Ponto de vista da Tanya:
Estou extremamente confusa e envergonhada com as palavras da minha filha e, quando olho para o Marco, ele também parece um pouco surpreso. Então, ajoelho-me diante da minha filha para ficar ao nível dos olhos dela e digo: "Querida, por que você está chamando o Marco de 'papai'?"
Ela responde com pouca hesitação, quase como se estivesse convencida, e olhando para mim com a pura inocência infantil: "Porque ele tem os mesmos olhos azuis que eu!" Ela chia, brincando com os dedos como se de repente estivesse nervosa com toda a atenção dada à ela por nós dois.
No entanto, ela continua a explicar: "E eu gosto do Marco, quero que ele seja o meu pai. Eu sinto isso no meu coração." Ela coloca a mão no peito antes de se virar para encarar o Marco e correr para os braços dele, olhando em seus olhos: "E eu sou muito linda, e Marco é muito bonito, então você deve ser meu pai."
Ela é absolutamente adorável ao fornecer uma explicação para o seu óbvio processo de pensamento infantil. Além do mais, não se pode negar a pureza de suas crenças. Acho divertidas as palavras da minha filha, e até mesmo o Marco não consegue evitar que um pequeno sorriso deslize nos seus lábios.
"Você pode, por favor, ir no Dia da Família da minha escola?" Ela implora.
Marco dá um tapinha na cabeça da Claire como um gigante gentil, mas recusa a proposta, embora o faça com cuidado, tentando não chateá-la: "Sinto muito, querida, mas eu não sou o seu pai."
Tentando amenizar o golpe, coloco-me ao lado da minha filha e apoio a mão no ombro dela: "Por que não pedimos para o Caspian ou o Dylan irem no Dia da Família? Eles te viram crescer." Eu sugiro suavemente.
Claire repetidamente balança a cabeça, claramente inflexível sobre os seus desejos: "Todo mundo sabe que o Caspian não é meu pai. Eu quero que o Marco vá…"
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Ponto de vista do Marco:
Hoje é o evento do dia da família na escola da Claire e estou completamente indeciso sobre ir ou não. Parece bobo até mesmo estar debatendo a possibilidade enquanto caminho pela rua, mas preciso de ar fresco para pensar sobre o assunto.
Lembro-me de que a Tanya sugeriu que o Caspian fosse no Dia da Família, e algo nisso me incomoda. Não entendo o que, nada lógico explica, mas a ideia do Caspian estar lá dá um nó no meu estômago e me perturba de uma maneira que cria uma raiva interior. Isso desperta uma irritação dentro de mim que não faz sentido.
O comportamento da Tanya nos últimos dias também foi altamente confuso. A Lily afirmou claramente que a Tanya distorceu e destruiu o olfato dela maliciosamente, impedindo-a de continuar trabalhando como designer de perfumes. Eu vi a Tanya tratando um cliente muito mal, forçando-os a comprar os seus perfumes apenas pelo dinheiro, o que me deixou com uma primeira impressão horrível. Eu deveria acreditar que a Tanya é uma mulher perversa, capaz de coisas terríveis.
E ainda assim...
Os momentos que passei com ela me mostraram que ela é o oposto do que eu presumi. Ela parece ser uma mãe incrivelmente trabalhadora, que faz de tudo para garantir a segurança e a felicidade da sua filha. Durante todos os eventos malucos e infelizes com os quais tive que lidar dentro daquela casa horrível, a Tanya estava lá, consertando as coisas e me ajudando como podia, sendo que ela poderia facilmente ter me ignorado.
Enquanto continuo a caminhar e ponderar, finalmente sinto o Manuel mexer nas profundezas do meu subconsciente e ele fala sobre os meus pensamentos banais:
'Há algo nela que parece tão familiar, algo que me lembra lar... Fomos atraídos até ela de alguma forma, Marco. Por que não conhecê-la melhor?'
A sugestão imediatamente me coloca na defesa e balanço a cabeça, firme e incapaz de responder o Manuel com outra coisa senão isso, porque algo dentro de mim, mesmo que eu não queira, concorda com ele.
