O Egípcio romance Capítulo 72

Resumo de 71- Deus! O que aconteceu?: O Egípcio

Resumo do capítulo 71- Deus! O que aconteceu? de O Egípcio

Neste capítulo de destaque do romance Romance O Egípcio, Sandra Rummer apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

É difícil acreditar que a lua de mel terminou.

Esses vinte dias que passamos no Egito foram maravilhosos. Hassan estava certo em dizer que eu precisava ir para o Egito se quisesse conhecê-lo de verdade.

Conforme correram os dias, entre sair, ou ficar no palácio, Hassan e eu conversamos muito. Hassan me contou cada travessura e como ele era um rapaz normal até sua mãe falecer.

Afasto os pensamentos desse assunto. Nem Hassan tocava mais nele. Graças a Deus, isso são águas passadas. Hoje Hassan é um homem maravilhoso, carinhoso, dedicado, romântico…

Já faz cinco dias que voltamos de viagem, e eu tenho mais cinco para gozar das minhas férias. Estou de papo para o ar nesses dias. Hassan está trabalhando meio período, com o intuito de ficarmos juntos.

Essa viagem abriu meu entendimento sobre a mulher árabe:

Sim, existe uma grande diferença quando falamos do Oriente e Ocidente, no mundo árabe a maior parte pratica a religião muçulmana, isso tem uma grande influência no comportamento do povo oriental, mais ainda nas mulheres orientais.

Os costumes permanecem ativos mesmo com toda a tecnologia de hoje em dia.

No mundo árabe, a mulher é o símbolo da honra da família, em sua criação, suas atitudes e gestos, e isso faz com que ela sempre se mantenha preservada, cuidadosa em tudo que faz, o modo de se vestir, falar e seus gestos.

Eu vi que no Egito a presença da mulher árabe está em todo canto. Em escolas, universidades, trabalhos etc.

Elas têm, sim, seus diretos e seu espaço. Seja estudando, no trabalho e até na política. Mas com certeza a família está em primeiro lugar, e a maioria não tem grandes ambições. Querem apenas casar e ser boas esposas.

Isso no Egito.

Em outros países árabes, segundo Hassan, a mulher não pode nada, é criada apenas para casar.

A mulher oriental não viaja sozinha, ou com amigos, ou você a encontra com um grupo de amigos para bate-papos, ou se senta em um restaurante ou barzinho sozinha. Estes são hábitos ocidentais.

Após o casamento, a mulher árabe coloca em primeiro lugar o cuidado com a família e se torna mais caseira ainda, e algumas até largam seus trabalhos e se dedicam totalmente às suas casas.

Não é comum ver uma mulher árabe ter amizades masculinas, isso não é visto com bons olhos, é uma tradição milenar.

Quem pode ir contra isso?

Após o casamento, a mulher começa a usar o véu — é claro que tem muitas que usam antes do casamento. Seu uso, além de ser algo religioso, também serve para não chamar atenção dos olhares masculinos. O uso de véu é sinal do respeito religioso, e os homens reverenciam isso.

Por natureza, a mulher árabe é muito vaidosa, gosta de se cuidar, mesmo usando véu ela usa trajes de tecidos caros, véus de seda, e está sempre muito bem maquiada, elas gostam de ser mulheres, e as solteiras apreciam chamar atenção por sua beleza, e não pelo seu corpo bonito.

Os homens têm o orgulho da sua masculinidade, gostam de se sentir responsáveis por sua família, gostam de se sentir úteis. Eles não são anjos, mas muitos são como Hassan, verdadeiros. Gostam da verdade. Eles adoram ser o porto seguro da família.

Estou sorrindo agora, surpresa com a rosa vermelha em cima do travesseiro que ele deixou para mim. Junto a ela tem um papel escrito com caneta preta. Que letra linda…

Karina,

Sou feliz, pois tenho um coração que ardente de amor.

Você é bela como uma flor do deserto, traz alento para a minha alma como um oásis. Em ti eu encontro tudo que preciso para ser feliz.

Te amo.

Hassan

Ao término da leitura, estou com os olhos cheios de lágrimas.

Apaixonar-me por Hassan é como sentir a vida à flor da pele. É como enxergar cores no mundo que antes eu não via.

Eu nunca imaginei que fôssemos dar certo e certamente nunca imaginei que esse amor seria tão forte.

Eu me lancei em seu mundo e estou sendo tudo o que eu sei que uma esposa precisa ser. Não tem sido um peso, tenho feito com alegria.

