Carlota se segurou para não amassar o jornal que segurava em mãos. O seu semblante se fechou de repente e ela sentiu as palavras de Antonela ecoarem em seu ouvido sem parar.
— Aliás, tivemos uma noite maravilhosa – Antonela comentou e então começou a caminhar, subindo as escadas com um sorriso sincero no rosto – não vai querer que eu te conte os detalhes, não é Carlota?
Já no quarto, ela tomou um banho rápido e trocou de roupa. Percebeu precisar comprar roupas novas e apresentáveis, afinal agora ela era a esposa de Benjamim, não poderia sair vestida nos seus velhos trapos.
Embora sentisse que estava ridiculamente malvestida, ela desceu as escadas e precisou se esforçar para manter o sorriso no seu rosto quando percebeu que Carlota permanecia como um guarda na entrada da casa. Ela saiu em silêncio, pegou um táxi e foi direto para a empresa de Benjamim.
Ela precisava tirar aquela dúvida de seu coração imediatamente. Precisava saber se era verdade que Benjamim e Helen haviam sido namorados, como Carlota havia afirmado. Antonela não conseguiria fazer nada naquele dia enquanto não o ouvisse confessando tudo.
Assim que saiu do elevador, encontrou Dominique. Era bom ver um rosto familiar e alguém para apoiá-la antes de fazer o que pretendia. Dominique abriu um sorriso antes de abraçá-la.
— A primeira-dama veio nos dar a honra de sua visita – antes que Dominique pudesse terminar a sua fala, Antonela agarrou seu braço e a arrastou para longe dali.
— O Benjamim está com a Helen no escritório dele? – Dominique franziu o cenho em dúvida.
— Ela estava até pouco tempo – disse vagarosamente tentando decifrar o que havia no rosto da melhor amiga – mas ela já foi embora. Não vai me dizer que está com ciúmes.
Os olhos de Antonela ficaram opacos e ela os revirou.

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