O CEO sem coração Quem é que manda?

RÔMULO
Quarta-feira, 17:50
— Linda, nós vamos para a viagem no Resort. O evento que inventaram.
— A RP da empresa? — ela olhou para mim de sobrancelhas erguidas.
— Isso mesmo.
— Você vai?
— Nós vamos.
Ela ficou quieta e somente balançou a cabeça, olhando para fora do carro.
— Será daqui a um mês, eu acho. O Gustavo vai e outras pessoas também.
— Legal. — ela disse toda quieta.
— Mas antes disso nós temos a premiação e você precisa encontrar a roupa certa. Você estará comigo e precisa estar impecável.
— Acho que não tem um vestido mais bonito do que usei naquele outro dia.
— Tem sim. Com um decote menor e sem aquela abertura nas pernas.
Ela me esnobou com o olhar.
Eu sei que ela só usou aquela roupa no outro dia para me tirar do sério.
— Desse jeito é melhor você mesmo escolher.
— Não é uma má ideia. Eu vou considerar mesmo. Já vi que se te deixar nas rédeas… — dei uma olhada no celular.
— O que? — ela me encarou com um meio sorriso. — Se eu não tomar as rédeas, você me coloca pra andar do jeito que acha que é certo. Um absurdo. É por isso que quem manda sou eu.
— Oi? — eu olhei para ela. — Quando que você mandou?
— Sempre. Se eu não passar na frente e falar um "não" você sai fazendo um monte de coisas.
— Eu acho que é totalmente o contrário. Acho não, tenho certeza. Você é a doida varrida que não pensa nas coisas.
— Eu, a doida varrida? — ela deu uma gargalhada. — E você? É quem? Cria de Christian Grey? Porque se não for do seu jeito…
— Se não for do meu jeito as coisas não dão certo e parece que você não entende. Pois a partir de agora você vai aos eventos comigo com as roupas que eu aprovar.
Ela me encarou desacreditada, depois suspirou. — É. Talvez seja uma boa para mim. Para você só tem 1 benefício, não vai gastar dinheiro com maquiagem e cabelo, porque vai me colocar numa burca, já para mim tem mais benefícios. Ninguém vai saber que sou eu e eu ainda posso colocar outra pessoa para ir no meu lugar que ninguém vai saber.
Eu não vou rir.
Mas esse humor ácido dela destrói a minha postura.
— Você deixaria mesmo eu ir com outra pessoa? Porque tem gente que gostaria de me acompanhar. — perguntei de um jeito provocativo.
que ela sente algo, mas não quer admitir. Nós temos esse problema.
— A sua RP?... — ele me olhou entediada e revirou os olhos. — Bem preocupada eu. Olha a minha cara. Leva ela.
— Não. Ela não é a minha namorada. É você.
— Você parece bem animado para as coisas dela. Ou quer levar a Ana Cláudia? Imagino que ela ainda esteja guardando o creme para passar na sua cara. Deve ser óleo de peroba. — debochou.
Ficou toda ressentida.
ainda diz que não se importa.
— Não precisa ter ciúmes.
— Eu? — ela deu mais uma gargalhada. — Eu com ciúmes de você… ai, Rômulo, quando se cansar de ser CEO já pode trabalhar como comediante.
Nem sabe disfarçar.
parou em frente ao prédio dela e nós saímos do carro ao mesmo tempo. Eu contornei pelo fundo do carro.
— Até amanhã.
Espera. — a puxei pelo braço e ela veio para perto de mim. Parou em meus braços e eu lhe dei um beijo nos lábios antes de deixá-la ir. Para deixá-la toda mansinha e também porque eu queria.
boca por contrato é minha, estou pensando que tenho esse direito.
ficou mansinha mesmo, me encarando calada, com aqueles olhos claros de quem convence qualquer um de qualquer
despedir antes de eu inventar de beija-la mais e
Até amanhã. — a soltei e abri a porta do carro. Ela foi em direção ao interior do prédio e eu fiquei assistindo de dentro do carro até ela sumir da minha
— Podemos ir, Sr.?
— Agora pode.
[•••]
casa eu tomei um banho, depois jantei e fiquei no meu escritório olhando alguns
não passava e eu fiquei pensando no que será que aquela criatura estava fazendo em casa.
aquele vizinho médico foi atrás dela? Eu não duvido de ele ir lá todo dia "saber como ela
o Caleb são da mesma laia. Não aguentam ver uma mulher com cara de ingênua que já querem ir pra
me arrependi de ter dado o "até amanhã". Eu deveria ter dito que ela poderia vir jantar aqui em casa. Assim ela não ficaria lá sozinha e esse tal de Juliano não teria a chance de