NO MORRO DA ROCINHA romance Capítulo 21

Malu narrando

Eu não sei se estou vivendo ou apenas esperando o dia da minha morte chegar, eu não sei o que aqueles policiais fizeram comigo depois de eu tomar um copo de água, depois de aceitar todos os detalhes e tudo que eles colocaram sobre a mesa para fazer parte do nosso acorde, de assinar o documento em frente ao juiz e ter a certeza que tinha sido entregue para minha mãe uma cópia do acordo que eu fiz.

Rd como eu já sabia, me encheu de perguntas e seu olhar para mim era desconfiado, eu estava inquieta dentro desse quarto, querendo fugir e correr para o mais longe possível.

- Os exames deram tudo certo – a médica fala – ela está bem.

- O que eles fizeram comigo? – eu pergunto para ela que me encara – você consegue ver se eles – a médica me encara.

- Não tem sinal de abuso, não foi encontrado nenhum vestígio de esperma – ela fala – e nenhum machucado dentro de você, então acreditamos que ele tenha apenas te batido.

Os machucados que ela falava, não tinha sido os policias e Rd sabia disso, tinha sido Perigo, se Kaio e sua equipe não tivesse chegado naquele momento, eu estaria nesse momento morta ou com muita sorte estaria respirando em cima de uma cama, mas destruída.

- Ela pode sair? – Rd pergunta e a médica apenas assente .

Se ela quisesse me deixar mais um pouco aqui, não iria adiantar de nada a pergunta de Rd quase nem foi uma pergunta, foi uma ordem.

Ph me ajuda a subir até o quarto e me deita na cama.

- Boa recuperação – ele fala me olhando.

- Obrigada – eu respondo – Ph – ele me encara – pode falar cm a julia para ela vir até aqui.

- Posso – ele fala e eu assinto.

Ele sai do quarto e eu me deito para trás e sinto algo embaixo do travesseiro, quando eu coloco a mão eu vejo um saquinho com várias mini presilhas e um recado:

‘’ Bem vinda de volta Maria Luiza’’

Na mesma hora eu vejo que era os microfones que eles queriam que eu colocasse e começo a ver que deveria ter algum dentro desse quarto, e quem colocou eles aqui tinha acesso a casa.

Eu não estava sentindo dor, estava sentindo apenas cansaço, corpo mole e um peso na cabeça, depois de dormir um pouco eu desço as escadas e olho para porta vendo que tinha um vapor armado.

- Rd mandou você ficar aqui? – eu pergunto para ele.

- São ordens – é a única coisa que ele me responde.

- Como é seu nome? – eu pergunto e ele não responde, continua com a mesma postura – ok, você não quer falar, eu também não queria saber o seu nome.

Eu vou para cozinha e preparo alguma coisa para comer, me sento na mesa mas só de pensar naqueles policiais e naquelas coisas no meu quarto, me fazia perder a fome. Eu sei que fiz um acordo e que realmente eles poderiam ter a intenção de me ajudar, mas estou no meio do covil.

- Você – eu falo me aproximando daquele homem armado – eu nunca vi você aqui no morro – ele me encara – você é novo?

- Rd me deu ordens para não falar com você – ele fala.

- Estranho, você é estranho – eu falo e a porta é aberta e Rd entra.

- Ela está te incomodando? – ele pergunta para o vapor que apenas nega com a cabeça – está liberado, pode ir.

O vapor sai.

- Porque eu estaria incomodando ele? – eu questiono Rd.

- Fala de mais o tempo todo, tem idéias malucas, sai correndo pelada pelo morro, coloca coisas na cabeça dos outros, arruma confusão por aí – ele fala.

- Eu não vou fazer nada – eu falo para ele.

- Sabe o que fizeram com Perigo? – ele pergunta – estão torturando ele porque você não disse nada.

- Se eu falasse algo vocês iriam me matar – eu falo.

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