Eu suprimo um grito, colocando minha mão na boca quando vejo mais quatro deles entrando rapidamente. Reparo então que eles usam ternos, roupas de gala. A máscara é a única coisa que nos separa deles.
Todos tiram armas de suas calças e um tiro é disparado para o alto, acho que é o líder deles.
— Ninguém se mexe, qualquer pessoa que se mexer será morta.
O salão cai em um silêncio mortal, os únicos sons que podemos ouvir são eles derrubando as cadeiras. Revistando todos e tirando os celulares para jogar em um saco. O outro bandido, o mais baixo, está retirando as joias das mulheres e jogando em outro saco.
Vejo então membros de segurança se esgueirando e se apressando em diferentes partes do salão, mas isso é frustrado quando um deles leva um tiro na perna, disparado por um deles, e que parece ser o mais agressivo de todos e líder deles. Logo os outros revidam com tiros. Todos nós nos jogamos no chão.
Ainda agachados, vemos o terror acontecer, porque aos poucos os seguranças vão sendo dominados, até que o último se rende. Eu tremo muito e solto um soluço. Imediatamente, sinto os braços de Hassan me trazendo mais para junto dele. Ele beija minha cabeça, e diz baixo, segurando meu rosto em suas mãos:
— Se acalma, nada vai acontecer com você. Eu prometo.
Eu assinto. Então vejo os bandidos gesticulando muito e um outro, reunindo todos os seguranças dominados, e eles vão amarrando cada um deles e depois os colocam um de costas para o outro, inclusive o que está ferido na perna.
Eu olho para o Hassan, ele olha tudo com ódio nos olhos, não parece ter medo deles, e eu me sinto nauseada e com um pânico diferente de tudo que já vivi. Eu não paro de tremer, lágrimas libertam-se e rolam pelo meu rosto.
Hassan retira o paletó e me faz colocá-lo. Isso chama atenção de um dos bandidos.
— O que você está fazendo? — o bandido grita e anda em nossa direção, até ficar bem perto de nós.
Eu baixo o rosto, não consigo ver os olhos do mascarado.
— Ela está tremendo, coloquei meu paletó nela — Hassan fala quase em árabe, arrastado.
— Tremendo? Está com medinho, tá? — o bandido pergunta para mim. — Agora vamos parar de conversa fiada e me passa seu colar, seus brincos. E VOCÊ, SEU ÁRABE DO CACETE! — ele chuta a coxa esquerda de Hassan, que geme, levando a mão à perna. — Levanta e passa seu celular!
Hassan obedece e dá o celular para ele. Então o bandido passa suas mãos pelo corpo de Hassan em revista. Ele encontra sua carteira. A abre, tira todo o seu dinheiro e joga a carteira em cima de Hassan, que a pega no ar, guardando-a no bolso.
Eu estou há algum tempo com as mãos erguidas na nuca tentando abrir o fecho do colar, mas não consigo, minhas mãos tremem muito.
— É pra agora! — o bandido avança em minha direção.
Hassan se coloca na frente, ofegante.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
Muito bom, amei....