O CEO sem coração romance Capítulo 143

LINDA

Rômulo ficou 5 dias preso e o juiz decidiu que ele deveria ficar a 100 metros de distância de mim.

Ainda não me conformo com isso e ele também não.

Estou morando num apartamento no outro lado da cidade. Nesses 5 dias eu fiquei na minha casinha. Aliás, eu terei que retirar minhas coisas de lá, porque o tempo que paguei o aluguel já acabou e o dono quer a casa de volta.

Então empacotei tudo com a ajuda das minhas vizinhas e vou deixar na garagem de uma delas. O Vinícius, meu amigo de infância, me ajudou. Era sua última semana em terra, antes de voltar para a plataforma. Ele me ajudou a pegar as coisas pesadas.

Eles me deram apoio.

Todo mundo sabe do que aconteceu comigo. Meus vizinhos próximos acharam uma injustiça, pois eu já havia sofrido demais com a perda do meu pai naquela época. E sinceramente, ainda não superei essa perda.

Nos dias que passei na minha casinha tive muitas recordações do meu pai e fiquei pensando que as coisas poderiam ser diferentes se ele ainda estivesse vivo.

Não me arrependo de ter conhecido o Rômulo, o caminho foi difícil, mas construímos uma linda história de amor.

Mas eu sei que se o meu pai ainda estivesse aqui, eu não teria o procurado, não teria sofrido naqueles dois dias e nada disso estaria acontecendo agora.

Vai saber como o destino trabalha? Talvez nos encontrássemos em outro momento, apesar de que o Rômulo sempre dizia que ele não ficaria com uma mulambenta como eu. Talvez sem esse drama todo hoje ele não seria o Rômulo por quem me apaixonei.

O pior de tudo é que faz alguns dias que tenho sofrido de dores de cabeça e pressão baixa. Eu não sei o que eu tenho, mas da próxima vez que me incomodar com isso eu não vou pensar duas vezes antes de procurar um posto de saúde. Tenho medo de estar doente.

A mãe do Rômulo tem me ajudado bastante. Ela está estressada com o filho por causa do que ele fez no passado, mas também não quer que fiquemos afastados. Ela sofre com essa indecisão de apoiar nós dois juntos e apoiar que nos afastemos.

Ela não é uma pessoa ruim. Ela é uma boa mãe que está confusa entre ver que seu filho mudou e agora está feliz com uma pessoa, mas ela enxerga que o que ele fez foi muito mal e ela não concorda com isso.

Assim que ele saiu da cadeia, eu recebi uma mensagem do Rodrigo: Estou indo buscar o Rômulo.

Esse foi o momento mais feliz nessa semana de pura tensão.

Eu tentei imaginar o Rômulo preso e imagino que ele deva sair de lá revoltado. Tenho medo do temperamento dele voltar a ser como quando o conheci e ele me culpar de tudo. Afinal de contas, fui eu quem o procurou.

Mas como a mãe dele eu concordo que ele não deveria ter feito o que fez comigo. Tanto que demorei muito para superar.

Estava começando biscoito com suco enquanto esperava a ligação do Rômulo.

Estava com medo do que ouviria. Enquanto isso a minha campainha tocou. Eu achei que era ele. Eu acreditei de verdade que ele poderia ter saído da cadeia e vindo direto para cá, mas quando abri a porta era o Vinícius.

— Oi, Vinícius. — o cumprimentei com um beijo no rosto e ele estava com uma sacola na mão.

— Tudo bem?

— Estou bem. Entre. — saí da frente.

— Estou só de passagem. Queria saber como você estava e vim trazer umas coisas que a minha mãe fez. Ela fez um pouco para mim e um pouco pra você.

— Já está indo para a plataforma?

— Sim. — ele deu um sorriso pequeno e me entregou a sacola. — Minha mãe disse que só aceita receber a bandeja pessoalmente, então já sabe.

Eu levei para a cozinha sorrindo. — Vou visitá-la sim. Pode deixar. Eu também vou ligar para agradecer. — voltei para a sala.

— Espero te ver logo.

— Também. Obrigada por me ajudar com as coisas lá. — sorri.

— Uma pena que não vai morar mais lá.

— Acredite. Eu trocaria tudo para voltar a morar lá com o meu pai… — respirei fundo. — Mas como isso não é possível, acho que também não é bom eu ficar lá.

Ele balançou a cabeça. — Você pode fazer daqui um lar também. Só não mude quem você é, Linda. E não se esqueça da gente.

— Jamais. — lhe dei um abraço de despedida. — Boa sorte na plataforma.

— Obrigada. Se cuida, tá? — ele beijou a minha cabeça.

Quando ele saiu, eu fiquei com vontade de chorar. Algumas lágrimas ainda cairam por causa do que ele falou sobre mim.

Eu larguei os meus biscoitos doces para comer o que a mãe dele tinha mandado. Era pão de queijo frito e batatas fritas. Eu comi muito. Não comi tudo, mas comi muito.

Quando parei, meu estômago embrulhou. A dor de cabeça veio forte e as minhas pernas até tremeram. Corri para o banheiro e levantei a tampa, me ajoelhei ali sentindo náuseas e então vomitei tudo o que comi.

Fiquei alguns minutos até me sentir melhor. Então levantei e escovei os dentes.

Não vou mais negligenciar isso. Vou no postinho.

[•••]

— Você tem diabetes? — a enfermeira perguntou, marcando uma ficha com meu nome. Eu já tinha explicado tudo o que estava passando.

— Não.

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