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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 77

Alessia derramou uma lagrima no canto dos olhos.

Mas as coisas não faziam o menor sentido para ela. Por que o delegado estava ali dando o recado de Benjamim? Como Benjamim havia descoberto tudo?

Paralisada, sem conseguir se mover, ela viu Vladir se afastar e ser interrompida por Henrico. Ele era tão ranzinza que não se importou, que desacataria o delegado e seria preso em seguida.

— Primeiro você vai explicar por que virou garoto de recado do Benjamim – ouvindo suas palavras Vladir parou se virando para olhá-lo com grandes sinais de constrangimento – está querendo dizer que o Benjamim está preso e por isso não poderá se casar com minha filha?

Os olhos profundos de Vladir piscaram e ele formulou um sorriso falso no rosto quando se aproximou de Henrico para intimidá-lo.

— Eu não preciso lembrá-lo com quem você está falando – cerrou os dentes – mas vou responder sua pergunta claramente. O Benjamim não está preso. Em breve, ele virá para explicar tudo a vocês.

— Hora essa, delegado – percebendo que Vladir se virou para ir embora, Henrico agarrou sua farda sem ressentimento – você j**a uma bomba em cima da gente e depois quer ir embora sem nos dar qualquer satisfação?

Os olhos de Vladir recaíram sobre a mão pesada de Henrico que o agarrava, depois levantou um olhar ameaçador até ele antes de obrigá-lo a soltá-lo.

— Como o senhor mesmo disse – fez uma pequena pausa, passando a mão sobre o uniforme amarrotado, demonstrando grande desprezo – eu não sou o garoto de recado do benjamim. Não tenho que dizer nada a nenhum de vocês.

Henrico ficou com as palavras presas na garganta ao ver o delegado saindo da igreja confiante de que havia feito um bom trabalho. Ele se remoía por dentro, buscando uma explicação convincente para tudo o que estava acontecendo, mas não encontrou nada.

De um lado, Carlota chorava, baixinho, tentando esconder a própria dor. Do outro lado, parada no meio da igreja, estava Alessia, com as mãos tremulas, consumida pelo medo e o desespero de forma tão intensa, que correu atrás do delegado, gritando para que ele parasse e a levasse para onde Benjamim estava.

Era demasiadamente tarde demais, o carro de Vladir avançou para longe e Henrico teve que testar suas pernas já fracas e velhas para alcançar Alessia e pará-la com sua insanidade.

Ele a agarrou com as duas mãos e, somente olhando para trás, percebeu o quanto ela havia corrido atrás do carro em movimento. Ela chorava, enquanto perdia as forças do corpo e dizia coisas sem nenhum sentido. A agarrou com toda a força e deixou desabar no asfalto sujo, enquanto esperava ela se acalmar.

Minutos depois um carro parou ao lado deles e Carlota abriu a porta, pedindo que Henrico entrasse para que pudessem sair dali o mais rápido possível.

Não foi difícil para Henrico colocar Alessia no carro, agora ela já não manifestava nenhuma resistência e ele, não sabia onde havia conseguido tanta força. Entrou no carro em seguida, abandonando a igreja vazia, decorada agora com a tristeza e a tragédia de um casamento que já não mais aconteceria.

Metade do caminho percorreu em silêncio, cada um afundado em sua própria dor. Henrico sentia-se dolorosamente cansado. O silêncio só foi quebrado quando ele percebeu o carro ganhando mais velocidade.

— Para onde estamos indo? – ele observava as coisas passarem rápido pela janela do carro, mas não fazia ideia de que caminho era aquele.

— Para a minha casa – ela disse – se o benjamim retornar, estaremos o esperando para que ele explique tudo o que aconteceu.

Um sorriso de deboche repuxou os lábios de Vladir que não aceitava que Benjamim tornasse-se um herói. Pensou em impedi-lo de tentar livrar o pobre garoto das consequências de seus atos, então lembrou-se de que até mesmo ele havia sentido pena do rapaz ao ouvir seu relato sobre a própria mãe.

Vladir sabia que Benjamim não iria embora até ele libertar o garoto. Então, ele ficou parado ali, em frente ao delegado, esperando pacientemente que o advogado chegasse.

Alguns minutos depois, o advogado chegou com a fiança paga e Vladir não teve outra alternativa a não ser se encaminhar até a cela e soltar Frederico.

— Você está livre, rapaz – Vladir podia sentir os olhos dele encherem-se de lágrimas – você teve sorte de cometer um crime contra o bilionário mais safado dessa cidade.

Benjamim, por outro lado, ignorou o veneno que exalava nas palavras de Vladir. Aquela noite havia sido intensa e dolorosa demais para que ele piorasse ainda mais as coisas. Benjamim queria sair daquele lugar e resolver seus problemas de uma vez por todas.

Observou Fred caminhar na direção dele, tímido e envergonhado. Depois de tudo o que havia ouvido dele, era natural que agisse assim.

— Por que está fazendo isso? – perguntou Fred, com a voz tensa, incapaz de olhar nos olhos de benjamim – por que está me ajudando a sair da prisão?

Benjamim soltou um longo suspiro, como se absorvesse a pergunta lentamente.

— Os motivos do porquê estou fazendo isso não são importantes – ele disse, quando Fred levantou a cabeça lentamente – Agora precisamos ir salvar a vida da sua mãe.

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