Antonela teve a impressão de que suas palavras o silenciaram porque Benjamim ficou tempo demais olhando para ela apenas a admirando. Ela havia dito algo errado?
— Temos um filho de três anos e não sabemos nada sobre a vida um do outro – Antonela olhou bem para ele, engolindo a seco – vou te contar tudo, até os meus segredos mais podres.
Eles estavam completamente fascinados um com o outro, prontos para ter a conversa mais intensa de toda a vida, mas alguém esbarrou neles e aquela figura feminina deslumbrante e linda pairou no meio deles.
— Me desculpem – a voz de Helen e o sorriso que ela reformulou nos lábios fizeram Antonela se encolher, sentindo-se pequena perto dela – eu não deveria atrapalhar o momento de vocês, mas preciso conversar com o seu marido, Antonela. Prometo não demorar muito.
Foi a maneira como Helen segurou no braço de Benjamim que deixou Antonela insegura. Ela engoliu todo o medo que sentia e forçou um sorriso, como se concordasse com tudo o que ela havia dito, mas, no fundo, Antonela quis agarrar Benjamim e não o deixar mais sair dali.
Antonela e Benjamim se entreolharam e o sentimento dentro deles foi o mesmo, embora eles jamais soubessem o quanto haviam ficado frustrados. Ela apenas o observou, partir em silêncio e ficar longe por vários minutos.
Enquanto ficava sozinha isolada em um canto, tentou não imaginar que naquele momento Benjamim poderia estar tendo a conversa que ela planejou ter com Benjamim, mas não tivera. Era como se o buraco em seu peito se alargasse cada vez mais.
Quando ele apareceu, ela já estava cansada e sem nenhum clima para continuar aquela conversa. Ela pediu para ir embora e ele concordou. Durante todo o trajeto, pensamentos nada agradáveis revisitaram sua mente. Ela mal percebeu que permaneceu em silêncio durante o percurso, distraída e tentando esquecer que Benjamim ainda estava ao seu lado.
Assim que o veículo estacionou ao lado da casa, ela desceu e apressou o passo. Mas Benjamim a alcançou quando ela chegava em frente ao seu quarto.
— Lamento tê-la deixado sozinha a noite toda – ela parou com a mão na maçaneta enquanto ouvia os passos deles se aproximando.
— Não se lamente – ela levantou o olhar e o encarou – você estava em uma boa companhia.

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