O Melhor de Mim romance Capítulo 28

Ponto de vista da Tanya:

Ele chegou. Que a Deusa me salve! O Marco está aqui e eu não sei o que vou fazer. Não tenho tempo para tirar todas as fitas, balões e enfeites que usei para decorar o interior do sobrado.

Não tenho tempo. O melhor que posso fazer é esconder o bolo de aniversário, então pego a bandeja onde o coloquei e o presente e giro para tentar guardá-los, mas é tarde demais.

Eu me viro e congelo ao ver o Marco parado na porta. Ele fica lá olhando para mim, seu rosto ilegível enquanto os olhos examinam a multidão reunida. Ninguém se atreve a parabenizá-lo ou gritar 'surpresa!' Todos apenas ficam parados em um silêncio mortal, e eu gostaria de poder desaparecer. Estou tão envergonhada que facilmente cairia no chão.

Marco dá um passo em minha direção. Então outro. Cada passo ecoa na sala silenciosa e parece um golpe no meu coração até que ele está bem na minha frente. Eu fico olhando para o chão, me sentindo como uma idiota. Ele não diz nada por um tempo, então eu finalmente me forço a tirar meus olhos do chão e lentamente levanto o rosto para olhar para ele. A expressão dele é fria e insensível, e não tenho ideia do que ele está pensando.

Eu estremeço quando ele se move lentamente, mas ele simplesmente abaixa sua atenção para a bandeja em minhas mãos e apaga a pequena vela que acendi no centro do bolo. Prendo a respiração em uma antecipação nervosa quando ele levanta a mão e desliza um dedo sobre o glacê antes de levá-lo aos lábios.

Suas sobrancelhas se arqueiam quase imperceptivelmente enquanto ele prova o creme de manteiga do dedo. "É doce." Ele está tão calmo, tão inesperadamente calmo.

"Marco." Eu digo finalmente, incapaz de suportar o silêncio por mais tempo. "Eu sinto muito. Eu não fazia ideia. Eu não sabia que o seu aniversário era no mesmo dia em que a sua mãe..."

Antes que eu possa terminar a frase, ele agilmente mergulha o dedo na cobertura novamente. Só que, desta vez, em vez de lamber, ele bate o dedo no meu rosto, deixando uma mancha de chocolate na ponta do meu nariz. É a coisa mais infantil que já o vi fazer e, por um momento, juro que vejo o canto de seu lábio se curvar levemente em um esboço de sorriso.

Estou completamente congelada e perplexa, e pisco para ele. Ninguém diz mais nada enquanto ele abaixa o olhar mais uma vez para a bandeja nas minhas mãos e pega a caixinha de presente decorada.

Ele examina a embalagem por um momento antes de olhar para mim com expectativa:

"Isso por acaso é para mim?"

Suas palavras me tiram do meu torpor e eu rapidamente coloco a bandeja na bancada antes de me virar para encará-lo. Tento pegar a caixinha de volta, com a intenção de escondê-la ou descartá-la, mas ele rapidamente a afasta de mim, erguendo-a à altura dos olhos como se estivesse examinando as fitas.

"Parece um presente de aniversário. Você estava planejando me dar isso?" Ele pergunta suavemente.

Ele está... me provocando?

"S-sim." Eu gaguejo, ainda deslumbrada com o traço incomum de brincadeira. "É uma poção especial, como os perfumes extraordinários. Eu fiz isso para ajudá-lo a dormir melhor à noite."

Isso foi uma armadilha. Eu não sabia por que ninguém comemorava o aniversário dele. Se eu soubesse, nunca teria...

"O que deu em você, irmão?" Cathy pergunta em voz alta. Marco olha para a irmã como se de repente se lembrasse de que não estamos sozinhos na sala de jantar de casa. "Você nunca comemorou seu aniversário antes. Por que vai comemorar este ano? O que mudou? O que há de diferente a..."

"Não quero ser grosseiro." Interrompe o Marco. "Mas temo que seja hora de todos irem embora. Tanya e eu vamos jantar tranquilamente e comemorar em particular."

Eu realmente não sei quem está mais surpresa, a Cathy ou eu.

Ele quer mesmo comemorar sozinho comigo? E nem está bravo?

Como se para provar que disse a verdade, ele passa o braço sobre os meus ombros, puxando-me para perto. Sinto como se estivesse em algum tipo de sonho estranho e maravilhoso. Tudo o que eu queria era fazê-lo feliz. É possível que eu tenha conseguido, apesar da manipulação da Ayana? Meu coração dispara no meu peito enquanto ele me abraça com força.

"Obrigado a todos por terem vindo esta noite." Ele se dirige aos nossos convidados reunidos. "Agradeço o gesto, mas vocês devem ir para casa agora. Eu gostaria de passar o meu aniversário sozinho com minha esposa."

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"Do que você está falando, meu querido?" Pergunto, mantendo o fingimento de sempre. "Eu não escolhi me casar com você pelo poder. Eu te amo."

Eric ri das minhas mentiras como se pudesse ver através delas. Ele se recosta na cadeira, apoiando os pés no balcão do café, e parece se divertir com a minha declaração.

"Por favor, Lily. Por que você não relaxa um pouco?" Ele diz, rindo. "Afinal, somos iguais, você e eu. Temos mais em comum do que você pensa."

Mantenho meu olhar de confusa neutralidade, ainda tentando decifrar essa nova versão do Eric que estou descobrindo.

"Na verdade, nenhum de nós previu isso. Estou falando da Tanya, é claro. Ninguém esperava que o meu irmão se casasse tão cedo depois que você partiu o coração dele. Mas essa garota é incrível. Você não acha que a Tanya é incrível?" Ele pergunta, com um sorriso felino, cruzando as mãos atrás da cabeça enquanto se inclina para trás confortavelmente. "Quero dizer, ninguém da sua família é capaz de fazer perfumes extraordinários com efeitos únicos e poderes curativos. Nenhum dos Montenero herdou essa habilidade especial, certo? E ainda assim... a Tanya conseguiu. Duas vezes até agora. Primeiro, ela fez o elixir que curou a reação alérgica da Cathy e, agora, fez um novo perfume para ajudar o meu irmão a dormir. Isso não pode ser o acaso ou uma coincidência, certo?"

Eu não digo nada, mas mordo meu lábio inferior enquanto ele continua.

"Sabe, agora que estou pensando nisso, a Tanya realmente se parece bastante com a Lady Vivian. Tem certeza de que você não tem uma irmã perdida, minha querida?"

A pergunta dele é feita como uma piada e, quando me aproximo dele para examinar sua expressão, ele ainda parece um cavalheiro. Encantador, casual, clássico.

Cruzo minhas mãos atrás das costas e me inclino contra um pilar próximo para que ele não veja como meus dedos tremem.

"Isso não seria surpreendente?" Eu respondo, ecoando seu sorriso divertido. "Infelizmente, minha mãe deu à luz apenas uma filha, e você está olhando para ela."

Ele cantarola baixinho para si mesmo, como se toda a conversa fosse algum tipo de piada curiosa, mas mesmo quando o Eric desvia o olhar de mim, não consigo me livrar da sensação de que ele está vendo através de mim.