O tempo que eu gastei invadindo o quarto dele não me serviu muito então eu apenas pensei: "ele não deve namorar, por que diabos alguém viria para cá sozinho?". Mas isso não seria a resposta final para as perguntas que surgiram em minha cabeça, eu apenas escolhi deixa para lá e focar naquele homem maravilhoso cujo me ensina a fazer cálculos. Meu rosto ardeu em chamas quando minha mãe falou aquelas coisas para ele, eu queria enfiar minha cabeça em qualquer buraco.Hunter era lindo quando ensinava, eu estava caída pelos encantos daquele homem, era incrivelmente inteligente, era completo. Eu tentava o provocar de qualquer maneira, queria tirar alguma malicia daquela boca vermelha aveludada, mas em todas as tentativas foram em vão. Durante todo o momento que passamos juntos ele parecia meio retraído e vago.
— Faltam apenas essas questões. — Digo mordendo a ponta do lápis.
— Essas são mais complexas, já que...— A partir daí eu só olhava para sua boca e os seus olhos, mas quando ele devolvia o olhar eu desviava, eu tinha medo de encara-lo frente a frente, não sabia o que eu era capaz de fazer. Ele percebeu situação e exclamou um "tcs". — Não dá para terminamos se você não manter o foco, Charlie. Como quer aprender? — Perguntou com a voz um pouco mais exaltada. — toda vez você desvia o assunto.
— O, me desculpe. Eu estou cansada e...
— Por que não olha para mim? Eu não mordo, Charlie. Parece que tem medo de mim. — Ele respira fundo, podia ver descontentamento em seu tom.
Aquilo me atingiu, eu estava pegando fogo por dentro, parecia que tinham acendido fogos de artifícios em meu estômago. Levantei meu olhar e nós estávamos frente a frente, sem desvios ou rodeios, não tinha percebido o quão próximos estávamos. Ele estava olhado diretamente para os meus olhos eu para os dele. Eu queria que ele tirasse toda minha roupa e me beijasse ali mesmo, naquela mesa. O silêncio reinou, até tu quebra-lo desviando o olhar. Sua decepção foi visível até para mim que estava com a cabeça virada.
— Acho melhor terminamos essa questão amanhã. — Indagou ele passando as mãos em seus cabelos castanhos. — Estou exausto, hoje não é um bom dia.
— Está bem. — Digo indiferente.
Ele levanta e logo em seguida saiu da sala de jantar e foi para o pátio, eu não entendi o que tinha acontecido, mas voltou a mesma sensação de borboletas no estômago.
Guardei minhas coisas e subi para o meu quarto, deitei sobre a minha cama e levei a camisa que peguei no quarto de Hunter até minhas narinas, aquele cheiro era tão gostoso, eu queria poder sentir da fonte. "Eu quero senti-lo, o mais rápido possível. Eu nunca fiquei tão obcecada por alguém, na verdade, Hunter fora a primeira pessoa que realmente chamou minha atenção. Acordei em um susto, eu tinha pegado no sono com a camisa nas mãos, olhei meu reflexo no espelho. Como ele gostaria de mim? Eu era estranha demais. Desci para toma café e avistei papai andando de um lado para o outro com o telefone nas mãos.
— Bom dia. — ninguém respondeu, estranhei. — Por que esse alvoroço? — Perguntei olhando fixamente para meu pai.
— Ah querida, sua bisavó não está muito bem. — Minha mãe indaga com o queixo apoiado em sua mão enquanto ainda olha para meu pai.
— E agora? — Pergunto.
— Seu pai está programando uma viajem para vê-la. A situação está feia.
Olho ao redor e percebo que Hunter não estava, então voltei atenção para os meus pais.
— Eu vou ficar com você, e também vou cuidar da pensão. — Minha mãe conclui.
— Acha que pode ajudar sua mãe? — Meu pai pergunta abatido.
— Lógico. — Digo sorrindo.
Eu não gostava da minha bisa, mas ver meu pai assim me deixou bem abalada.
[...]
Não tinha visto Hunter por quase o dia todo, ele estava dentro de seu quarto. Não queria ficar em casa na ansiedade de vê-lo então marquei de ir ao cinema com Emma.
Me arrumei e esperei Emma, ela chegou e nós fomos caminhando até o shopping mais próximo.
— E como está o galã? — Emma pergunta enquanto caminhávamos.
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