O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 17

Quando encontrou o duque, Jonathan se deparou com uma cena minimamente inusitada.

Seu amigo estava claramente desconcertado e a dama que o acompanhava tinha bochechas coradas e um peito arfante que o fez suspeitar que o consolo para um momento difícil não fora dado somente com palavras doces. Mas nada comentou, não iria estragar a noite de Lucian e muito menos envergonhar a pobre moça, que parecia extremamente constrangida ao sair do labirinto mexendo no corset como se o colocasse em seu devido lugar.

— Jonathan? — Lucian foi o primeiro a notar o amigo, sorrindo para ele e caminhando rapidamente em sua direção, lhe estendendo a mão. — Achei que não viria, está bastante atrasado — seu tom não era acusador e muito menos rude, na verdade, estava rindo, afinal, sabia que a última coisa que o príncipe queria era estar ali.

— Sabe que meu pai é muito persuasivo e, além disso, eu precisava conhecer a dama que está fazendo meu amigo enlouquecer e suspirar pelos cantos — respondeu o príncipe, se voltando para Charlotte, vendo-a encolher os ombros levemente e sorrir de forma tímida. — É um prazer, Lady Capman.

A ruiva curvou o corpo, sorrindo para o príncipe enquanto fazia uma delicada reverência, ainda um pouco tonta com o que havia acontecido no labirinto. Não sabia como se portar na festa agora, muito menos se voltaria para o salão, não pensaria em nada durante toda a noite e, provavelmente, jamais se esqueceria daquele momento.

Estaria o Duque sendo realmente sincero?

Aquela pergunta reverberava em sua mente, ecoando várias e várias vezes. Ainda tinha medo de se machucar, de ser abandonada ou trocada como um objeto sem valor, lembrava-se das palavras da mãe, da repulsa que viu nos olhos das outras mulheres naquela noite. Porém, tentava lembrar-se do conselho de Annie, precisava dar uma chance ao Duque e buscar sua própria felicidade.

— Vamos voltar ao salão? — perguntou o Lucian, lhe oferecendo o braço e sentindo a mão delicada e ainda um pouco trêmula de Charlotte tocá-lo.

— Vamos sim — ela respondeu, com um sorriso gentil, seguindo-o junto ao príncipe até o salão onde estavam os convidados.

Quando passaram pela escadaria, Jonathan notou que Brista já não estava ali, sequer a viu no salão de baile quando entraram no local. Charlotte agradeceu aos céus por não encontrar Willian novamente, desse modo, conseguiu aproveitar pelo menos um pouco mais da festa na companhia de outras damas, já que o Duque e os demais cavaleiros logo partiram para outro salão para conversar sobre negócios.

As horas desacompanhada foram um martírio para ela, apesar de manterem o decoro e a educação, estava mais que claro que aquelas mulheres não gostavam da sua presença ali. Mas, o que Charlotte classificava como desprezo era, na verdade, inveja e medo, afinal, sentiam-se ameaçadas por Charlotte e sabiam que, se estivessem no lugar dela, jamais teriam se reerguido depois do escândalo de meses atrás, invejavam sua coragem e fibra.

Quando o evento acabou, Charlotte se viu voltando para casa com um grande sorriso no rosto, apesar de tudo, aquele foi um momento que guardaria para sempre em seu coração, independente do que aconteceria dali para frente.

Diferente de Charlotte, que esbanjava alegria quando adentrava sua casa e se encontrava com suas amigas, Judith estava extremamente descontente. Brista decidiu ir embora antes do final da festa e, sem opções, a mulher acompanhou a filha, trazendo Chelsea consigo e entrando na grande casa principal com uma expressão de pura decepção.

Chelsea foi para seu quarto, estava frustrada por não aproveitar tanto o baile. Brista fez o mesmo, queria arrancar todas aquelas jóias, tirar aquele vestido e respirar livre do espartilho que a apertava tanto que a impedia de pensar. Estava decidida, já não se permitirá levar por somente caprichos, seria racional, como sempre foi, sabia o valor que tinha e sabia que a beleza não era a única coisa que poderia lhe dar um bom futuro, queria muito mais do que um casamento vantajoso, sempre quis ser muito mais do que uma esposa.

Sentou-se na frente do espelho e começou a desfazer as ondas com sua escova para, em seguida, trançar os cabelos. Enquanto o fazia, pensava em como queria mais e começava, ela mesma, a arquitetar os planos para seu próprio futuro. Era inteligente o bastante para saber que não haviam tantas opções e que, certamente, um casamento vantajoso era o caminho correto, mas ela faria seus proprios passos e se casaria com um homem que estivesse disposto a lhe dar espaço para usar sua inteligência e sagacidade.

— Brista! — Judith falou, entrando apressada no quarto. — Não posso carregá-la nas costas a vida inteira!

A loira olhou o reflexo da mãe através do espelho, sem sequer se levantar. Arrancou os enfeites dos fios loiros com certa irritação, ansiosa para que Judith deixasse seu quarto e a deixasse em paz.

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