Ponto de vista do Hector
Eu tinha ampliado minha busca até o Alfa Jude. Precisava da ajuda dele para investigar informações que vinham de muito antes de eu ter fundado a matilha, há quatro anos. Sim, eu tinha inteligência, sim, eu tinha registros... Mas nada comparado ao que o Alfa Jude guardava, décadas, talvez séculos, de nomes de alfas e detalhes sobre suas matilhas.
Eu sabia que estava forçando a barra, mas que outra escolha eu tinha?
Aceitar meu destino com Alora e ficar esperando o vínculo de companheirismo simplesmente desaparecer? Esperar que ela fosse marcada por Than?
Não. Eu precisava me manter ocupado, e precisava encontrar a Kaia antes dele.
Não entendia aquela obsessão dele por encontrar ela. Ele dizia que era por causa da Alora e negava qualquer outro motivo. Mas eu sabia que ele estava procurando a Kaia. Os rastreadores dele já foram vistos vasculhando as fronteiras das matilhas da aliança. Se eu quisesse, bastava dar uma ordem e eles seriam atacados.
A culpa dele estar atrás dela de novo era minha. Naquele momento de raiva cega, acabei revelando informações das quais naquele momento me arrependia. O vínculo com Alora sempre me fez agir de forma irracional, como se alguma coisa tomasse conta de mim, algo que nem eu reconheci.
E naquele momento, talvez eu tenha colocado Kaia em perigo.
Eu precisava encontrar ela antes.
Ezra, Riley e eu estávamos investigando o passado de todos os alfas que já tinham visitado a Matilha Fantasma das Trevas desde a sua criação, e eram mais do que eu imaginava. Mesmo em apenas quatro anos, tínhamos sediado mais eventos do que eu gostaria de lembrar.
— Esse aqui? — Chamou Riley, enquanto subia a foto de outro alfa na grande tela que eu tinha mandado instalar no escritório para nos ajudar na busca.
— Não, ele morreu. O filho dele assumiu a matilha... — Corrigi, puxando pela memória.
— Vai ver a Kaia não soube que ele morreu... Talvez por isso não conseguiu encontrar ele. — Sugeriu Ezra.
— Então... Pode ser... — Respondi, mas sem muita convicção.
A Kaia tinha um objetivo claro desde o primeiro dia em que apareceu ali. Achei que tinha sido esperto ao convencer ela a entrar na minha matilha, achando que eu estava no controle. Mas, na verdade, ela me manipulava desde o início.
Não importava o jogo que eu tentasse jogar com ela, no fim, ela teria bebido meu sangue de qualquer jeito. Poucos conseguiam jogar comigo daquele jeito.
— E esse aqui? — Perguntou Riley, subindo outra imagem na tela.
O rosto não me dizia nada. Todos já estavam começando a parecer iguais.
Era um homem de cabelo preto, com aquele ar típico de alfa... Mas nada nele me despertava qualquer lembrança.
— Não me lembro dele...
— Vou ver se encontro alguma imagem dele chegando na matilha. Nossas câmeras devem ter registrado algo. Também vou mandar um e-mail pro Beta Edmund, ver se ele tem alguma coisa no sistema dele.
Estávamos andando em círculos, e eu já estava perdendo completamente a paciência com aquela busca.
Já faziam dias... Como Kaia podia ser tão difícil de encontrar? E quem era aquele alfa misterioso que ela tanto procurava?
— Achei, Alfa. Pode ser ele... O cabelo agora está grisalho comparado à primeira imagem, mas esse homem com certeza esteve na nossa matilha. — Disse Riley, enquanto mostrava na tela uma imagem dele atravessando os jardins frontais da área dos alfas.
O cabelo ainda era escuro como na outra foto, mas naquele momento estava mesclado com fios brancos, mostrando que ele tinha envelhecido bastante... E aquela cicatriz no rosto.

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