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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 94

Antonela balançou a cabeça intensamente em forma de negação.

Iam caminhando pelo corredor, enquanto ele falava sobre os problemas de saúde de Adam e do risco que o garoto tinha se não realizasse o tratamento adequadamente.

Antes que ela pudesse reagir, levou outro grande golpe ao ver Adam deitado na cama com uma sonda no nariz e fios espalhados por todo o seu pequeno corpo. Ele inclinou a cabeça para o lado e seus olhos pequenos encaram os seus. O garoto abriu o sorriso ao ver a mãe.

Os olhos de Antonela encheram-se de lagrimas, mas ela se recusou a chorar na frente dele. Não era o momento para demonstrar fraqueza.

— Mamãe – a voz dele suou com empolgação, mas Adam estava fraco demais para se levantar.

Antonela se aproximou e sorriu. Um sorriso formulado, repuxando as bochechas forçadamente, porque o que ela desejava naquele momento era somente chorar. Inclinou o corpo, dando um beijo nas bochechas dele, ainda pálidas, e depois, olhando em seus olhos, perguntou.

— Como você se sente? – ela temia ouvir a resposta, mas foi corajosa para seguir adiante.

— Estou cansado – ele disse – e fraco também.

Era aparente o que o garoto dizia. Observando, Antonela percebeu manchas roxas espalhadas por todo o corpo. Pensou que talvez Adam tivesse se machucado brincando ou quando caiu ao desmaiar. Voltou a olhar no rosto dele, agora o garoto tinha os olhos fechados como se não suportasse mantê-los abertos.

Ela se afastou, virando as costas para não chorar.

— Quando voltaremos para a casa? – a voz dele soou logo atrás dela, obrigando a olhá-lo pela segunda vez.

Percebendo que Antonela não conseguiria responder a essa pergunta, o médico se aproximou de Adam e passando a mão sobre os cabelos do garoto, respondeu.

— Você vai ficar alguns dias aqui comigo – o rosto de Adam se transformou – mas prometo que não será tão ruim assim.

Os olhos de Adam encheram-se de lagrimas como se implorasse para Antonela tirá-lo dali. Percebendo o desespero ganhando forma no pequeno rosto de Adam, Antonela voltou a se aproximar e segurando a mão dele lhe disse.

— Estarei aqui o tempo todo – ela precisou engolir o choro e desfazer o nó que sufocava sua garganta – o médico só precisa fazer alguns exames em você e em breve voltaremos para casa.

— Não quero ficar aqui, mamãe – ele derramou algumas lágrimas – quero ficar com a tia Carmélia.

Depois de dois minutos, apenas observando Adam chorar, ela decidiu olhar para fora da sala, lembrando-se de que Carmélia permanecia à espera de notícias. Sorriu para Adam e lhe disse ter uma surpresa para ele.

Saiu do quarto, deixando Adam sozinho por alguns minutos e então caminhou pelos corredores para encontrar Carmélia. Mal percebeu o tempo passar, só se deu conta que o dia já terminava quando viu a escuridão ganhando forma no céu, ao olhar para o lado de fora do hospital.

O tempo pareceu suspenso no ar. As horas se arrastavam. Quando Dominique saiu do quarto ao lado de Carmélia, ela estava sentada em um banco, com a cabeça baixa e os olhos fechados, orando baixinho para que tudo terminasse bem.

— O médico disse o que ele tem? – a voz de Carmélia rompeu seu momento de reflexão e quando ela se levantou, havia lagrimas em seus olhos – eu não havia reparado o quanto ele estava machucado. O Adam não costuma cair, estou me perguntando de onde surgiu aquelas manchas pelo corpo dele.

— Ele não deu um diagnóstico, mas disse que pode ser grave – um bolo de dor se formou em sua garganta, impedindo Antonela de continuar.

Gotas de suor se formaram em sua testa, enquanto Antonela empalidecia dramaticamente. Ela não queria pensar no pior, imaginar Adam com uma doença grave, com dias presos nesse hospital.

Ela não viu quando Henrico chegou, apenas olhou um par de olhos insondáveis observando-a enquanto sentava ao seu lado silenciosamente. Sem perceber, todo o seu corpo começou a tremer incontrolavelmente.

As perguntas eram sempre as mesmas. O que o Adam tinha, qual era o diagnóstico, como seriam as coisas dali para frente. Antonela não tinha respostas para nenhuma delas.

Carmélia partiu ao lado de Dominique, prometendo estar de volta na manhã seguinte. Henrico se recusou a abandonar Adam e passou surpreendentemente a noite em um banco, no corredor do hospital. Antonela despertou no dia seguinte com o choro constante de Adam, enquanto Henrico tentava conter o sangramento nasal do garoto. Aquilo estava ficando constante.

Os enfermeiros entraram e Henrico e Antonela foram obrigados a sair do quarto. O choro de Adam ecoava na cabeça dela como uma bomba pronta para explodir. A respiração dela ficou presa em seus pulmões ao ver o médico se aproximar com os exames de Adam em mãos.

— Não tenho boas notícias – ela mal sentiu as mãos de Henrico a segurar firmemente – solicitei uma biopsia de medula para termos mais clareza do grau em que a doença está, mas Adam tem anemia aplástica. Sinto muito, Antonela.

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