Agora estavam somente ele, Antonela e o advogado. Sentindo leves pontadas de pânico, Antonela caminhou para longe de Benjamim e foi para a cozinha. Pegou a garrafa de café e encheu outra xícara, sabendo que não havia tomado nem a primeira e finalmente disse.
— Querem café? – ofereceu, mas apenas o advogado se animou com o convite, sentando-se em seguida e esperando que ela o servisse.
Quando Benjamim finalmente se aproximou, disse:
— Antonela… - murmurou, chamando a atenção dela – o advogado está aqui para explicar a situação.
Ela piscou, tomou mais um gole e, limpando a garganta, foi direto ao assunto.
— Só me responda uma coisa, Benjamim – ela olhou nos olhos dele – quais são as chances de a Carlota tirar o Adam de mim?
— Nenhuma – respondeu o advogado, se antecipando – o juiz pode ceder a guarda do garoto para o Benjamim por ser o pai e o parente mais próximo do garoto, mas para Carlota somente se vocês dois forem incapazes de cuidar dele, o que é improvável.
— Para o Benjamim? – Aquela não foi exatamente a resposta que Antonela pretendia ouvir – mas porque o juiz iria tirar a guarda do meu filho? Vocês deveriam me dizer que não existe nenhuma chance de isso acontecer.
Antonela ficou irritada de uma forma que Benjamim jamais havia visto. Ela largou a xícara de lado e fechou os olhos, e depois virou as costas para ele. Outro silêncio, dessa vez mais longo e perturbador.
Levou alguns minutos para entender o que ele estava dizendo e, quando se virou, encontrou Benjamim com os olhos grudados nos seus.
— O juiz vai acreditar em todas as mentiras que a Carlota anda contando de mim por aí – sua voz não estava agressiva ou ríspida, estava desesperada – e por isso ele vai tirar o Adam de mim e dar ao pai dele.
Antonela considerou aquilo uma grande humilhação. Agora ela teria que depender da ajuda de Henrico. Pensava sobre isso, quando eles se levantaram para partir.
— Vamos, vou levá-la até o hospital – ele estendeu a mão para ela – preciso ver o meu filho.
Antonela nunca sabia o quanto ele estava sendo sincero, mas pegou em suas mãos que estavam geladas. Pela segunda vez, Benjamim agiu como se nunca tivesse existido um beijo entre eles. Antonela não deveria se incomodar com isso, afinal tinha problemas maiores para se preocupar, mas aquele fato a perturbou o caminho inteiro até o hospital.
Quais eram as verdadeiras intenções de Benjamim?
Afinal, que plano B seria esse?

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