O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 95

" Para ver muita coisa é preciso despregar os olhos de si mesmo. "

• 07:00 AM •

─━━━━━━⊱❉⊰━━━━━━─

Após toda safadeza matinal que tive com Alessa tomamos um banho gostoso juntos.

— Não se esqueça da Dália, sua caixinha está aqui no closet — despertou enlaçando-me com seus braços me puxando para cima dela — Tenho que ir amor, ao anoitecer tomaremos banho quente de jacuzzi, Parisi disse que lá tem uma e não vejo a hora de usar contigo.

— Eu também quero! — lhe dei um beijo e para começar a me habituar beijei sua barriga — Para com isso ainda não sabemos se estou...

— Sim, você está! Estamos perto de seu período e já gozei dentro diversas vezes amor — afirmei convicto que nosso filho foi concebido e se encontra em seu ventre — te amo e se comporta, qualquer coisa tire Dália da caixa.

— Pode deixar... — Mais um beijo e saí dos seus braços.

Admirei Dália na cabeceira e alisei sua cabeça.

— Cuide muito bem da minha mulher, viu bichinha... — desferi minha exigência e segui deixando às duas no quentinho.

Assim que pus meus pés na sala notei estar atrasado trinta minutos e continuei meu percurso, encontrei Andrea na cozinha junto ao meu pai e o velho Durval.

— Desculpa o atraso. — me retratei antes que perguntassem — Vamos?

— Sim, chefe! — Se colocou de pé indo lavar a louça e aproveitei para tomar um café rápido.

— Que a virgem Maria os acompanhe — Durval nos abençoo e Andrea beijou o rosto do pai — rápido viu patrãozinho.

— Pode deixar Durval, só estou indo porque ficou lá os papéis para liberação do novo vinho... — declarei visto que não posso esquecer dos meus compromissos.

— Vai com Deus, filho! — Abracei meu pai e meu tio apareceu logo depois.

— Boa viagem! — abraçou-me entregando uma pasta — Dê a Teresa e informe ser do La mora.

Olhei sem entender devido o vinho ter que descansar.

— Já temos uma data de inauguração, a família Maceratta precisa dar pequenos indícios da nova safra e as primeiras garrafas serão vendidas ainda em processo de descanso. — Fiquei assustado com a rapidez que meu tio e o Parisi trabalham.

Trocamos mais algumas palavras e logo estávamos no carro sentido a Turim.

— Chefe, não sente medo que ele faça alguma maldade com o senhor? — admiti sendo que tenho e muito — Porque não obedece ao vosso pai?

— Andrea, o medo não é um obstáculo para mim, nunca foi, o utilizo como impulso. — Confessei vendo entrar na estrada.

— Não entendi! Impulso? — assenti — Como assim?

— O que você pensa quando se encontra em uma situação que te apavora? Refiro-me a situações com grande porcentagem de dar tudo errado. — Controverti para obter dele a resposta que tanto procura.

— Faço de tudo para sair conforme o planejado, não sei em que contexto o medo se classifica como impulso... — Declara coçando a barba.

— Pensei que você compartilhasse da mesma teoria, mas vou te explicar o que o pavor faz comigo...

— Por favor, estou confuso! — Revelou sorrindo.

— Geralmente quando sinto medo, corro dele, entende? — negou com a cabeça — ... O medo me faz estar sempre em movimento, não me entrego, sigo sempre adiante para que ele não me alcance.

— Muito perplexo, não consigo entender! Desculpa chefe.

Gargalhei pelo fato de não compreender, algo tão simples.

— ... É como à noite, se sinto medo do escuro e para chegar ao outro lado necessito passar por ele, pode ter certeza que não estagnarei no meio do caminho deixando a escuridão me acovardar, farei o trajeto inteiro em um pequeno espaço de tempo, sendo que o medo me impulsiona para à frente, me força a correr.

— Há! Entendi, é como se você fugisse dele a todo instante. — Concordei parcialmente.

— Não é assim que funciona. É como se ele fosse o combustível para que eu sempre me mantenha em movimento. — soltou um sonoro e exagerado AH! — Hoje não vivo correndo do medo.

— ... Hã?

— É simples Andrea, chegará uma fase da vida que você estará tão acostumado a caminhar em direção aos seus objetivos e conquistá-los, que o medo não fará mais sentido, porque o seu foco é outro, é alcançar e não se acovardar, entendeu?

Expliquei da melhor forma possível e sei que não assimilou.

— Meu foco é minha família bem e segura! O Ivo é meu suposto medo! Tenho duas opções ou espero ele vir me pegar, ou passo por cima dele e sigo meu caminho.

" Sorri só de imaginar o quão fodido ficará quando esse dia chegar "

— Não penso no Ivo com temor, ambiciono deixá-lo para trás. Esse se tornou meu maior objetivo e não vou alcançá-lo.

— Chefe está me confundindo! — Sorri do seu desespero.

— Calma, quis dizer que não quero alcançar meu objetivo conquistado...

— Nisso também concordo, alcançar, não conquistar! Consigo entender seu ponto de vista. — Respirei aliviado.

— Não deixarei o Ivo me parar. Ele não sabe o erro que cometeu, desejando o que é meu! — Murmurei.

— Queria ser assim! Pensar como o senhor, pois desde o dia que descobri que serei pai o medo me consome de uma forma que sinto até palpitações. — Toquei de leve seu ombro.

— Não deveria Andrea, tenha em sua mente que você não é o seu pai. Vejo ser isso que te atormenta em ser como ele.

— O velho é ótimo, e minha mãe também é, mas meu pai! Quero ser igual. — Sorrindo, declarou orgulhoso.

— Ele é um grande exemplo, porém aprenderá na prática o que é ser pai. O que viveu com ele não será a mesma coisa com seu filho, tempos e criações diferentes. Se você entender isso, boa parte do seu medo será eliminado. — Admirei respirar profundamente.

— Tem razão, serei um ótimo pai! — Afirmou com um sorriso no rosto.

Entre conversas e teorias a viagem foi rápida e quando vi já estava em meu escritório assinando vários papéis, entregando os relatórios nas mãos de Teresa e verificando minha agenda. Comuniquei-lhe para ficar ciente que trabalharei de Bari, e que ela precisa vir ao escritório diariamente para receber algumas mercadorias e despachar outras.

Andrea ficou me esperando no carro, havia avisado que em 30 minutos seguiremos para casa.

Com calma desliguei meu monitor, guardei algumas coisas e peguei o portefólio com as amostras de garrafas e do rótulo do La mora junto aos documentos com a liberação para o novo vinho.

Só passarei em casa para pegar roupas, já que meu pai me confidenciou que teria que ficar em Bari por no mínimo duas semanas e para mim, será um grande problema visto que tenho reuniões importantes aqui em Turim.

— Só estou fazendo suas vontades porque Alessa está comigo, caso contrário não perderia meu tempo me escondendo lá na casa do caralho! — Murmurei estressado devido não concordar com essa viagem desnecessária.

Respire profundamente me preparando para sair doido para pegar minhas coisas, os quadros que Alessa pediu e seguir para o aeroporto, em menos de 2 horas estarei nos braços da minha amada.

" Tenho que tomar gemada para aguentar o fogo da minha mulher ou não darei conta. "

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