O estrangeiro Capítulo 42

Eu o ouvi esmurrar a porta, tampei minha boca após o susto e as lágrimas escorreram. Corri para o elevador e apertei o botão, Emma me esperava na recepção. Assim que sai, fui para seus braços, ela segurou em minha mão e fomos para um parque pequeno que tinha por lá, sentamos no balanço e eu voltei a chorar.
— Ele nem ao menos me pediu desculpas.
— Nem sempre vamos ter, no seu caso, ouvir aquilo que queremos.
Encosto minha testa na corrente que segurava o velho balanço.
— Eu imaginava que nós dois teríamos um filho juntos e... esquece. Me sinto tão boba. — Reviro meus olhos.
— Não é bobeira, é normal pensar isso, eu mesmo quando namorei o Samuel pensava isso, mas depois daquela foto vazada eu só queria esquecer ele. Demorei para perceber que o problema não era eu e que pensar assim era normal. — Ela olha para mim. ─ Hunter nunca mereceu você.
— Eu estou me sentindo um caos. Eu queria colocar fogo em um carro e sumir. — Empurro meu banco com os pés e jogo minha cabeça para trás.
Chegamos em casa com uma garrafa de bebida escondida na mochila. Era apenas um vinho barato que não nos deixaria mais do que alegres.
Durante o jantar, eu apenas revirava a comida com meu garfo. Pensar em Hunter fazia meu estomago embrulhar.
— Eu liguei para sua mãe, Emma. — Minha mãe diz com receio no tom de voz.
— E então, o que ela disse? — Emma perguntou.
Minha mãe bebeu um gole da água em se copo e sorriu com conforto. Emma parecia triste.
— Bem, pela considerando a resposta dela eu acredito que você possa ficar o quanto puder.
— Obrigada. É muita gentileza de vocês, e eu pretendo trabalhar mais para ajudar a pagar o quarto.
— Imagina, insistimos que guarde seu dinheiro. Será um prazer ter você morando conosco. — Meu pai diz. Aquilo me deixou muito feliz, o sorriso de Emma aqueceu meu coração. — Por que está tão cabisbaixa hoje, Charlie?
— Estou cansada, papai. — Respondo e automaticamente sou levada para os acontecimentos anteriores.
Minha mãe olhou para meu pai com as sobrancelhas arqueadas.
— Tem dormido bem pouco ultimamente, Charlie? Ouvir você conversando com alguém por telefone.
— Vamos começar justo agora, mamãe?
— Acalme-se, ainda sou sua mãe.
Levanto da cadeira sem dizer mais nada, subo as escadas e vou para meu quarto. Ouço Emma vindo atrás de mim, quando ela entra no quarto eu tranco a porta e me jogo em minha cama.
— Não acha que foi muito rígida com sua mãe? — Perguntou ela.
— Eu não aguento mais ela, todos os dias são assim! Se estou muito feliz é problema, se triste. Estou cansada.
Emma revira os olhos com uma expressão de compreensão.
— Queria que minha mãe se importasse assim comigo.
Eu olho seu semblante triste e levanto.
— Me desculpa, Emma. Eu estou sendo tão egoísta.
— Tudo bem, todos temos nossos problemas. Mas agora, vamos esquecer tudo que aconteceu
Nós bebemos em segredo de meus pais, e quando já estávamos completamente embriagadas dormimos finalmente.
1 mês depois:
Olhei meu reflexo no espelho e suspirei, já fazia um mês que não o via. Já não doía como antes, agora eu conseguia ficar bem com toda a situação, de qualquer forma eu evitava pensar em tudo. Passei as mãos em meu vestido e coloquei um batom vermelho para combinar com meu vestido dourado. Era a primeira vez que eu me sentia uma mulher, provavelmente minha mãe morreria, mas hoje seria uma noite especial. Estava me arrumando para o jantar que minha mãe resolveu dar em comemoração do natal. Emma ainda estava na minha casa, sua mãe não retornava suas ligações até que um dia ela desistiu. Meus pais providenciaram o antigo quarto de Hunter para ela, e nós vivíamos bem como uma família.
— Você está um arraso! — Indagou ela adentrando meu quarto.
— Obrigada.
— Está parecendo uma mulher. — Ela segura em minhas
— Você também está excelente!
Ela fez poses com seu vestido magnífico. Seu corpo era de dar inveja, tinha curvas de mulher adulta.
— Meninas, vamos? Sua mãe está me ligando do salão de festa. — Meu pai resmunga olhando para seu relógio. Emma limpa sua garganta e o mesmo volta sua atenção para mim e sorrir. — Está linda, querida.
para o andar de baixo. Meu pai pegou as chaves e eu meu casaco. Emma e eu entramos no carro e ele deu partida.
O salão de festas era pequeno mas simplesmente lindo, minha mãe nos esperava com o telefone nas mãos. Assim que nos viu arregalou os olhos e correu em nossa direção, arrumou a gravata de meu pai e os fiapos soltos de meu cabelo.
— Vamos, estão todos aqui!
Assim que entramos no salão todos sorriram e vinheram cumprimentar meu pai. Meus tios e tias, todos estavam aqui.
— Querida, como cresceu! — Uma delas diz.
Der repente um círculo de pessoas se forma ao redor de meu pai. Nós conversamos, eram todos divertidos.
— Charlie cresceu muito, e como está linda. — Um deles dizem. — E quem é essa?
— Minha amiga, Emma. — Digo.
Emma sorrir, ela não era tímida. Tagarelava com meus tios e primos. Nos sentamos em uma mesa que havia maioria de meus primos da nossa idade.
Você está muito diferente de quando nos vimos pela última vez. —Meu primo por parte de
Eu já ouvir isso tantas vezes essa noite, não quero mais. — Digo em tom de
Poderia ter me apresentado sua amiga. — Ele diz com um sorriso nos
precisa, me chamo Emma. — Ela
já havia percebido o que aconteceu ali, então nem tentei conversar com os dois. Comecei a comer os doces que estavam servindo, a música ambiente era calma e a luz era clara, eu fiquei apenas olhando o movimento. Eu via meu pai empolgado na mesa dos adultos, estavam empolgados e eu feliz por isso. Vejo minha mãe apontando para a porta da saída, voltei minha atenção para Emma e meu primo. Conversamos até que a mesma arregala dos olhos, eu não entendo o que
Você não vai gostar do que eu vou ter que te mostrar.
— O que foi?
com o queixo para a mesa de meus pais. Eu olho, ah não, não podia ser. Hunter sorria ao lado de meus pais, o sangue que corriam em minhas veias ferviam, eu iria
— Eu não acredito...
pais me sabotaram, e era tudo culpa minha. Continuei a olhar ainda incrédula, ele parecia me procurar ao mesmo tempo que falava, nossos olhos se encontram, desviei rapidamente e olhei para baixo. Peguei meu casaco e caminhei para o banheiro, Emma veio ao
Eu não acredito! — Repito. — Tenho que
segura em meus ombros de forma
Não, você não vai! Pare de ser frouxa, você não fez nada, ele que foi o babaca — ela enxuga a lágrima que descia em minha bochecha —, quem deve se envergonhar
ainda com o
— Venha, vamos.