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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 140

Finalmente aconteceu. Os olhos de Henrico se encheram de lágrimas e ele até tentou não demonstrar sua emoção com aquele momento, mas foi inevitável.

Enquanto Antonela e Fabrício o observavam admirados, ele virava as costas, engolindo toda a emoção. Ele sabia que Antonela voltaria para a fábrica, não porque ele tinha a intenção de humilhá-la, mas porque ele precisava dela. Henrico jamais havia dito isso para Antonela, mas ele a considerava inteligente demais.

— Eu estava esperando uma oportunidade para falar com você – disse Henrico, quando voltou a olhar nos olhos dela – mas, com a situação do Adam, não considerei um bom momento.

O rosto dele se transformou, como se tivesse sido banhado por uma tristeza sem fim. O coração batia descontroladamente, seria incapaz de falar depois das emoções daquele dia. Ele até tentava esquecer que Alessia havia fugido, mas era impossível.

— Aconteceu alguma coisa? – Antonela analisou mais um pouco o rosto do pai e percebeu que algo o preocupava.

Mas Henrico, em um primeiro momento, não conseguiu dizer nada.

— A Alessia fugiu da fábrica – a voz de Fabrício rompeu o silêncio – e deixou uma carta para o seu pai explicando os motivos.

Todos os olhares se voltaram para ele, mas o de Henrico o fuzilou. Fabrício imediatamente percebeu haver cometido um enorme erro falando sobre aquilo. Ao compartilhar aquele acontecimento, Fabrício fez dele alguém que não se podia confiar.

Percebendo a fúria estampada no rosto de Henrico, ele se encolheu e a culpa recaiu em seu coração.

— O que você continua fazendo aqui, Fabricio? – a voz foi como um trovão – não se meta em conversas que não são da sua conta e saia da minha sala imediatamente.

E ele saiu, deixando Henrico com a expressão contrariada no rosto e torcendo para que depois dessa falha não perdesse o seu emprego.

Mas uma vez o coração de Henrico se agitou dolorosamente, quando ele se viu sozinho com Antonela. Observou-a, se aproximar. Com a curiosa e deselegante impolidez, pegou a carta que Alessia havia escrito e estendeu a ela.

— É verdade o que o Fabricio disse – murmurou, assustada, enquanto olhava para o papel estendido em sua direção - porque Alessia fugiria?

— Porque é culpada de tudo o que está acontecendo com você – confessou e balançou o papel para que ela o pegasse – a Carlota pagou uma quantia para ela mentir sobre você.

O coração de Antonela afundou no peito. Ela pegou finalmente a carta e a leu. Sua expressão foi a mesma de Henrico quando leu as palavras pela primeira vez. Ela não deveria ficar perplexa, mas era como se Alessia não deixasse de surpreendê-la.

Um silêncio duradouro se estabeleceu entre eles, como se eles pensassem sobre aquilo. E havia muito o que pensar. Mas Antonela se lembrou de que precisava voltar ao hospital para ficar com Adam e que havia ido ali apenas para pedir um favor ao pai que ela dizia jamais perdoar.

— O que o senhor vai fazer em relação a isso? – levantou o papel, mostrando sobre o que falava.

— Não há nada que eu possa fazer – ele bufou e voltou a se sentar – está na hora de deixar Alessia viver a vida dela e sofrer as consequências disso.

— Pode ser – deu de ombros, mas sua atitude não resolvia as coisas – se vai trabalhar comigo, teremos que viver em paz.

— Esse é o problema do senhor – os olhos de Antonela encheram-se de lágrimas – passou a vida inteira me diminuindo e me tratando como se eu não fosse a sua filha e nem um pedido de desculpas consegue realizar.

Antonela fez uma pequena pausa ao sentir o ar fugir dos seus pulmões, como se o seu coração fosse parar de bater a qualquer momento.

— Estou aqui pelo Adam – concluiu – não se preocupe, eu não ficarei o suficiente para existir paz entre nós dois.

Dessa vez, ela virou as costas e partiu sem que ele tentasse impedi-la. Por um momento, Henrico ficou com muita raiva, mas quando se viu sozinho, teve vontade de ir atrás dela e tentar resolver as coisas.

Era só ter pedido desculpas, ele repetiu a si, tê-la tratado bem e com respeito e tudo ficaria bem.

Ele votou a se sentar, sentindo o peito doer. Ficou com medo de sofrer outro infarto. Seu coração estava cheio de angústia, coisa a qual ele experimentara poucas vezes em sua vida. Achava que Francesca ficaria feliz se ele se reconciliasse com Antonela, mas agora parecia tarde demais. Antonela o odiava.

Antonela jamais o perdoaria.

Quando se acalmou, tomou o chapéu nas mãos e saiu da fábrica. Ele precisava descansar. Ter ao menos um dia de paz em sua vida.

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