Antonela voltou a mão para a maçaneta fria, mas não moveu. Ficou olhando agora para o corredor vazio enquanto o sangue pulsava em suas veias. Há muito tempo ela não lembrava de se sentir assim, com o corpo ardendo.
Levou uma das mãos ao rosto quando percebeu os minutos se passarem e ela permanecer no mesmo lugar, como se tivesse esperança de que Benjamim voltasse e a levasse dali, mas nada aconteceu, apenas o silêncio. Girou a maçaneta e entrou no quarto, sentindo-se uma idiota por aquilo.
Parecia tão impossível que os dois pudessem ficar juntos que, quando enfim, ela quis verdadeiramente se entregar a ele, algo os impediu pela décima vez. Não era só vergonha que Antonela sentia, mas uma enorme frustração.
Foi para o banheiro, tomou um banho gelado, vestiu sua camisola e achou que aquilo seria o suficiente para apagar a chama que ardia dentro dela, mas todas às vezes que Antonela fechava os olhos, era o rosto de Benjamim que ela via.
Respirou fundo como se tentasse se recompor. Seus olhos recaíram sobre a porta na esperança de vê-lo entrando e a envolvendo até que seus desejos mais íntimos fossem consumados, mas nada aconteceu.
Benjamim não viria, ela pensou. Virou as costas para a porta e tentou esquecer. Fechou os olhos, tentou dormir, em vão. Meio segundo depois, deu um salto da cama com a respiração entrecortada. Até quando ela esperaria que ele viesse atrás dela?
Ela se levantou, sabendo exatamente o que precisava fazer. Não sentiria culpa dessa vez. Saiu do quarto e caminhou sorrateiramente, parando em frente ao quarto dele. Pronto, era isso, a verdade que por muito tempo ela não admitiu para si mesma. Ela queria estar com Benjamim e não podia esperar que amanhecesse para tê-lo ao lado dela.
Esticou o braço e bateu na porta. Fechou os olhos e imaginou que ele poderia estar dormindo e nem ouviria aquela batida fraca e vergonhosa, mas se surpreendeu com a velocidade como as coisas aconteceram no segundo seguinte, quando percebeu Benjamim estava parado a sua frente, com os olhos fixados nos seus.
Sentiu o rosto corar e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, os pés dele encontraram-se com os seus, as pernas se entrelaçaram, seus braços a alcançaram e gradualmente o sentimento de urgência começou a apertar seu peito.
Benjamim levou os lábios até os dela e ela poderia senti-lo acariciá-la a noite inteira. Demorou alguns segundos para perceber que o beijo havia acabado. Quando abriu os olhos o viu a admirando com a boca perto demais da sua.
— O Adam demorou para dormir – a voz dele, quando veio, soava estranhamente sedutora – eu ia até você, não conseguiria dormir se não a fizesse minha.

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