Só então, vejo o velho que estava na loja com a Tanya quando cheguei. Ele caminha até mim com um largo sorriso e fala:
"Estava querendo te agradecer pelo outro dia! Você distraiu a Tanya para mim, então ela parou de me importunar sobre os meus problemas de saúde e de me dar aqueles malditos perfumes."
Eu olho para ele, um pouco confuso: "Dar? Você não estava sendo forçado a comprá-los?" Pergunto.
Agora ele que parece confuso: "O quê? Não! A Tanya está preocupada comigo e diz que o meu amor pelo álcool vai me matar um dia. Ela estava me dando os perfumes que fez especialmente para mim, para ajudar com todos os meus problemas de saúde." Conta ele. "O meu lema é: se você não está feliz, você não está vivendo de verdade. E o álcool me deixa feliz, mesmo que vá me matar um dia!"
Por outro lado, apesar de tê-lo encontrado apenas algumas vezes, o Marco a atrai e, como um imã no polo norte, ele é a figura paterna masculina que ela deseja. Precisa. É claro que é apenas um desejo infantil que, na verdade, não faz muito sentido mas, desde o jeito como ele a segura até a força natural que ele exala, tudo faz com que a Claire se sinta segura perto dele. Ela se sente protegida. E, às vezes, isso é tudo que uma criança quer de um adulto.
Ainda esperando para ver as mechas loiras e os olhos azuis identificáveis, Claire mexe nervosamente na bainha da sua camisa e mordisca o braço da boneca, um hábito comum de conforto que ela se acostumou a fazer.
"Então, onde ele está? Uh?" A voz zombeteira de um menino ao lado dela a faz estremecer de susto. "Você apostou que o seu pai viria. Então, onde ele está?" É o Elliot... seu algoz de sempre, que aparece nos piores momentos possíveis. E, como sempre, seus capangas favoritos se juntam à ele, todos sorrindo presunçosamente e entretidos com a maldade do Elliot.
"Você é uma mentirosa!" O garoto enfia um dedo no peito da Claire, empurrando seu corpo delicado para trás e fazendo-a tropeçar. Os amigos dele estão todos rindo com uma alegria maligna.
"Não sou não! Eu juro que ele está vindo! Espera um pouco." Diz Claire, com apreensão e medo crescendo dentro de si e novamente procurando freneticamente pelo Marco na multidão.
"Não vou esperar mais! Você perdeu. Agora, nos dê essa boneca estúpida como você disse que faria se ele não viesse."
Claire parece horrorizada com o conceito de se separar de algo tão precioso para ela: "Não, por favor, a minha mãe fez ela para mim. Era para ser parecida com o meu pai. Eu não vou dar ela para você!" Ela embala o brinquedo mais perto de seu peito, com medo de que seja levado embora.
Os meninos começam a se fechar sobre ela, o que a faz parecer um coelhinho sendo cercado por abutres perigosos, ansiosos para causar mais angústia em sua diversão infantil. As bochechas da Claire agora estão úmidas com as lágrimas frescas e o seu corpo frágil se encolhe para longe dos valentões. Ela tropeça para trás, apenas para de repente bater em uma parede firme atrás dela.
Claire só consegue ver os rostos boquiabertos dos meninos até perceber que a parede atrás dela é na verdade uma pessoa. Então, ela se vira para olhar para cima. A estrutura alta e robusta do Marco bloqueia o sol de seus olhos enquanto ele olha para todos os meninos. Os olhos dele brilham em um tom de cobalto e o cabelo incrivelmente dourado está banhado pelos raios do sol.
O coração dela dispara com uma mistura de alegria e alívio. Ela precisa daquele calor no coração e a mão dele percorre o seu corpinho, puxando-a para perto e aumentando sua sensação de bem-estar.
"Não há necessidade dessa bobagem, crianças." Diz ele, com um tom cuidadosamente controlado, mas firme. "Eu sou o pai da Claire."

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Melhor de Mim
Cadê o restante do livro? Só tem 8 capítulos aqui .......
Cadê o restante da história?...
Gostaria de ler o desenrolar da estória...
Aguardando ansiosa a atualização do livro 😃...
Gostaria de continuar a ler. Gosto muito de romances ❣️❣️❣️ Dão cor e sabor a vida 🌷🌸🌹🌺🌻🌼...