Antonela permaneceu nessa posição, quase fetal, até que Dominique lhe servisse uma xícara de café cheia. Seu coração palpitava desesperadamente a cada gole que ela tomava. Pequenos picos de ansiedade invadiam seu coração e ela achou que não suportaria.
Dominique começou a contar como Adam estava e o quanto ele havia melhorado nos últimos dias.
— O médico pensa em até antecipar a alta dele – as palavras dela fizeram Antonela ficar ainda mais preocupada – e ele não para de falar no Benjamim. Está superanimado com a ideia de que trabalho para o pai dele.
— Não sei se isso é bom – ela largou a xícara ainda no chão e se levantou de repente – preciso tentar resolver as coisas, antes que ele saia daquele hospital.
Começou a caminhar de volta para o quarto, revirando o guarda-roupa em busca de uma roupa. Dominique a segurou pelo braço, obrigando-a a parar. O modo como Antonela vinha agindo estava a assustando.
— O que você quer fazer? – arregalou os olhos aflita – você não precisa fazer isso sozinha. Vamos ajudá-la, Antonela.
— Ninguém pode me ajudar.
Ela se silenciou e começou a trocar de roupa como se tivesse muita presa. Dominique ficou observando a cena, pensando em uma maneira segura de fazer Antonela parar e entender que todos estavam se esforçando para deixar Adam bem e em segurança. Talvez fosse o instinto de mãe, pensou Dominique, toda mulher que tem filho diz ter esse dom, mas, no fundo, Dominique temia que Antonela cometesse uma grande loucura.
Não sabia o que fazer para impedi-la ou tentar convencê-la. Viu-a atravessar o corredor indo em direção à porta, enquanto a seguia, gaguejando algumas palavras sem conseguir formular uma frase completa, quando batidas na porta a fizeram parar.
Ela soltou um suspiro dramático, mas não se moveu. Quando a batida se intensificou, Dominique tomou a frente e foi certificar quem era.
Dominique fez uma careta quando se viu de frente com Benjamim. Ele havia descoberto onde ela morava e estava acompanhada de dois outros homens que ela não fazia ideia de quem poderia ser.
Antonela havia esquecido completamente que ele viria e, se os homens demorassem só mais um pouco, não a encontraria mais em casa.
— Precisamos conversar – a voz de Benjamim rompeu o silêncio e o olhar de Antonela encontrou o seu novamente.
Ela permaneceu em silêncio esperando que ele dissesse o que havia ido fazer ali, mas ele direcionou sua atenção a Dominique e disse a ela antes de tudo.
— Você será transferida de setor – os olhos de Dominique se arregalaram – estou abandonando a empresa do meu pai. O Fred vai te levar para o lugar onde você trabalhará agora. Já pode ir.
Benjamim estava dispensando-a da sua própria casa? Era isso mesmo que ela havia entendido? Que homem mais corajoso, e ainda a considerava incapaz de se locomover sozinha, já que havia destinado um homem para acompanhá-la. Dominique tinha todas as defesas possíveis na ponta da língua, mas não disse nada. O olhar gélido e urgente que Benjamim a impôs fez ela obedecê-lo rapidamente.

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