaia solta um riso irônico, o que me frustra. Ela não conhece Alora, ela tem uma imagem de vilã na cabeça... mas ela é tudo, menos isso. Ela é a garota mais doce, que ama a todos.

Eu continuo, agora não é hora de corrigir Kaia sobre todas as coisas relacionadas a Alora.

— Alora queria me ouvir, mas Than não deixou. Ele ordenou que ela não se aproximasse de mim, proibindo-me de passar qualquer tempo com ela. Ele estava preocupado, como deveria estar, de que, quanto mais tempo eu passasse com ela... mais ela sentiria o vínculo entre nós.

— Sim.

Ela permanece em silêncio por um momento, mas posso ver que ela quer me fazer uma pergunta.

— Como eu me encaixo nisso tudo?

— Um simples acordo comercial, você por ela. Ela precisa se libertar dele, Kaia. Mesmo que ela não me escolha, ela precisa escapar dele.

— Então toda essa alcateia que você construiu... é para ela? Hector, você fala como se ela estivesse presa, como se fosse forçada contra sua vontade. Ela não está... ela é adorada. Ela não precisa ser libertada... — Ela pausa, balança a cabeça antes de continuar. O que mais ela ia dizer?

— Você perdeu todo o poder de barganha agora, de qualquer forma, com o herdeiro dele morto... você não tem mais nada.

Meu coração dói pelo que ela passou. Se eu tivesse sido mais honesto, talvez ela pudesse ter me ajudado desde o começo. Kaia é inteligente, ela é forte... mais experiente que Alora.

Ele ainda quer ela de volta. Esse é o único motivo para ele ter enviado seu pai aqui. Eu preciso saber o porquê... qual a razão de ele querer ela de volta. Ele nunca soube da gravidez dela.

Agora ele tem Alora... então por que... por que querer a compenheira que ele praticamente rejeitou?

— Eu não vou te trair, Kaia, mas eu preciso libertá-la.