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Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 83

Ponto de vista do Hector

Eu tinha ampliado minha busca até o Alfa Jude. Precisava da ajuda dele para investigar informações que vinham de muito antes de eu ter fundado a matilha, há quatro anos. Sim, eu tinha inteligência, sim, eu tinha registros... Mas nada comparado ao que o Alfa Jude guardava, décadas, talvez séculos, de nomes de alfas e detalhes sobre suas matilhas.

Eu sabia que estava forçando a barra, mas que outra escolha eu tinha?

Aceitar meu destino com Alora e ficar esperando o vínculo de companheirismo simplesmente desaparecer? Esperar que ela fosse marcada por Than?

Não. Eu precisava me manter ocupado, e precisava encontrar a Kaia antes dele.

Não entendia aquela obsessão dele por encontrar ela. Ele dizia que era por causa da Alora e negava qualquer outro motivo. Mas eu sabia que ele estava procurando a Kaia. Os rastreadores dele já foram vistos vasculhando as fronteiras das matilhas da aliança. Se eu quisesse, bastava dar uma ordem e eles seriam atacados.

A culpa dele estar atrás dela de novo era minha. Naquele momento de raiva cega, acabei revelando informações das quais naquele momento me arrependia. O vínculo com Alora sempre me fez agir de forma irracional, como se alguma coisa tomasse conta de mim, algo que nem eu reconheci.

E naquele momento, talvez eu tenha colocado Kaia em perigo.

Eu precisava encontrar ela antes.

Ezra, Riley e eu estávamos investigando o passado de todos os alfas que já tinham visitado a Matilha Fantasma das Trevas desde a sua criação, e eram mais do que eu imaginava. Mesmo em apenas quatro anos, tínhamos sediado mais eventos do que eu gostaria de lembrar.

— Esse aqui? — Chamou Riley, enquanto subia a foto de outro alfa na grande tela que eu tinha mandado instalar no escritório para nos ajudar na busca.

— Não, ele morreu. O filho dele assumiu a matilha... — Corrigi, puxando pela memória.

— Vai ver a Kaia não soube que ele morreu... Talvez por isso não conseguiu encontrar ele. — Sugeriu Ezra.

— Então... Pode ser... — Respondi, mas sem muita convicção.

A Kaia tinha um objetivo claro desde o primeiro dia em que apareceu ali. Achei que tinha sido esperto ao convencer ela a entrar na minha matilha, achando que eu estava no controle. Mas, na verdade, ela me manipulava desde o início.

Não importava o jogo que eu tentasse jogar com ela, no fim, ela teria bebido meu sangue de qualquer jeito. Poucos conseguiam jogar comigo daquele jeito.

— E esse aqui? — Perguntou Riley, subindo outra imagem na tela.

O rosto não me dizia nada. Todos já estavam começando a parecer iguais.

Era um homem de cabelo preto, com aquele ar típico de alfa... Mas nada nele me despertava qualquer lembrança.

— Não me lembro dele...

— Vou ver se encontro alguma imagem dele chegando na matilha. Nossas câmeras devem ter registrado algo. Também vou mandar um e-mail pro Beta Edmund, ver se ele tem alguma coisa no sistema dele.

Estávamos andando em círculos, e eu já estava perdendo completamente a paciência com aquela busca.

Já faziam dias... Como Kaia podia ser tão difícil de encontrar? E quem era aquele alfa misterioso que ela tanto procurava?

— Achei, Alfa. Pode ser ele... O cabelo agora está grisalho comparado à primeira imagem, mas esse homem com certeza esteve na nossa matilha. — Disse Riley, enquanto mostrava na tela uma imagem dele atravessando os jardins frontais da área dos alfas.

O cabelo ainda era escuro como na outra foto, mas naquele momento estava mesclado com fios brancos, mostrando que ele tinha envelhecido bastante... E aquela cicatriz no rosto.

— E aí, o que foi?

— Vocês não vão acreditar, chegou outro e-mail agora. — Riley colocou o novo e-mail na tela e começou a ler.

— O Beta Edmund escreveu: Nossos registros mostram que a Matilha Águas Claras de Alfa Beckett foi atacada há quatro anos. Motivo do ataque: Desconhecido. Desde então, Beckett visitou várias matilhas procurando terras para comprar. Disse que a companheira dele morreu no parto e que a filha foi morta no ataque.

Assim que Riley terminou de ler, meu celular começou a tocar. Olhei o identificador de chamadas: era o Alfa Jude. Ele tinha algo para dizer, mas claramente não queria deixar registrado num e-mail.

— Jude?

— Hector, a criança que morreu no ataque... Estou te mandando uma foto dela agora.

— Ela... — Comecei a dizer, mas ouvindo o suspiro dele antes de encerrar a ligação.

Meu celular apitou com a nova mensagem. Abri o arquivo e vi a foto de uma menina, talvez com uns 13, 14 anos no máximo.

Era uma foto dela sorrindo, ao lado do Alfa Beckett, que encostava os lábios no topo da cabeça dela. Eles estavam em frente a uma casa grande, presumi que fosse uma casa de alfa. Pele dourada pelo sol, cabelos longos e castanhos e um sorriso no rosto enquanto olhava para câmera.

Ela parecia feliz, ainda com aquela inocência típica de criança. O rosto de Beckett também sorria, sem nenhum sinal da cicatriz. Aquela foto tinha sido tirada antes do ataque à matilha.

Era ela. Ele era o Alfa que ela estava procurando.

Kaia...

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