Hector
Assim que ela conseguiu ficar de pé sozinha novamente, eu a soltei. Pareceu errado tocar em outra mulher, especialmente uma que fosse a cópia da Alora. Mas eu me senti vazio.
Fiquei surpreso com a sensação de pânico que entrou no meu peito, me causando desconforto, enquanto a via com dor.
Eu a segurei quando seus joelhos começaram a ceder. Senti a luta do vínculo da Matilha Deserto de Âmbar tentando impedir que o meu assumisse o controle.
Eu realmente não achei que ela beberia meu sangue. Ela até fez uma pausa, um momento de hesitação enquanto o cálice pousava em seus lábios carnudos. Meu plano quase acabou ainda no começo.
Ela poderia ter recusado o teste, mal sabia ela que, ao beber meu sangue, estava se encaixando perfeitamente no meu plano.
Mas por que ela estava fugindo?
Não havia como negar que ela fazia parte da matilha dele. Mas agora ela era minha.
Ela agora pertencia à Matilha Fantasma das Trevas.
Pertencia a mim.
Ah, o poder que tinha sobre ele. Mal podia esperar para ver a cara dele quando percebesse que ela agora estava na minha matilha.
Como poderia usar ela para prender ele e finalmente resgatar Alora do seu domínio monstruoso? Ele era um idiota incompetente por deixar Kaia escapar.
Ela já estava de pé sem ajuda e minha palma já estava se curando da adaga de prata.
Kaia...
Esse era o nome dela. Era isso que eu conseguia sentir através do vínculo recém-formado da matilha.
— Ezra, traga água e uma barra de chocolate para Kaia.
— Não precisa. — Kaia gritou atrás do meu beta, mas ele já tinha saído da sala, seguindo meu comando.
— Você vai precisar de um pouco de açúcar. Você era uma desgarrada, precisa de tempo para se ajustar a um vínculo de matilha.
Nossos vínculos de matilha são difíceis de resistir. Ela fez bem em lutar contra o vínculo da Matilha Deserto de Âmbar.
Mas eu não queria que ela soubesse que eu estava ciente disso, era melhor para meus planos deixar ela acreditar que eu achava que ela era desgarrada.
Puxei uma cadeira para ela se sentar, enquanto caminhava em direção ao outro lado da minha mesa.
— Eu meio que esperava que sua loba arranhasse você para parar.
— Hum… você não conhece minha loba.
Interessante, que coisa interessante para ela dizer.
Ezra não demorou muito e eu insisti para que ela tirasse um momento para comer um pouco de chocolate e tomar um gole de água.
Ela estava parecendo um pouco mais pálida do que eu imaginava ser sua pele normal, beijada pelo sol, e eu me peguei observando ela mordiscar o chocolate, fascinado pelas semelhanças.
Sim, agora acredito.
Suas palavras foram resilientes, mas a elevação de seu queixo me informou que ela ainda tinha negócios inacabados com aquela matilha e com o alfa. Como ela não poderia?
— Como você se tornou uma desgarrada?
— Fui traída... — Ela sussurrou, como se realmente causasse dor ao falar isso.
Eu a observei por um momento. Seus olhos propositalmente observavam meu escritório. Ela não queria continuar essa conversa.
— Muito bem. Ezra vai te mostrar seu quarto e dar um breve passeio pela matilha de carro. Minha equipe da casa está aqui para ajudar você com o que precisar. Toda sexta-feira à noite, abro o salão ao lado para um jantar da matilha, seria uma boa oportunidade para vocês se conhecerem. É às 20h, depois da nossa corrida de matilha às 18h.
— Corrida de matilha? — Ela olhou para mim com os olhos arregalados, antes de seus olhos dispararem para a porta do meu escritório novamente.
Ela já tinha ido muito longe para fugir agora.
— Você não gosta de corridas de matilha?
— Não é isso. É que... não posso me transformar agora.
Meu lobo entendeu suas palavras. Estranhamente, um leve gemido soou na minha cabeça vindo dele.
— Estou grávida.

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