Henrico checou o relógio, percebendo ser um pouco tarde. Além de fazer companhia para Benjamim e irritá-lo, embora ele dissesse que não, aquilo não estava o auxiliando a se preocupar menos com Adam.
Henrico sabia que deveria manter-se calmo e positivo, mas esperar por notícias era demais. Foi também para Benjamim.
Ele se levantou lentamente, quando Henrico se apressou para ajudá-lo.
— Calma aí – disse Henrico percebendo-o se agitar – para onde quer ir?
— Ver o Adam – sua voz estava ofegante – não suporto mais ficar aqui esperando por notícias.
— Devo lembrá-lo que passou por uma cirurgia e está sob o efeito anestésico?
— Não seja um velho rabugento Henrico – estalou os lábios – sei que você também quer ir vê-lo. Só não vai porque está com medo da Antonela.
Henrico murmurava para si quando se afastou, irritado com a conclusão de Benjamim.
— Pare de dizer bobagens – sua voz era como um rasgo grosseiro e irritante – evito brigar com ela pelo Adam.
Era claro que todos usariam o Adam como desculpa, mas Benjamim não acreditava naquelas palavras. Foi como se o jogo tivesse virado e Antonela passasse a desprezar o pai como ele havia feito durante todo aquele tempo. Henrico sentia na pele o próprio veneno e não gostava nem um pouco dos seus efeitos colaterais.
Benjamim estava decidido a ir ao quarto de Adam com ou sem a ajuda dele. Levantou-se, colocando-se de pé e o mundo girou de repente. Henrico o agarrou, arrastou uma cadeira de rodas e o sentou, empurrando-a para fora do quarto.
— Você sabe o que está tentando fazer, não sabe?
— É um crime querer ver o próprio filho? – indagou, fazendo Henrico sorrir. – Você pode me agradecer depois.
O rosto dela se contorceu de desgosto ao ver Henrico e, quando abaixou o olhar, havia surpresa e irritação em sua voz.
— O que estão fazendo aqui?
Henrico pigarreou, dando um recado claro que não diria nada para se defender. Por outro lado, Benjamim forçou um sorriso, demonstrando que não temia ela e que só sairia dali após ver Adam.
— Eu não conseguiria dormir sem ver o meu filho.
Isso silenciou Antonela. Nada o impediria de ver Adam e Antonela, não se importava de que ele fizesse isso. Estava mesmo incomodada com a presença de Henrico. Imediatamente afastou o corpo para o lado e deu passagem para que eles pudessem entrar.
O quarto estava gelado. Era iluminado apenas por um pequeno abajur e o único som que ouvia era das gotas de chuva batendo constantemente na janela fechada. Caía um temporal lá fora.

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