Eu o amo tão certo como eu respiro, e ele tem me devolvido esse amor com a mesma intensidade.

Meu celular toca, eu estendo minhas mãos e o pego. No visor, “Hassan”.

Com um sorriso, atendo.

— Sabāha l-ḫair — digo “bom dia” em árabe. Hassan adora meu esforço para falar algumas palavras.

— Sabāha l-ḫair. Eu te acordei?

— Não, eu já estava acordada. Lindo o poema.

Hassan funga do outro lado.

— Palavras do coração.

— Eu amo seu coração.

Sei que ele está sorrindo do outro lado da linha.

— Liguei para avisar que hoje iremos a um jantar.

— Mas você virá mais cedo para casa, ou não?

— Não, habibi. Por isso estou te ligando. Chegarei perto da hora de irmos.

— Está certo. E como é esse jantar?

— É na casa de um antigo investidor, hoje ele é apenas um amigo. Ele me convidou quando eu fui ao banco. Eu cruzei com ele na rua, perto da hora do almoço.

— Você? Indo ao banco? Pensei que ele fosse até você.

Hassan ri.

— E vai, mas hoje fui pessoalmente, pois tive um problema com meu cartão magnético.

— Entendi. É informal o jantar?

— Sim.

— Está certo.

Eu ouço alguém o chamando.

— Vou desligar, nos vemos à noite.

— Até a noite — sussurro para ele, a voz cheia de promessas.

Espreguiço-me na cama.

Meus pés pisam no carpete marrom a caminho da janela. Afasto as cortinas pesadas e abro a janela, o vento gelado entra no quarto. Fecho o vidro.

Penteio os cabelos e resolvo deixá-los soltos. Corro os olhos pela roupa que escolhi. Estou usando uma calça preta de tecido grosso, botas de cano baixo e uma blusa de gola rolê verde-escura.

Por cima de tudo, visto um casaco preto que parece uma bata. Ele tem uma textura boa, não é muito grosso, e isso permite que eu fique à vontade com ele, pois não prende meus movimentos. Ele é próprio para o frio.

Eu amo a coleção de inverno, acho que as pessoas ficam mais chiques, bem-vestidas.

Maquio-me sem pressa, valorizo meus olhos verdes com sombra, rímel e lápis. Passo batom cor “terracota”. Como o nome já dá a entender, ele tem cor de terra, mas puxado para o marrom.

Feliz com o resultado, saio do banheiro. Caminho até a sala apagando as luzes que encontro pelo caminho, só deixando os abajures ligados em pontos estratégicos.

A casa está silenciosa, apenas com o chiar familiar do vento agitando as árvores. Os empregados já se recolheram.

Só que o tempo passa e nada de Hassan chegar.

Oito horas.

Oito e meia.

Nove horas.

Quando dão nove e meia, resolvo ligar para ele, mas só cai na caixa postal.

Meu coração está pesado, tento reordenar meus pensamentos.

Bem, notícia ruim chega rápido.

Quando o relógio marca dez horas da noite, eu me desespero e ligo para Raissa. Mas, antes que ela atenda, eu ouço sons de carros na garagem lateral.

Desligo o telefone imediatamente.

Minutos depois, ouço a porta da lateral que dá na garagem sendo aberta e depois passos no hall. Hassan então surge na sala.

Meu sorriso morre em meus lábios quando vejo que ele não está sozinho. Raissa está com ele, e ao lado dela uma senhora que a ampara e aquela prima dela.

Reparo então que Raissa está com cara de choro. Fito Hassan novamente e vejo uma mancha grande de sangue na camisa dele.

— Deus! O que aconteceu?

Raissa vem até onde estou e me abraça, chora muito.

— O que foi? — pergunto para ela, e encaro Hassan, que me olha fixamente. — Hassan, você está bem? — indago, angustiada.

Raissa me encara, e, antes de me falar qualquer coisa, a senhora toda de preto e cabelos grisalhos, que deve ser a tia dela, a puxa de meus braços.

— Vem, querida, você está gelada — ela diz para Raissa, e me encara depois que a envolve em um de seus braços. — Onde ficam os quartos?

— Ali — aponto o corredor.

Quando elas somem de vista, eu encaro Hassan. Ele retira o paletó que também está manchado de sangue. Vou até ele e toco a sua camisa, e vejo que ele está ferido. O sangue parece ser de outra pessoa.

Então pergunto angustiada:

— Aconteceu alguma coisa com Helena? Esse sangue é dela? Por que Raissa está daquele jeito?

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