O CEO sem coração O café da manhã

LINDA
Acordei com as costas estalando e fui tomar meu banho para ir pra empresa.
Segundo dia e já estou me acostumando com a rotina. Sorte minha.
Desta vez eu iria usar uma calça de alfaiataria na cor cáqui e uma blusa vermelha de manga longa.
Penteie meus cabelos dividindo o meio e o amarrei baixo, deixando o cumprimento ficar ondulado.
Me perfumei, fiquei até com cara de quem não é quebrada.
Tem roupa cara que vale a pena ter.
Peguei uma bolsa e saí de casa.
O Rômulo já tinha me mandado mensagem dizendo que me esperava fazia 6 minutos.
Parece que não sabe esperar.
— Bom dia, vizinha. — o meu vizinho acabava de sair do elevador.
— Bom dia, vizinho! — respondi com ânimo e entrei no elevador.
Nossa, eu não me acostumarei com esse vizinho meu. Eita homem bonito!
Ainda é muito gentil. Tem uma energia boa.
É bom acordar e encontrar com alguém assim. O meu pai era assim.
Mas quando saí do elevador e depois do prédio, vi o carro do Rômulo e já esperei ver a sua cara de gente ambiciosa e má.
E ninguém saiu do carro pra abrir a porta pra mim. Bem cavalheiro ele. É o cavalheiro de ontem.
Entrei no carro e ele estava todo duro, mexendo num tablet.
— Bom dia. — eu disse mais direcionado ao motorista.
— O jantar na casa da minha mãe será hoje. — Rômulo foi logo avisando.
— Hoje? Já?!
— Sim. O meu pai não está em casa, então hoje é o dia perfeito.
Ele só pode ter algum problema com o pai.
— E que horas é isso mesmo?
— Às sete da noite. Eu te pego em casa.
— Diz na frente, né? Do prédio? porque você sabe da regra. — eu frisei.
— Claro que eu sei da regra. — ele falou sem muito interesse. — Eu estarei esperando no carro. Espero que você seja pontual. — ele não tirava os olhos do tablet.
— Ótimo. — eu também parei de olhar para ele e me mantive olhando para frente.
fomos para a cafeteria, para tomar o café da manhã. Aquela cafeteria onde eu tinha ido no dia anterior.
Bastou a gente passar pela porta que as pessoas que estavam ali dentro já reconheceram e ficaram cochichando, com o celular apontado para gente.
Eu nem tô mais olhando as redes sociais, para não ficar colocando nada na minha cabeça, estou focada no contrato nesse momento e nada mais além disso e mostrar para Ana Cláudia que eu posso ter alguma coisa com um cara rico, mas não seria como o Rômulo, é claro.
Sentamos numa mesa e eu pedi um café da manhã leve, ele também pediu a mesma coisa, então ficamos ali esperando o café da manhã chegar e enquanto isso ele estava com a cara enfiada naquele tablet.
Tinha umas meninas olhando e comentando sobre a gente.
A nossa postura não parecia de um novo casal feliz.
acredito que eu vou ter que fazer alguma coisa para que o povo fique pensando que nós estamos juntos mesmo. Eu esperava isso da parte dele porque eu já colaborei demais assinando aquele contrato e como a cafeteria estava cheia qualquer coisa que a gente falasse as pessoas ouviriam, então lá fui eu,
Rômulo, meu bem, você pode guardar esse tablet um pouco e prestar atenção em mim, querido? — tudo soou como deboche, mas dei um sorriso forçado e eu acho que as pessoas
levantou o olhar para mim, como se estivesse com interrogação enorme ali na frente. — O que?
Você está focado no trabalho e ainda não é hora para isso. Vamos aproveitar o tempo juntos. O que acha? — dei mais um sorriso forçado e depois de alguns segundos me encarando ele mudou sua postura.
Ah, sim. Desculpa. — ele guardou
Lerdo.
as pessoas não paravam de olhar e agora que ele não estava usando mais o tablet. Não sabíamos como nos comportar na frente um do outro. Esse carrasco de casca dura não sabe de forma alguma manter uma boa conversa com uma mulher e eu não estou nem um pouco colaborativa com isso, porque não tem nada de bom para falar com
Então eu ficamos naquela situação esquisita e eu estava com o pé começando a balançar, ansiosa para que o café viesse e eu me distrair
como foi a sua noite? — ele perguntou
Foi boa. Deitei, capotei
— Também, depois de tanto comer.