$ O LEILÃO $ romance Capítulo 148

" O medo e a culpa são irmãos. "

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• ALESSA AMATTO •

Assim que chegamos, pedi ao Ângelo que colocasse minha irmã em minha cama, devido ter pego no sono durante o caminho de volta. Ele foi chamado por Durval, e eu me juntei a ela, que está encolhida dormindo como um anjinho.

— O que aquele maldito te fez hein? — perguntei em um sussurro e puxei a coberta para ficarmos quentinhas. (seu desespero me deixou muito preocupada Lexie) — Sei que nunca a tocou, mas algo a deixou dessa forma.

Minha mãe veio em seguida, deixei que Lexie ficasse no meio, abrindo espaço para ela se juntar a nós.

Minha curiosidade estava me consumindo. Não sabemos nada do que passaram durante esses anos em cativeiro, e tenho medo de perguntar, por saber como é fazer de tudo para esquecer algo do passado, mas preciso de respostas.

— Como ela está filha? — Disse não saber, e que Ângelo a deixou aqui dormindo.

— Mãe, sei que lembrar do passado é doloroso, mas o que aconteceu lá na casa do... — Parei, porque vi seus olhos começarem a ficar vermelhos, com um choro crescente.

— Pergunta! Não contarei por livre e espontânea vontade, mas se tem algo que queira saber, vou te falar filha.

— Por que Lexie ficou daquele jeito? Ele já bateu nela ou...? — cobri minha boca porque mesmo que ela tenha dito que não, pode ter mentido para mim.

— ... Ele nunca havia ficado diante dela por muito tempo, quando ia nos ver, era sempre tarde da noite até pouco tempo atrás, quando fez isso comigo! — apontou para os hematomas que possui em sua face, braços e levantou a camisa mostrando como se encontra sua barriga. Fiquei simplesmente apavorada — Ele nunca havia me batido.

— Mãe! E, porque fez isso? — o choro veio alto que acabei acordando Lexie — Shhh... shhh volte a dormir, desculpa, não queria te acordar.

Levantei cobrindo a boca, e corri para poder chorar no banheiro com um pouco mais de privacidade. Sentei-me no chão e abracei minhas pernas. — Não é possível que tenha sido por minha culpa também!

— Filha, abre! Deixe-me entrar Alessa! — neguei seu pedido, alegando precisar ficar sozinha — Nunca mais a deixarei só, abre... por favor!

— Foi por minha causa, não foi? É culpa minha, não é mãe? — Perguntei o óbvio.

— Não, filha, eu que fiz besteira. — abri a porta para ver sua face — ... Ele entrou sorrateiramente enquanto contava as histórias de amor que vivi com Enrico para Lexie, e ficou tomado pelo ódio.

— Mentira, pode falar a verdade! É nítido que existe algo mais — negou com a cabeça e pareceu sincera — então me conta, como foi?

— ... Toda vez que ia ao porão, Lexie já havia dormido, e nesse dia chegou na hora que estava contando uma história minha e do Enrico... de como me apaixonei por ele, e foi aí que começou a me bater. Ele ficou possuído e Lexie, apavorada — segurou minha mão me levando de volta para cama —, durante as agressões dizia que não era para falar de outro homem debaixo do teto dele.

— Mãe! Ele é doente... maluco! — Declarei, sendo que isso não é normal.

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