$ O LEILÃO $ romance Capítulo 118

" O melhor modo de vingar-se de um inimigo, é não se assemelhar a ele. "

• 08:00 – BARI •

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• ALESSA AMATTO •

Fui instruída a não ingerir tanto café, pois se estiver grávida o consumo em excesso não faz bem para gestação. — Embora chateada, concordei porque não tenho intenção de prejudicar o meu Vincenzo.

— Dom, podemos ir para a sala? Queria deitar um pouquinho no sofá. — assentiu e junto fomos para o mesmo — Estou nervosa, quero muito ver minha mãe e minha irmã...

— Todos nós, mia Bella, acredite em mim. — alisou minha cabeça que está repousando em seu colo e notei respirar profundamente — Estou me preparando para ver a minha irmãzinha... sempre me senti tão sozinho, mesmo tendo Gaetano por perto, porém meu primo não era muito sociável. Como eu já te informei, era somente eu e meu pai contra o mundo, e com isso me dediquei ainda mais em saber tudo relacionado aos vinhedos.

— Sei ser errado, mas tenho muita inveja de você Dom... não é segredo para ninguém aqui, que meu pai jamais me tratou como filha... minha vida melhorou logo que fiquei noiva... — me sentei para contar-lhe um pouco mais do meu passado — pouco menos de um ano depois do nosso noivado meu pai parou de me bater diariamente.

— ... Diariamente? Alessa! — cobrindo a boca me encarou — Sinto muito por ser o culpado por todo seu sofrimento mia Bella... meu pai me contou que a ideia era te tirar da casa do Vittorio, e não o casamento. Como fui estupido! Se pudesse voltar no tempo...

— Se acalma Domenico, não precisa se culpar assim, conheço seus motivos, e o meu pai? Quais são os dele? Hm? Diga Dom, o que fiz para ele me condenar, já que dia após dia jogava na minha cara que tudo de ruim que aconteceu com ele era minha culpa!? — Enfurecida declarei.

— Também tenho uma parcela de culpa por tudo que passou mia Bella... você poderia ser somente a minha irmã que ficaria feliz... me perdoa? — Alisei seu rosto e lhe dei um sorriso sincero.

— Você não deve se culpar por meu pai ser um idiota. Só te peço que não tome para si, todo o fardo que carreguei durante anos, porque isso não tem nada a ver contigo, mas com quem meu pai é! Isso não é de sua responsabilidade... — Com muita sinceridade expliquei, em seguida juntei nossos lábios em um beijinho casto.

— Me sinto culpado, apenas isso! — esclareceu com outro beijo e me colocou sobre o seu colo — Mesmo que não tenha sido proposital, se tivesse ouvido meu pai com certeza boa parte de tudo isso não teria acontecido.

— Não fique assim meu amor, o destino tem maneiras misteriosas de trabalhar com à vida para traçar nossos destinos, e talvez todo o meu sofrimento tenha contribuído para algo... — desabafei sem ter certeza se tudo isso faz sentido — Mesmo não tendo conhecimento de muita coisa relacionada a essa questão já que vivi durante anos em uma bolha, me considero uma mulher muito forte e acima de tudo posso garantir que serei uma ótima mãe para nosso filho!

— Acredito que sim, na verdade, estou convicto disso! Confio minha vida a ti... infelizmente não posso mudar o passado, mas de hoje em diante pode ter certeza que ninguém tocará um dedo sequer em você, pois se assim o fizer, estará assinando a sentença de morte... — senti verdades em suas palavras — outro dia escutei do meu primo que a família Maceratta é composta por homens psicopatas, e no primeiro momento discordei dele, informando que não estava incluso nesse lote.

Alisou o rosto impaciente como sempre faz e lhe beijei a face para tentar acalmar um pouco seu estresse.

— ... Hum, e o que mudou nessa avaliação? — Questionei devido ao silêncio.

— Ele rebateu minha recusa com uma frase que nunca fez tanto sentido como agora, mia Bella. — perguntei curiosa qual seria ela — Até mexerem com sua mulher...

Mais uma vez o silêncio caiu sobre nós, e dei continuidade as justificativas do destino para todo meu sofrimento do passado.

— Não dizem por aí, que o destino escreve certo por linhas tortas? Talvez seja dessa maneira que o próprio tenha escrito nossa história, no entanto, nunca tive tanta certeza de que você foi feito para mim, e não falo somente pelo carinho ou da nossa safadeza! Vem antes disso, no dia leilão senti algo tão intenso por ti, era como se estivesse sendo atraída por um ímã... — Quis transmitir em palavras tudo que experimentei naquela noite.

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