Assinto para ele. Ele segura minha mão livre e entrelaça os dedos nos meus. É um gesto íntimo de marido e mulher, mas o único que poderíamos ter ali, pois no Egito manifestações de carinho só no interior do nosso quarto.
É certo que as pessoas nos olham com verdadeiro interesse, talvez se perguntando se valho a pena mesmo.
Quando nos sentamos à mesa com nossos pratos, sinto as mãos de Hassan tocando minhas coxas por baixo dela, fazendo meu sangue ferver, e procuro seus olhos, atônita com seu gesto.
Seu sorriso cara de pau sobe minha temperatura, enquanto com as pontas dos seus dedos me acaricia mais ainda, subindo mais e mais, fazendo meu corpo entrar em ebulição, me lembrando o Hassan do começo.
— Hassan! — replico baixo para ele. — O que está fazendo?
— Tocando o que é meu — ele diz jocoso e retira sua mão. — Mas tudo bem, vou me comportar, mais tarde tem mais.
Como pode uma só palavra conter tantas promessas?
Fico pensativa com seu gesto:
É impressão minha ou foi uma espécie de afronta silenciosa por eu não ser aceita pelo seu povo?
Com certeza sim!
Depois que comemos, fomos na mesa de doces e nos deliciamos com alguns. Eu amei os de massa folhada com maçã verde.
A festa não acabou muito tarde. Conforme os convidados se preparavam para ir embora, iam até Hassan e se despediam dele e de mim com acenos de cabeça, bem cerimoniosos.
Já no nosso quarto, ele afasta o meu cabelo e passa o dedo pelos meus lábios, retirando meu batom. Puxa a abaya, passando-a pela minha cabeça. Então me envolve em seus braços, e sinto os seus dedos no fecho do meu sutiã, e ele o abre. Quando o retira, desliza sua mão pelas minhas costas, seus lábios correm meu pescoço.
— Você é tão bonita… — diz enquanto me beija no pescoço, aspirando meu perfume. — Hoje você se saiu muito bem. Te amo tanto — diz, e me dá beijos na nuca e vai descendo até o extremo do ombro. Depois de cada beijo murmura uma palavra de cada vez: — Você. É. Minha… Somente minha.
Fecho os olhos e inclino o meu pescoço para lhe facilitar o acesso, e vou caindo cada vez mais profundamente no feitiço de Hassan. Meu lindo marido egípcio.
Ele segura meu rosto em um beijo apaixonado.
Logo estamos na cama nus, seus exigentes lábios se unem aos meus, sua língua persuasiva visita a minha boca. Nossas respirações se mesclam quando ele escorrega seus lábios pelo meu queixo, pescoço, e desce mordiscando meu corpo.
Ele tem um cheiro bom, das arábias.
Erguendo a cabeça, ele procura meus olhos.
— Você é tão linda… minha esposa. Minha. Só minha… — diz, com o sotaque carregado. Estudando meu rosto. Ele parece querer que eu confirme isso nesse momento.
— Sim, só sua — confirmo com firmeza, com o rosto igualmente sério.
Depois que digo essas palavras mágicas, seu rosto relaxa.
Oh, meu Deus.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
Muito bom, amei....