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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 96

Claramente ouvindo as palavras do médico dessa vez, seu rosto desmoronou em dor e desespero. Ele explicava a Antonela as inúmeras possibilidades de tratamento que Adam iria passar, mas era como se ela não escutasse, era como se o medo de perder o filho a cegasse completamente.

Percebendo que Antonela ficava pálida cada vez que o médico se aprofundava no assunto, Dominique a agarrou e tirou Antonela dali. Estava sendo difícil para ela ver o filho de apenas três anos, com uma doença tão grave, sem que ela pudesse fazer nada para salvá-lo.

— Precisa ir para casa descansar – sugeriu Dominique – posso ficar com o Adam hoje e revezar com minha mãe.

— Eu não vou a lugar nenhum – ela se agitou disposta a voltar para o lado do filho, mas Dominique a impediu.

— Você precisa estar bem para cuidar dele – ela insistiu – precisa cuidar de você também.

— Eu já fiquei tempo demais longe dele e olha onde o meu filho veio parar – ela se irritou, seu rosto ganhou tons rosados e uma lagrima desceu por eles – estou com medo, Dominique.

Dominique sentiu o peito se apertar ao ouvi-la dizer aquilo. Se inclinou e a abraçou para tentar confortá-la.

— Vai ficar tudo bem – ela sussurrou, enquanto acariciava as costas dela – você ouviu o que o médico disse. Há grandes possibilidades de o Adam reagir bem ao tratamento e ter uma vida normal.

Ela fechou os olhos, inspirou o ar com pungência e deu voz aos seus pensamentos mais intensos.

— E se ele não reagir às transfusões, aos medicamentos? – se afastou, sentindo o corpo estremecer – onde vamos arrumar um doador de medula para ele?

Dominique engoliu a seco ao sentir a resposta na ponta da língua. Ela sabia exatamente onde conseguir um doador, mas não era o momento para eles terem aquela conversa. Ela observou Henrico se aproximar e deixou Antonela sozinha por um momento, para tentar convencê-lo a levá-la para casa.

Depois desse momento difícil, a atitude de Henrico surpreendeu a todos. Antonela agora podia sentir um pouco mais do seu coração, sentir o vínculo que havia sido quebrado entre eles, ficar mais forte dessa vez, mas não percebeu que as coisas poderiam piorar para que finalmente isso pudesse acontecer.

Ele não demorou a convencê-la. Antonela sabia que Adam estaria seguro na companhia de Carmélia e Dominique. Naquele momento todas as diferenças haviam sido postas de lado para que todos de alguma forma pudessem ajudar Adam a se recuperar.

Voltaram para casa de ônibus, silenciosamente. Embora Henrico tivesse muito o que dizer a Antonela, ele não fez.

Antonela sentia seus olhos queimarem e arderem. Lagrimas ameaçando a todo momento derramar. Sentia seu corpo dolorido, as pernas latejando a cada passo que dava em direção à casa. Seu estômago doía de fome. Certamente não se lembrava de passar por um momento tão difícil como aquele, no qual ela não via esperança.

A única coisa que se ouvia eram os passos apressados indo em direção à residência, até Antonela sentir Henrico parando no meio do percurso. Ela olhou para o rosto dele sem entender o que acontecia e viu seu semblante tornar-se sombrio. Girou o pescoço e seus olhos se encontraram com os de Alessia, parada a poucos centímetros dela.

Alessia levantou a mão tão rapidamente, desferindo um tapa no rosto de Antonela, que ela não teve tempo de se defender. Imediatamente, Henrico avançou em sua direção e segurou a mulher, a afastando.

— Achou que me manteria preso naquele inferno? - ela gritava como uma menina mimada – me expulsou de casa para colocar a vadia da minha irmã no meu lugar?

— Cale a boca Alessia – ele alterou o tom de voz com os olhos bem abertos – você sabe os motivos por que eu a expulsei de casa.

— E que problema pode ser pior do que ver o nome da sua família jogado na lama?

— O filho da Antonela está doente – Henrico a encarou com frieza, mas não esperou que Alessia compreendesse.

Sentiu um nó se formando em sua garganta ao se lembrar de que acabara de conhecer o novo neto e agora arriscava perdê-lo se algo não fosse feito urgentemente. O semblante de Henrico denunciou o quanto a situação de Adam era grave, porém o vazio nos nossos olhos de Alessia acrescentou um ar maldoso à sua figura. As próximas palavras que saíram dos seus lábios foram firmes e inflexíveis.

— Espero que ele morra – subitamente, Antonela sentiu sua garganta se fechar ao ouvi-la dizer aquilo – e que o Benjamim jamais conheça o filho bastardo.

Antes que pudesse sofrer represália, Alessia girou os calcanhares e saiu apressadamente dali. Henrico fechou os punhos, pensou em segui-la e exigir que ela se retratasse, mas Antonela não permitiu que ele se movesse. Magoada com as palavras da irmã, entrou em casa arrastando Henrico. Estava cansada demais para prolongar discussões.

A declaração de Alessia rasgou o seu peito como uma faca afiada e, antes de dormir, ela chorou pelo peso que causaram em seu coração. Quando despertou, já era tarde. O sol se enfraquecia lentamente, se escondendo por detrás das montanhas.

Ela sentou-se no sofá, ouvindo passos arrastados se aproximando e a figura de Henrico sentou-se ao seu lado no sofá. Ele segurava uma xícara de café que inclinou para ela. Desde o momento em que saíram do hospital, não trocaram nenhuma palavra, mas Henrico sentia que não podia mais guardar sua opinião.

Se recostando, ele olhou para ela com o coração afundado no peito e lhe disse:

— Chegou a hora de falarmos sobre a possibilidade de relevar ao Benjamim que ele tem um filho.

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