O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 200

FÉ (s.f.)

É aquela voz que te abraça e te diz que tudo vai passar, é o que rega a paz para colher o bem, é aquela verdade que mora no coração. Projota gostaria de acrescentar: foco e força. É aquilo que não se explica (e nem precisa). É o que move um corpo quando fraco. É aquilo que te faz acreditar (no que você quiser crer).

É o que não te deixa desistir de lutar.

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Durante toda a missa o padre nos fez dar boas risadas, com seu jeitinho cômico de puxar a orelha dos fiéis, deixando o sermão um pouco agradável, tendo em vista que mesmo a paróquia sendo distante da metrópole, tem uma membresia bem farta, com vários fiéis em pé.

Deixei de olhar tudo ao redor e foquei em Alessa que traz um olhar brilhante no rosto e sei que mia Bella está encantada, às vezes a pegava admirando cada detalhe nas paredes com pinturas bastante desgastadas.

Nossas mãos estão juntas em minha perna, porque meu tio nos alertou que não devemos ficar abraçados na igreja.

É justo! Se não já viu, posso beijar minha La mora no meio do sermão sem me dar conta do ato. — sorri com a hipótese — Penso que meu tio bateria em mim, devido estar sentado logo atrás da gente junto a Tancinha e os sobrinhos.

Enfim, o padre começou a ensinar as palavras contidas na Bíblia e senti que cada versículo que estava ofertando a todos aqui na igreja era de grande valia para cada um. — Em algumas partes só faltou dizer, Domenico essa é para você, pois se encaixou perfeitamente com o momento em que estamos passando.

Ele pregava sobre as dificuldades e relatou como devemos nos portar diante delas, pude entender que mesmo que venha a tempestade, o céu azul continua sempre lá, em algum momento a chuva vai parar e diante disso, devemos ter a esperança de que dias melhores virão.

***

Após à missa, meu pai nos convidou a descer e ficar um pouco mais, pelo visto ele e meu tio pretendem conversar com o padre sobre a reforma da igreja, entre outros assuntos. Fomos convidados a ir para a parte de trás da igreja. — Alessa está observando tudo minuciosamente.

— Gostou? — Perguntei de modo a saber o porquê do seu silêncio, já que não sei ler mentes.

— Sim! Mesmo estando com boa parte das pinturas dos anjos desgastadas, o estilo barroco é muito bonito, essa capela é perfeita. — Explicou parando perto da fonte de água benta.

Cutuquei seu braço para que olhasse a mesma e sem entender mirou minha face.

— Vou te jogar lá dentro... — sussurrei — acredito que essa água benta toda aí conseguirá dar um jeito no seu fogo.

— Para com isso! — Pediu escondendo o sorriso.

— Você está precisando! — afirmei e beijei sua cabeça — Agora é sério, gostou mesmo da missa?

— Sim, claro. Quero vir com mais frequência, esse lugar me traz uma paz muito grande. — Senti verdades em suas palavras.

— Podemos vir todo domingo. — Animada concordou.

Beijei o topo da sua cabeça e de mãos dadas seguimos para perto do meu pai e da minha sogra, que estão conversando com o padre. Assim que nos aproximamos deles pegamos o assunto pela metade, mas pelo pouco que entendi, Alessandra estava se oferecendo para pintar a igreja e retocar todos os desenhos espalhados por ela.

— Que benção! Se não for muito trabalho, os paroquianos ficarão bastante felizes. — Sincero, relatou.

— Faço com prazer padre, minha filha quando retornar da Sicília estará comigo, e juntas finalizamos em três ou quatro meses. — O assunto avançou e obviamente que Alessa abraçou a ideia e todos seguimos para um casarão antigo que tem na parte de trás, porque o padre as convidou para ver o dormitório das crianças, de modo a colocar algumas cores vivas por lá também.

Parei um pouco na sombra devido ao sol que começou a esquentar, admirado como tudo mudou nesta paróquia.

— Me lembro desse lugar cheio de vida, agora parece um cenário do velho oeste, cheio de matos secos e paredes sem cor. — Suspirei, relembrando que fui batizado aqui e boa parte da minha infância, eu e Gae, passamos com os nossos pais, digo, vindo à missa todos os domingos.

— Temos que ajudar com a reforma da paróquia. Olha como está a casa que abriga as crianças, ragazzo. — Apontou para onde as mesmas dormem e realizam suas refeições.

Notei que os fiéis começaram a seguir para lá e alguns estão com bolsas grandes cheias de coisas que julgo ser roupas de cama.

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