O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 116

" É com a alma leve e um coração em paz que a vida prossegue. "

• 22:00 PM – RÚSSIA •

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• ALESSANDRA AMATTO •

Perdida em pensamentos, escuto la mia stella chamar por mim.

— Mãe! Minhas mãos estão estranhas, olha... — notei ambas enrugadas já que perdi a conta dos minutos ou talvez horas que estamos aqui.

— Estou quase acabando menina Maceratta... — Constância falou com uma voz de choro — Sinto muito, minha senhora, por tudo que passou.

— O que realmente importa é que não morremos, mesmo nas dificuldades Deus nos honrou e estamos fora daquele lugar. Serei eternamente grata por tudo que fez por nós — Agradeci vendo esvaziar a banheira pela milésima vez.

— Faria tudo novamente, só gostaria de ter agido antes, e ajudado mais... — virei para admirar seus olhos bem vermelhos — pelo anjo! Lamento por demorar tanto, minha senhora! Vocês estão bastante magrinhas! ÂNGELO!

Berrou e logo ouvimos a voz grave do rapaz que atualmente tem um metro e noventa. — Ficou lindo e faz jus ao seu nome, pois mais parece um anjo.

— A comida! A menina Maceratta está com fome filho. — Respondeu haver chegado e meu anjinho me olhou com aquele sorriso...

— Comeremos de novo? — afirmou com a cabeça — Vovó Tancinha! Gosto muito de você, eu acho!

— Você acha? — inocente disse que sim — Espero que goste bastante!

— Eu também vovó, e quero saber como são as uvas que mamãe falava tanto e meu papai explicou que posso pisar nelas. — Os olhos da minha menina brilham deixando meu coração feliz.

Suponho que o banho durou mais de uma hora e um toque na porta me assustou.

— Tia! Vamos, chega de limpeza, nosso voo sai em uma hora! Banho só em Turim. — Com calma me enxuguei, devido à ardência em minha pele de tanto que foi esfregada.

— ... Desculpa o exagero, é que vocês estavam com um cheiro muito forte, e precisava cuidar das duas. — esclareceu com os olhos lacrimejando — Eu mesma me encarregarei de dar um fim ao Ivo, minha senhora, pode deixar comigo... darei o que merece!

— Obrigada... — seus braços me engoliram, sendo que Tancinha é mais alta, julgo que beira 1,80 de altura.

— Mamãe quero comer! — Concordei e seguimos para o quarto.

Comemos e mais uma vez chorei por ver minha menina sorrindo, ela só tem os olhos da irmã raio de sol, o resto é todo do pai, seus cabelos negros a deixam ainda mais branquinha.

Estava pensativa quando Ângelo tocou meu braço.

— O voo durará 6 horas, no jatinho do patrão tem uma cama e vão poder dormir tranquilamente. Vamos depressa que Durval já ligou ameaçando, se demorarmos virá buscar a gente tia! — estalando a língua Constância deixou claro sua inquietação — Para com isso!

— Anda logo Ângelo... — exigiu e não demorou para seguirmos para o carro — Minha senhora, seremos breve em Turim, pois o tinhoso se encontra por lá. No mesmo hangar tomaremos outra aeronave em direção a Bari, onde vossa filha a espera com meu patrãozinho, e gostaria muito de permanecer com vocês e proteger a ti, e a miúda Lexie.

— Claro, ficarei mais tranquila e te farei uma mulher rica Constância por salvar nossas vidas. — Negou com a cabeça e me deu um abraço.

— Não precisa, o patrão Enrico já acertou com meu Ângelo, não quero mais nada... somente anseio fazer sua proteção. — Sorri vendo o carro ganhar velocidade nas ruas fria da Rússia.

Continuamos conversando e assim que avistei Durval tornei a chorar e corri para abraçá-lo, na verdade, tentei.

— Patroa! Graças aos céus e abaixo dele a Tancinha. — o abraço forte me fez sentir dor — Desculpa, não queria te machucar... vamos! No caminho vocês podem comer, Ângelo pediu que comprasse comida e assim fiz.

— Estou satisfeita! — Informei vendo Ângelo pegar minha menina no colo, pois já pegou no sono.

A viagem de volta será longa, e me encontro ansiosa! Estou louca para abraçar o meu Enrico e desejo ver minha Alessa. Só de imaginar que vou poder dormir em uma cama decente aquece meu peito. Obrigada meu Deus!

— Patroa, durma um pouco. — Ângelo pediu e concordei.

Mesmo com sono, sei que não conseguirei dormir devido estar demasiado inquieta.

— Descansa patroa, não tem mais motivos para temer, estás segura... — Dessa vez foi Durval a pedir.

— Não consigo, e minha filha? Fico muito feliz de saber que Enrico conseguiu pegá-la. — Durval me deu um pequeno aceno negativo — Ué! Ela não está com ele?

— Patroa... muita coisa aconteceu nesses 15 anos, somente agora tudo vem tomando um percurso melhor, e a doce Alessa sofreu bastante... pessoalmente ela contará o que passou, mas posso te assegurar que atualmente é a alegria em pessoa, pode acreditar! — Cobri minha boca por imaginar o sofrimento que minha filha teve com Vittorio, aquele amaldiçoado.

O dia começou a amanhecer e decidi chamar minha pequena para admirar o céu.

— Filha! — alisei seu rostinho e assim que aquela íris azulada me encarou, fiquei mais tranquila por estarmos fora daquele cativeiro — Você é uma menina muito sortuda sabia.

— Chegamos? — Neguei com a cabeça.

— Veja filha... olhe para o céu — o dia está amanhecendo e ao horizonte o sol já começou a surgir, vi seus olhinhos brilhando quando admirou a imensidão do céu — ... O que achou meu anjinho?

— Lindo! Mamãe é... — cobriu a boquinha com sua mão magrinha e uma lágrima rolou em seu rosto — lindo...

O choro de Constância me chamou atenção e a mulher de mais idade está soluçando feito uma criança. — Se soubesse da gratidão que terei por ela, não estaria chorando dessa forma.

— Mamãe, pinta um lindo céu igual a esse para mim? — concordei animada por poder fazer o que mais amo novamente após anos — Se soubesse ia pintar uvas.

Suponho que Alessa herdou meu dom e Lexie o do pai, pois desde que soube das uvas nunca mais parou de falar delas. Creio que nossas vinícolas estão abandonadas, e se minha menina seguir por esse caminho, o legado da família Amatto terá continuidade, já que nunca tive interesse por esse ramo e sempre vivi minha arte.

— Pinto, sim, filha! Pode ter certeza disso! — esticou a mão em minha direção para poder segurar — Está preparada para conhecer seus irmãos, e é claro, seu papai?

— ... Sim! — secou a lágrima e voltou olhar o céu emoldurado por uma janelinha — Meus irmãos, papai e as uvas!

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