O estrangeiro romance Capítulo 45

Eu realmente não sabia se deveria ir até o último momento, assim que vir a mensagem de convite pensei em dizer "não" mas fiquei enrolando na esperança de um milagre acontecer. Não seria uma boa ideia para nos dois, a última vez que nos vimos não foi como o esperado. Mas no fim, acabei aceitando, eu não tinha nenhum lugar melhor para passar a noite de natal.

Fui me sentindo bobo, felizmente todos da mesa me trataram muito bem e a noite foi agradáveis, mas meus olhos sempre focavam na menina de vestido dourado e olhos azuis brilhantes. Eu percebia seu desconforto, e pensava que havia sido uma péssima ideia ter vindo. Eu queria vê-la de novo, nem que fosse uma última vez.

Enquanto todos dançavam eu a observava, der repente meus pés não me obedeciam. Quando me dei conta, eu já estava com sua mandíbula em minhas mãos, segurando-a suavemente e me aproveitando daquela pele macia. Ela foi embora mais uma vez, eu tinha que pelo menos me explicar. Fui atrás dela.

Nós caminhamos para onde ficavam os banheiros, antes que ela sumisse do meu campo de visão, segurei em seu pulso. Charlie virou seu rosto para mim, estava em lágrimas.

— O que você quer? — Desta vez ela perguntou calmamente, de uma forma que quase me fez cair aos seus pês. Minha menina estava chorando por culpa minha.

— Me desculpa, eu fui um completo idiota. Se me deixar explicar, eu prometo ir embora e nunca mais aparecer na sua frente.

Ela se encosta na parede ao meu lado e eu fico de frente para ela.

— Você não tinha o direito de vir até aqui e tirar meu natal como se não fosse nada! — Ela aumenta seu tom de voz.

— Sinto sua falta, Charlie. — Digo. — Me desculpa, foi apenas um lance antes de tudo entre a gente acontecer. Eu não posso colocar totalmente a culpa na bebida, mas se estivesse completamente sóbrio aquilo nunca teria acontecido, acredite em mim. Eu realmente gosto de você, fui um bobo por ter te enganando.

Ela não falou nada, eu enxuguei suas lágrimas e levantei seu queixo. Nossos narizes se tocaram e eu ultrapassei a barreira entre nós e a beijei. Foi um beijo diferente, nossos corpos estavam quentes, mas eu percebia retração vindo dela e isso doía. A mesma separou nossos lábios e olhou para mim.

— Eu estava com medo, pois você é jovem e não deveria perder tempo. — Olho para o teto e me afasto em busca de uma resposta. ─ Se eu pudesse voltar no tempo, mudaria tudo, mas não posso...

Charlie virou o rosto.

─ Sabe Hunter, eu estava disposta a enfrentar qualquer coisa por você. Mas eu vejo que não era reciproco, isso me feriu mais que qualquer outra coisa. ─ Ela fixa seus olhos nos meus. Seus lábios tremem antes de dizer qualquer coisa mais ─ você sempre teve razão, nós não deveríamos ter acontecido.

Eu não sabia descrever meus sentimentos agora, mas parecia que Charlie havia transformado meu coração em pedaços.

— Está bem, não vou mais perturbar você.

Fui embora, deixando a menina sozinha. Por sorte ninguém nos viu, eu me aproximei de seus pais para me despedir.

— Bem, não quero atrapalhar a noite de vocês, devo ir. — Digo.

— Ah, não. Você nem aproveitou direito a festa. — Donna comenta.

— Preciso ir, tive que trabalhar hoje pela manhã e foi bem exaustivo.

Fico feliz que ainda lembrem de mim, mesmo depois que fui embora da pensão.

— Imagina, apareça um dia desses em casa para jantarmos. — Rick diz apertando minha mão.

Foi automático minha expressão mudar quando virei de costas. Peguei um táxi até minha casa, durante o percurso lembrei de Charlie, de como ela estava perfeita com aquele vestido e lábios vermelhos. Os lábios cujo eu desejei durante toda a noite, mas quando tive junto aos meus, sentir estranheza e mágoa.

Já em casa, virei uma garrafa de whisky no copo e procurei meu isqueiro para acender mais um cigarro. Ouvir meu celular vibrar, mas ignorei e sentei em uma cadeira na varanda, já completamente embriagado.

[...]

No domingo acordei atordoado sem saber aonde estava. Procurei por meu celular para saber pelo menos o horário. Cambaleando caminhei pelo apartamento e percebi a bagunça que tinha feito, mas pelo menos não me sentir sozinho, ontem.

Ainda era cedo. Várias mensagens, mas nenhuma me interessava, ela não enviou nenhum, mesmo eu não apaguei seu contato.

Hoje iria almoçar com Denner, provavelmente poderíamos afogar nossas magoas.

Fui para o banheiro e tomei um longo banho, levei minhas mãos até meus cabelos encharcados e coloquei eles para trás. Lembranças vinheram em minha mente, desliguei o chuveiro e fui para meu quarto. Troquei minhas roupas e peguei o necessário, saí desviando dos objetos jogados por toda parte.

Pedir um taxi e fui para o restaurante que iríamos nos encontrar. Ele ainda não havia chegado, sentei em uma mesa para dois, com um copo de água e um efervescente pois minha cabeça estava me matando.

Olhei o ambiente em volta e percebi o olhar de uma mulher, eu a encarei e a mesma desviou.

— Chegou cedo. — Denner me acordou de meus devaneios.

— Eu estava já preocupado em ficar sozinho aqui.

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