O CEO sem coração Encontrando Ana Cláudia

LINDA
Rômulo começou a cumprimentar seus conhecidos e me apresentou a cada um deles.
Eu recebi um bocado de elogios. Fiquei toda intimidada.
Conheci um casal muito gentil. Parece que eles têm certa intimidade com o Rômulo e paramos ali para conversar e beber com eles.
Não sou acostumada a tomar bebida alcoólica, então estava tomando aos poucos. Só encostando nos lábios e fingindo que estava bebendo. Já o Rômulo estava bebendo como as outras pessoas.
Será que ele vai se transformar hoje de novo?
— Eu estava ansiosa para conhecer a namorada do Rômulo. — a esposa do amigo dele, uma mulher de uns 50 anos comentou sorridente. — Não se fala de outra coisa. Imaginamos que o Rômulo seria mesmo discreto.
— Sim. Eu não gosto de expor a minha vida íntima. — Rômulo afirmou, com a mão nas minhas costas.
Ele tem que colocar em algum canto. Credo!
— Mas é o certo, Rômulo. Eu também nunca gostei dessas coisas muito públicas. — o amigo dele concordou. — As pessoas querem saber de tudo e não é da conta delas.
— Sim. Eu também acho isso. Essas histórias que as pessoas estão falando na internet são totalmente sem cabimento algum. — Rômulo contava. — Eu não pretendia expor o meu relacionamento. Estamos juntos a pouco tempo, nunca havíamos saído juntos justamente para manter em sigilo. Mas com toda essa exposição tivemos que trazer a tona.
— E você, Linda. O que acha? — a mulher perguntou.
— Eu tenho uma vida bem anônima. Esse tipo de atenção não me agrada nem um pouco. — fui sincera. — Mas infelizmente aconteceu.
— E como está lidando com isso?
— Desde quinta eu não entro em redes sociais. Não quero nem saber o que estão dizendo. Acho que é o melhor, bem, pelo menos para mim. Se eu não sei não me importo, não me estresso.
— Eu também não tenho visto essas coisas. — Rômulo comentou.
— Vocês estão certo. Não deixem essas pessoas curiosas atrapalharem o amor se vocês. — ela aconselhou. — E olha, eu fico muito feliz em ver que estão juntos. Não tinha intimidade para comentar sobre isso, mas eu sempre achei que o Rômulo precisava de uma namorada.
— Eu já comentei. — o marido dela falou e nós rimos.
— Eu estava esperando a pessoa certa. — Rômulo explicou e olhou para mim. Meu rosto esquentou, mesmo que seja só uma farsa.
Ele sabe mentir muito bem.
— E você, Linda. Já teve namorado? — a mulher perguntou com um sorriso curioso.
— Não. — minha resposta saiu mais tímida. — Eu também estava esperando a pessoa certa. — me mantive olhando para ela.
— Ah. Que coisa linda! Então um só estava esperando pelo outro! — ela concluiu e desta vez eu dei um gole de verdade na bebida. Pequeno, mas senti descendo na goela.
Outras pessoas chegaram onde nós estávamos, mas essas pessoas não eram tão agradáveis. Felizmente Rômulo pediu licença e saímos pela festa. Encontramos o anfitrião, que foi muito gentil com a gente e disse que era para ficar à vontade.
Paramos no meio do lugar, só os dois e ele veio para minha frente. Eu estava procurando o Gustavo. Ele disse que viria.
Eu nem sabia o que fazer. Como me comportar.
Estava sem graça.
— Você está fingindo que bebe?
— Estou. Eu não gosto de beber.
— Por que não disse antes? Tem bebida sem álcool também.
— Eu não sabia. Também achei que estava bem na cara que eu não bebo.
— O que mais você não faz? Eu preciso saber.
— Muita coisa. É mais fácil você perguntar o que eu faço. Que a resposta será: cuido da minha casa.
— Estou falando socialmente. Nas festas.
— Eu não vou à festas.
— Mas já foi, não é?
— Sim. Quando eu era criança. As festas da vizinha, mas acho que não conta. — arrumei o decote.
Ele ficou me observando.
— E do que você gosta?
— Por que quer saber disso agora? — o encarei.
— Porque as pessoas estão fazendo perguntas e eu preciso saber o que responder sobre você.
— Ok. — eu entendi. — Eu não faço nada, Rômulo. Nada. Eu não tenho vida social. Não tenho amigas, não tenho o que estamos fingindo ter. Sobre o que eu gosto…
— Comer. Isso eu já sei.
— É. Acho que isso ficou bem óbvio. — meus olhos focaram numa garota que estava tirando fotos. Ela estava longe. Parece que tinha acabado de chegar.
Olhei até conseguir ver seu rosto, então a reconheci.
— O que foi? — Rômulo perguntou, juntando as sobrancelhas.
Essa é a minha chance.
A vaca da Ana Cláudia está aqui. Agora eu quero ver ela dizer que eu não conseguiria um namorado de status "importante".
— Linda?
— Leva essa bebida e traz a sem álcool pra mim. — entrei a taça a ele.
— O que?
— Hora de você usar todo o seu talento de namorado. — segurei seus braços e o direcionei para o bar. — Vai.
— Linda Fonseca? — Ana Cláudia me enxergou, depois que o Rômulo saiu da minha frente.
— Ana Cláudia. — eu falei no mesmo tom de deboche que ela e ela veio na minha direção, com uma roupa da shein.
Ainda deve ser recebido.
Ela olhou a minha roupa e eu vi a inveja no seu olhar.
— O que faz aqui?
— Estou acompanhando o meu namorado.
uma gargalhada falsa. — Que namorado? Não me diz que achou um sósia do Rômulo Guimarães e veio aqui com esse vestido de brechó para posar de rica. Cuidado que o verdadeiro Rômulo pode te processar. — ela aconselhou com o veneno
e foi de verdade. — Sósia? Acho bom você perguntar a ele mesmo. Quanto a roupa de brechó, querida, essa roupa aqui foi feita por um estilista bem famoso no país. Já ouviu falar do Augusto Martins? Pois é. E outro estilista me ofereceu juntamente com outras peças de grife. Muito diferente da sua roupa da Shein. Mas não critico. Eu tenho um look desses no meu carrinho. É recebi ou acumulou pontos?
pobre, mas nem por isso não posso rebater a uma língua venenosa.
para as amigas e seu semblante até mudou. Depois começou a se explicar sobre a procedência da roupa. Então o Rômulo apareceu com a
Obrigada, amor. — peguei a taça da sua mão. — As meninas estavam curiosas para te ver. Estão achando que você é um sósia de si
confuso. Não sabia para onde olhar e no fim parou nas meninas. — Boa noite, meninas. Não sabia que conheciam a minha namorada.
que a palavra "namorada" pesou para elas.
Sim. Eu conheço a Linda desde sempre. — Ana Cláudia falou com um sorriso falso. — Nunca imaginei que pessoas tão diferentes poderiam se envolver.
Os opostos se atraem, não é mesmo? — eu lembrei.
opostos. — ela
Nem tanto. — Rômulo passou a mão na minha cintura. — Vocês podem nos dar
Claro. — elas falaram com
me puxou para longe
eu quero ver o que ela vai falar na
De onde você conhece a
conhece a Ana Cláudia também? — fiquei
— Sim.
Infelizmente a vida dela se cruzou com a minha no ensino médio. Aquela coisa que os ricos fazem para os filhos conseguirem passar na federal. Ela vive me esnobando. — comentei chateada. — E não perderia a chance sabendo dessa história. — experimentei a bebida sem álcool. Era muito boa.
Não me diz que aceitou a minha proposta por causa