Os dias passaram, naquele momento eu já estava no meu estágio que por sinal me pagava bem. Por enquanto, ficaria apenas nas papeladas e observando alguns julgamentos o que já era ótimo, daqui há alguns meses eu poderia estar atuando na minha área. Recebi o meu salário do mês e mais alguns benefícios, essa semana já poderia procurar um outro lugar para morar.
Sem mais notícias sobre a Alemanha, meus pais, fiquei mais aliviado, já que tudo finalmente tudo estava caminhando ao meu favor era melhor não procurar coisas que me fizessem desanimar. Hoje, um domingo, iria ver algumas opções de apartamentos que não ficassem muito longe do escritório ou da faculdade, eu estava contente pelas coisas finalmente estarem tomando um rumo.
— Eu ainda não acredito que você vai realmente embora. — Comentou Charlie deitada de barriga para cima em minha cama.
— Preciso de um lugar só meu, me sinto um incômodo aqui. — Pego uma camiseta, ela me observa atentamente.
— Mas e se você me esquecer? — Disse apoiando seus cotovelos no colchão.
— Não vou. Será melhor, porque assim vamos poder fazer mais barulho... — caminho até ela e abro suas pernas dando espaço para meu quadril. Sua feição mudou completamente. — Como posso esquecê-la?
Eu tomo seus lábios com lentidão, desfruto daquela boca carnuda e levo minha mão até seu queixo.
— Charlie... — ouvimos do andar de baixo. Infelizmente Donna já tinha voltado da igreja.
— Droga... — murmurou Charlie em meus braços. — Tenho que ir.
─ Certo, mas quero que vá comigo.
A menina abriu um sorriso encantador e saiu de meus braços saltitante. Não sabia se estava abrindo espaço demais para uma simples paixão, mas nada apagava aquele sorriso de satisfação de minha cabeça.
[...]
Eu e Charlie caminhamos até chegar no primeiro apartamento. Eu aproveitei para fazer minha caminhada já ela estava morrendo, apenas tirava risadas da situação. Chegamos lá e não era muito o que eu estava esperando, muitas infiltrações e uma cozinha nada cativante, fora que havia muito barulho do lado de fora.
— Esse lugar tem cheiro de mofo. — Charlie comenta, deixando o dono do imóvel desconfortável. Percebendo a situação eu a olho com reprovação, mas ela, desatenta, não percebe.
Pedi um taxi para que pudéssemos ir ao próximo paradeiro. Dessa vez estávamos um pouco mais longe de casa, era muito luxuoso e provavelmente estava acima do que eu podia pagar, mas tinha uma maravilhosa hidromassagem e uma sacada.
O dia quase inteiro foi assim, nós andando para cima e para baixo, estava ficando cada vez mais difícil escolher um lugar em meio a tantas opções. No horário de almoço, fomos à um restaurante pois ela não parava de reclamar de fome.
— Estava morrendo de fome. — Indaga Charlie saboreando sua refeição.
— E eu de vergonha. Você não deveria ter falado aquilo, o homem ficou mais desconcertado que eu.
— Me desculpa, eu só deixei escapulir. Nem me recordava de que aquele homem estava lá, além de quê, se for para morar naquele lugar é melhor ficar na pensão.
— Falando nisso, o que disse para sua mãe? — Pergunto bebendo a água que estava em um copo ao meu lado.
— Disse que ia à casa de uma de minhas amigas. Ela deu de ombros, achei muito suspeito.
— Relaxe. Talvez ela tenha percebido que você não é mais uma criança. — Ela assentiu e sorriu. Voltamos a comer, em meio ao silêncio Charlie arrumou um jeito de manter nossa refeição prazerosa. Com aqueles pés ardilosos ela me fez ficar excitado em questão de segundos. Sua expressão mudou de inocente para atrevida, segurei seu pé e a olhei com firmeza, mas de nada adiantou. Tratei de esconder meu desejo. — Você é uma peste.
— Eu adoro provocar você. Sabe, estou tão molhada.
Ao mesmo tempo que estávamos longe das outras mesas, parecia que todos sabiam que a menina a minha frente estava com os pés em meu membro. Pedi a conta e segurei novamente seu pé, desta vez ela recolheu o mesmo e sorrio satisfeita. Saímos do restaurante, ela caminhava na minha frente rebolando as nadegas por baixo daquele vestido fino.
Fomos ao próximo apartamento, esse ficava mais próximo de tudo. Era em um bairro não muito distante da casa de Charlie e bem mais perto do escritório cujo estou trabalhando. Encontrava-se quase todo mobiliado, e segundo o proprietário, precisava apenas de um colchão e alguns pequenos detalhes, tinha uma grande janela de vidro na sala, eu conseguiria ver todo o movimento através daquela vidraça. Observei os mínimos detalhes, parecia um bom lugar.
— É perto de tudo... o que acha? — Pergunto a Charlie que observava algo através da janela com os braços cruzados.
— Eu gostei.
— É ótimo para casal, espero que gostem.
— Ah! Nós não somos... — Charlie intervém envergonhada.
— Ah sim, vou deixá-los à vontade. — Disse o proprietário sorrindo.
Eu suspiro e vou até Charlie, me posiciono ao seu lado.
— A vista é bem bonita. — Disse.
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