O Egípcio romance Capítulo 71

No dia seguinte, como ele prometeu, Hassan e eu saímos para conhecer os pontos turísticos do Egito. Nada melhor do que ter um nativo, um verdadeiro egípcio, para me apresentar tudo.

Em Gizé, vi três pirâmides, as maiores (Quéops, Quéfren e Miquerinos), e outras seis menores. Quando fiquei de frente às famosas pirâmides, senti-me sem falas, sem ar. A sensação é de estar dentro de um livro de História.

Construída aproximadamente em 2.500 A.C., sua construção é símbolo da riqueza de um país que até hoje guarda em sua arquitetura as marcas de uma civilização avançada para o seu tempo.

Hassan me explicou que as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos foram construídas para servir de tumba para os faraós de mesmo nome, que eram pai, filho e neto.

Diferentemente do que a maioria das pessoas pensa, as pirâmides não ficam em meio ao deserto, mas em uma região cercada de areia a 18km de Cairo.

Entrei nas pirâmides, o interior é semelhante a uma tumba, onde você também desce por uma estreita passagem até chegar à câmara mortuária.

No dia seguinte foi a vez de eu conhecer a Esfinge, a milenar escultura com cabeça de humano e corpo de leão. Depois fomos ao Museu do Barco de Queóps, que abriga a barca usada para cruzar o Nilo com a múmia do faraó. Está enterrada próximo à pirâmide para servir de passagem para a vida após a morte.

Tirei foto com meu celular de tudo que eu pude, e principalmente de nós dois nessas paisagens. Sempre tinha alguém que colaborava conosco para registramos o momento.

No outro dia, andei a camelo.

Deus!

Imperdível!

As dunas são lindas. O que me incomodava mais era o calor.

No outro dia, andamos pelo Cairo, pelas ruas vendo lojas, artesanatos.

No outro dia, Hassan me levou para almoçar fora. Depois de deixarmos nosso carro, caminhamos por um labirinto de ruas até uma que é repleta de restaurantes. Ele pega a minha mão e me conduz até essa encantadora rua estreita e muito comprida, cheia de mesas nas calçadas.

— Esta rua é conhecida por comportar todos os restaurantes do mundo. Brasileiro, italiano, português, espanhol, alemão e tudo que você imaginar de país, e os nossos, é claro. Onde você quer comer, habibi?

— O que você sugere?

— Acho que poderíamos experimentar algo diferente. O que acha do brasileiro? Porque nossas comidas típicas você já conhece, e está comendo em casa, e minha tia cozinha muito bem.

— Eu nunca comi comida brasileira.

— Ótimo. Então é para lá que vamos.

Andamos uns quinze minutos para achar o restaurante com a placa de um papagaio com a palavra Brasil.

Quando entramos no restaurante, sentimos o ambiente fresco do ar condicionado. As mesas todas revestidas com toalhas amarelas e verdes. O azul está no vaso no centro delas. Ele está bem cheio. Muitos turistas de todas as nacionalidades.

O maître nos indicou uma mesa perto de um lindo jardim de inverno.

Hassan me conduz até lá com um toque nas costas, e depois, como um cavalheiro que ele é, puxa a cadeira para eu me sentar. Observo algumas mulheres usando lenço. Graças a Deus, Hassan não me fez usar, mas estou vestida com uma abaya branca que cobre tudo.

Nem me dou o trabalho de pegar o cardápio, está escrito em árabe-egípcio e em português. O garçom se aproxima e explica os pratos para Hassan, que traduz para mim:

— Ele disse que feijoada é um prato muito saboroso, mas muito pesado caso fôssemos enfrentar o calor do dia, mas, como vamos voltar para casa, podemos comer se quiser. Ele é composto de feijão e eles adaptaram a receita acrescentando carne de cordeiro, pois não comemos carnes de porco. Tem a Moqueca Capixaba, que consiste em peixe cozido, com vegetais e frutos do mar. O prato é acompanhado de arroz e pirão, que é feito com uma farinha com camarão e peixe.

Com muita paciência, ele me explicou mais pratos. Quando ele terminou, eu disse:

— Meu Deus! Que infinidade de pratos!

—Brasil é um país com uma extensão territorial muito grande, por isso essa diversidade de pratos. Podemos visitá-lo um dia. O que acha?

Eu sorrio com a ideia.

— Acho maravilhoso.

Ele pega a minha mão que está sobre a mesa.

— Quem sabe com nosso filho em seus braços?

— Quem sabe — digo com um leve sorriso, mas louca para escapar de seus olhos perspicazes. O garçom nessa hora pergunta algo para Hassan.

Hassan olha para o garçom e pede os pratos.

— Eu escolhi pato assado com molho feito à base do tucupi, que é um sumo amarelo de uma mandioca. E você, o que deseja comer de tudo que descrevi?

Eu nem me lembrava mais dos nomes, são tantos prantos.

— Eu gosto muito de peixe.

— Hum, então vou pedir para você moqueca capixaba.

Hassan fala para o garçom, que se afasta com nosso pedido.

Meu marido é absurdamente lindo, maravilhoso. Vale a pena me esforçar para seguir seus costumes, e eu o amo muito, não é um vestido curto que vai me tirá-lo de sua vida. Penso de repente.

Ele me pega olhando para ele, o seu sorriso branco cresce em seu rosto. Ele estende a mão e pega a minha novamente, a acaricia me olhando intensamente. São lindos seus olhos negros e os mais expressivos que eu já vi na vida.

Eu lhe dou um sorriso tímido, quando ele não desvia seus olhos dos meus.

— Eu definitivamente gosto de ver você sorrir. Eu gosto de ver você rir, e gosto de você debaixo de mim gemendo e chamando meu nome — ele diz baixinho com uma voz extremamente sexy, com aquele sotaque que eu adoro.

Sinto meu rosto pegando fogo.

— Hassan, assim você me deixa sem graça, devo estar vermelha — eu choramingo.

— Você fica linda vermelha. E, para registro, eu me considero o homem mais sortudo deste restaurante. Estou com uma mulher linda.

— Beleza acaba. Só linda?

Hassan sorri jocoso.

— Verdade. Digamos que você é um conjunto de coisas que me agradam muito, e gosto do jeito como olha para mim. Mesmo com essa imensa atração entre nós, você sempre me olhou de igual para igual, isso me atraiu, sabia? — ele diz, apertando minha mão na mesa.

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