O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 18

Quando chegou à casa principal dos Capman, Lucian notou o clima tenso que estava instalado ali. Judith desceu as escadas com um semblante furioso e , quando o olhou, o Duque percebeu que ele era a raiz de todo seu ódio. Mas não se importou, a opinião da amarga senhora Capman não lhe era importante em nível algum, sendo assim, a expressão fechada de Judith em nada o afetou.

Marcel também notou as feições desgostosas da mãe e, percebendo que Brista já não estava ali, julgou que ambas as mulheres haviam se desentendido, só não sabia o porque, afinal, eram sempre tão próximas.

— Bem, senhores — Lucian iniciou, voltando-se para os dois homens e sorrindo brevemente enquanto esticava os ombros. — A noite foi muito divertida, porém, cansativa, vou me recolher.

Sem esperar por uma resposta, o homem somente se virou e caminhou em direção às escadas, subindo apressadamente os degraus e entrando em seu quarto, fechando a porta sem sequer olhar para trás. A pressa do Duque soou extremamente suspeita para Marcel, no entanto, o Capman mais velho tinha outras prioridades naquela noite e, quando seu pai também se foi, ele subiu as escadas, caminhando a passos leves até o quarto de sua irmã, parando em frente a porta e dando três toques na madeira.

Por um momento, Marcel acreditou que Brista não o atenderia, imaginou que a jovem já estivesse dormindo ou que, num de seus rompantes de mau-humor, simplesmente não quisesse atender a porta. No entanto, minutos depois, ele viu a maçaneta girar e, depois, o rosto delicado de Brista aparecer pela pequena fresta aberta.

Quando notou seu irmão do outro lado, Brista abriu a porta totalmente e sorriu, ajeitando o robe que usava sobre sua camisola e cobrindo os ombros de forma respeitosa. Marcel retribuiu o sorriso, dando alguns passos para dentro do cômodo e suspirando, observando o pesado vestido jogado num canto, bem como as jóias e os enfeites.

Marcel sabia que não era do feitio de sua irmã ser desorganizada, pelo contrário, Brista sempre foi muito metódica, deixar coisas jogadas e fora de seus respectivos lugares não era algo próprio da Capman do meio. Por isso, sentando-se no estofado que ficava ao lado da grande janela, que estava aberta, Marcel sinalizou para que ela se sentasse ao seu lado.

Brista seguiu para o pequeno sofá e se sentou, pondo as pernas em cima do macio estofado e olhando para o irmão, que a encarava com um pequeno sorriso. Não era tão próxima dele quanto Charlotte, mas Brista sabia que poderia contar com seu irmão em qualquer momento, sabia que poderia confiar a ele qualquer segredo e, principalmente, sabia que ele a protegeria e cuidaria dela em qualquer situação.

— O que aconteceu, minha irmã? — Marcel perguntou, observando-a com atenção.

Percebeu quando os ombros de Brista se encolheram e quando seus lábios tremeram, viu os olhos claros encherem-se de lágrimas, mas, sendo quem era, Brista não derramou uma lágrima sequer, nunca chorava na frente de ninguém, nem mesmo de seu irmão. A jovem loira suspirou, apoiando ambas as mãos em suas pernas, brincando com o tecido macio de seu robe.

— Mamãe e eu brigamos — confessou ela, dando de ombros levemente, com um tom triste. — Ela queria que eu… queria que eu fizesse…

A loira não terminou a frase, falar novamente a proposta que ouviu de sua própria mãe fazia seu coração voltar a arder em raiva e feria seu orgulho grandemente. Ainda não conseguia acreditar em como sua mãe conseguiu ser tão baixa a ponto de sugerir que ela se deitasse com o Duque para obrigá-lo a se casar.

Marcel não precisou mais palavras.

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