O Cafajeste já tem Dona romance Capítulo 42

- O que vamos fazer? – Perguntei, confuso.

- É. Você não espera deixar as coisas como estão não é? – James acrescentou.

- Eu andei pensando em ir lá amanhã. – Tyler continuou – Se você quiser eu posso falar com ela e...

- Não. – O interrompi – Deixe as coisas como estão. Nossos planos nunca dão certo e talvez esse seja o nosso problema. Temos que deixar que as coisas tomem o seu curso natural, não adianta querermos forçar nada. Se for para acontecer, vai acontecer. Se não, não adianta.

- Tudo bem. – Ele concordou.

Eu estava começando a me sentir um pouco zonzo demais. Provavelmente por causa daquela mistura de uísque e champanhe. Sempre ouvi dizer que o álcool subia mais rápido para a cabeça quando se misturava bebidas. E sempre evitei fazer isso. Mas essa era uma noite que pedia tanto o uísque para consolar quanto o champanhe para brindar.

Fechando os olhos, apoiei a cabeça na mesa, cansado, e ouvi um telefone tocar. Tocou, tocou e tocou... Quando pensei em mandar alguém atender aquela merda, ele parou de tocar.

Abri meus olhos e vi que todos me encaravam. Só então percebi que era o meu celular que tocava. Eu com certeza estava embriagado para não ter percebido que era o meu toque.

Logo em seguida, outro telefone soou. Era de Tyler. Vi quando atendeu:

- Alô? – Uma pausa. – Sim... Espera. Vou passar para ele. – Então ele me estendeu o telefone, dizendo – É Elena. Quer falar com você.

Vi a expectativa nos olhos de todos, enquanto eu pegava o celular e atendia:

- Alô?

- Thiago, eu... Estou precisando de uma ajuda. – Sua voz soava preocupada do outro lado da linha, e embora estivesse meio embriagado, me coloquei em total alerta.

- O que houve? É o seu machucado? Voltou a sangrar? Precisa de um médico? Fala, mulher! – Surtei.

- N-não. Eu estou bem. Mas Lizie e Alex estão com febre e só choram. A febre não quer baixar! Eu não sei mais o que fazer! Não ligaria se não estivesse desesperada. Preciso de ajuda. – Aquelas últimas três palavras me desarmaram completamente. Era isso o que eu não queria que acontecesse. Estar longe quando minha família precisasse de mim, me sentir um inútil.

- Estou indo aí. Prepare uma mala com algumas coisas, vamos levá-los ao hospital. – Falei, alerta. A adrenalina dissipando qualquer rastro de embriaguez da minha mente.

Desliguei e vi os rostos preocupados dos meus amigos.

- O que houve? – Jonathan perguntou.

- Lizie e Alex não estão bem. Vou levá-los ao hospital. – Falei, me levantando e pegando a chave do carro.

- Espere! – James exclamou. – Você vai dirigir nesse estado?!

- Não faria isso se não estivesse precisando! – Retruquei de volta.

- Ouça o que James diz, Thiago. – Jonathan entrou na conversa – Pegue um táxi.

Cedi, sabendo que não me deixariam dirigir naquele estado, e quanto mais tempo eu perdia discutindo, mais demoraria para Lizie e Alex ficarem bem.

Pedi um táxi pelo telefone, que levou dois minutos para chegar, mas que pareceram horas.

Então, quando estava entrando no táxi, na parte da frente, e dando o endereço ao motorista, Jonathan, James e Tyler aproveitaram para se instalarem na parte de trás do carro.

O motorista acelerou, e só então eu percebi que estávamos todos dentro do carro.

- Mas o que é isso?! – Exclamei. – O que pensam que estão fazendo? Vocês não vão!

- Vamos sim. – Tyler teimou – Você não pensou que fosse ir sozinho, não é? Eu sou o padrinho, lembra? Tenho o direito de ir também!

- Todos nós queremos ir. – James o apoiou. – Não é legal ficar em casa esperando notícias.

- E eu posso saber onde Elena vai sentar? – Retruquei.

- Eu ia dizer no seu colo – Tyler falou – Mas se você não faz questão, então eu a deixarei sentar em mim com muito gost...

- Cale a boca! – Gritei.

Todos gargalharam. Tive a impressão de que até o motorista tentava esconder a risada.

Idiotas!

Chegamos rápido. E vi que Elena já estava esperando do lado de fora. O táxi parou e eu a vi se aproximar. Parou quando viu que não havia lugar livre para ela.

Ela me indagou com o olhar.

Eu abri a porta e falei:

- Eu disse para eles não virem, mas como pode ver não adiantou muito e eles ganharam a discussão. Vai ter que se sentar aqui. – Bati em uma de minhas coxas.

Ela bufou, mas não reclamou, embora seu olhar mostrasse indignação. Se sentou em meu colo, e eu rodeei sua cintura com os braços, fechando a porta.

O táxi voltou a andar, e Tyler falou:

- Me dê. – Estendeu os braços, querendo pegar as crianças para que não ficássemos tão tumultuados na frente.

Lizie e Alex pareciam choramingar, inquietos.

Elena os entregou. Tyler segurava Lizie, e James segurava Alex.

Durante o caminho, enquanto apertava Elena contra o meu tórax, eu estava dividido entre querer que o táxi chegasse logo por causa das crianças e querer que ele fosse mais devagar, para que eu pudesse tê-la daquele jeito por mais tempo.

Então ela olhou para mim e perguntou:

- Você andou bebendo? Foi por isso que não me atendeu? – Seu tom era de reprimenda, então fui logo dizendo:

- Me desculpe. Não sabia que era o meu celular tocando, eu estava distraído. Mas se soubesse que era você ligando com certeza teria atendido.

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