Ponto de vista da Tanya:
Silenciosamente observo o Caspian caminhando na minha direção e o sorriso em seu rosto cresce a cada passo. No meio da confusão, descubro que a Lisa apareceu ao meu lado, oferecendo-se para levar a Claire para casa. Algo no olhar dela me diz que ela sabe o que está acontecendo, mas não vai me contar. Em vez disso, eu aceno, ainda confusa, permitindo que ela leve a minha filha de volta para casa, para que a Claire possa dormir.
Quando o Caspian se aproxima, observo as flores que ele carrega. São rosas vermelhas frescas agrupadas em um lindo buquê. Mas, enquanto os fogos de artifício continuam a brilhar e explodir no céu, o clima pesa sobre mim.
"Tanya…" O Caspian chama, com uma doçura envolvendo a sua voz.
"Desde o dia em que você venceu a competição de perfumes e protegeu a Árvore da Lua Azul de um destino terrível, eu me apaixonei profundamente por você." Diz ele, enquanto os seus olhos brilham com uma intensidade estranha.
"E eu quero passar o resto da minha vida com você." Ele graciosamente me entrega as flores, apertando-as nos meus braços enquanto eu continuo atordoada demais para falar.
Acho que eu deveria ter previsto isso. Eu deveria saber que o Caspian gosta de mim por causa dos seus elogios excessivamente afetuosos, a sua vontade constante de passar tempo comigo e as tentativas de fazer a Claire chamá-lo de 'papai'.
No entanto, eu tentei me cegar para isso e quis acreditar que eram apenas atos de bondade. Acostumei-me à isso e deixei de ver os sinais sutis que me trouxeram até aqui, o que é um problema.
"Caspian, eu..."
Antes que eu possa expressar os meus sentimentos, que não refletem os dele, sinto uma presença vindo de trás de mim. Estou tão sintonizada com os movimentos dele que sei que é o Marco, então o que me surpreende é que o príncipe desliza a sua mão na minha. Ele não me afasta, mas algo me diz que ele não me quer perto do Caspian.
Eu olho para o Marco e um sorriso sutil surge nos meus lábios em reação ao toque dele, que é quente e nostálgico. É diferente da sensação das flores do Caspian que estão no meu braço e parecem estranhas e artificiais, além de excessivamente encharcadas em uma camada de amor e afeto carente que não combina com a minha aura.
O Caspian é uma pessoa de quem eu gosto muito, mas simplesmente não faz sentido ficarmos juntos. O meu amor está em outro lugar. E, mesmo que eu nunca mais tiver nada com o Marco, eu nunca conseguirei esquecê-lo. Saber que estou bem com isso diz o suficiente sobre os meus sentimentos.
Finalmente, minha atenção volta para o Caspian, que tenta desesperadamente sustentar um sorriso apesar do aperto do Marco nos meus dedos. "Caspian, sinto muito, mas eu não sinto o mesmo por você."
Inicialmente, parece que ele não me ouve, mas, eventualmente, vejo o seu sorriso começar a murchar lentamente enquanto continuo: "Serei eternamente grata por você ter cuidado de mim e aprecio muito a nossa amizade, mas é só isso. Eu não te amo desse jeito."
Eu coloco suavemente as flores de volta nos braços congelados dele com um sorriso de desculpas. E, embora normalmente eu me sentisse mal causando algum tipo de dor à alguém, essa parece ser a decisão certa. Sinto-me moralmente obrigada a expressar a verdade, não importa o quanto machuque o Caspian. A longo prazo, isso é melhor para ele e para mim.
Com o Marco liderando o caminho, voltamos para casa, deixando o Caspian cercado por uma multidão de pessoas que não sabe como reagir à minha rejeição.
O Marco e eu caminhamos em silêncio por um tempo, aproveitando a atmosfera calma da noite, até que eu finalmente encontro coragem para perguntar: "Você segurou a minha mão quando o Caspian confessou que me ama. Por quê?"
Saber que o Marco perdeu a memória significa que há poucos motivos para ele se incomodar com os sentimentos do Caspian em relação à mim. E, no entanto, pude sentir que ele não quer que eu me aproxime do Caspian. A princípio, o Marco franze a testa e encolhe os ombros, claramente inseguro em como expressar os seus pensamentos diretamente. Não o pressiono e deixo que ele reflita enquanto continuamos a caminhar.
Finalmente, ele explica com tranquilidade: "Sinceramente, não sei. Eu simplesmente não gostei da situação e fiquei muito desconfortável." Sei que isso é muito mais do que o Marco está acostumado a revelar sobre o seu mundo interior. Embora eu aprecie que ele se abra para mim, isso apenas lança mais confusão sobre a extensão dessas memórias perdidas e me pergunto se elas estão muito mais perto da superfície do que eu inicialmente acreditava.
Não dá tempo para eu responder, pois pequenas gotas de chuva começam a cair na estrada de cascalho. Logo, elas aumentam e o céu despeja uma grande quantidade de chuva sobre nós, nos encharcando. Para qualquer um, seria fácil mudar para a forma de lobo, já que o pelo lida melhor com a umidade da chuva, mas eu não tenho loba. Então, apenas continuo caminhando, a mercê das nuvens de chuva.
Eu rio de novo e bagunço o cabelo dela enquanto ela ri também: "Eu não escolhi ninguém, querida."
"Se você está dizendo..." Ela me dá um sorriso travesso antes de correr para o seu quarto. Eu tomo banho e coloco a minha camisola em preparação para colocar a minha filhinha na cama. Encho um copo de água antes de ir para o quarto dela e sentar na beira da cama, oferecendo o copo para ela.
Depois de tomar um gole, observo que ela enruga o nariz em claro desgosto. "Esta água tem um gosto estranho."
"É mesmo?" Eu digo, antes que ela acene com a cabeça com firmeza. "Bom, talvez seja porque você comeu todo aquele doce. Deve ter afetado as suas papilas gustativas!"
Claire fica boquiaberta e nós duas rirmos enquanto eu faço cócegas na barriga dela. Eventualmente, nos acomodamos e, depois de uma longa noite no banquete, minha filha adormece muito rapidamente, e eu também.
Na manhã seguinte, acordo no meu quarto e, como ela tem aula, eu chamo a Claire enquanto me visto. Estou colocando a camisa quando percebo que ela não responde.
"Claire! É hora da escola, levante-se." Ela geralmente acorda naturalmente, ou pelo menos ao ouvir a minha voz, já que tem sono leve, mas me enerva quando ela não responde.
Então, vou até o quarto dela: "Claire, chega de brincadeiras, você precisa..."
Fico congelada quando vejo que ela não está acordada. Gentilmente a sacudo, pensando que talvez ela esteja um pouco cansada, mas ela não se mexe.
"Claire? Claire, por favor, acorde." Não importa o que eu faça, minha filha não emite nenhum som e começo a temer o pior.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Melhor de Mim
Cadê o restante do livro? Só tem 8 capítulos aqui .......
Cadê o restante da história?...
Gostaria de ler o desenrolar da estória...
Aguardando ansiosa a atualização do livro 😃...
Gostaria de continuar a ler. Gosto muito de romances ❣️❣️❣️ Dão cor e sabor a vida 🌷🌸🌹🌺🌻🌼...